Entrevistas

Cartoon, Zé Trindade e Cosmo Drah

Por Fabiano Cruz | Em 18/03/2011 - 21:44
Fonte: Alquimia Rock Club

O Alquimia Rock Club conjuntamente com o Festival Psicodália, já tradicional festival independente sempre realizado na época de Carnaval  no sul do país, conversou rapidamente com algumas bandas que tocaram no festival nessa edição de 2011. E uma dessas bandas foi a estreante em palcos Psicodálicos e que vem tento um grande destaque em Minas Gerais e no meio do Rock Progressivo – mesmo não se considerando como tal como vocês vão ver abaixo -, a banda Cartoon. Nascida em Belo Horizonte e sendo conhecida pelos fãs de uma música mais complexa e bem trabalhada, a banda fala sobre seus trabalhos: “Os três primeiros discos do Cartoon formam uma trilogia que faz alusão aos 3 ossículos responsáveis pela audição humana: Martelo, Bigorna e Estribo. Nestes 3 discos, apesar das inúmeras variações musicais e da diversidade de influências, nos mantivemos sempre fiéis ao estilo Cartooniano, ou seja, uma música onde tudo pode acontecer; de Beethoven a Beatles, da Bossa Nova ao Hard Rock, tudo é influência e pode entrar no som sem deixar de ser Cartoon. Talvez isto tenha feito as pessoas nos considerarem uma banda de Rock Progessivo... (risos) Nosso trabalho é uma busca intensa por aperfeiçoamento na arte da composição e performance musical. Desde nosso primeiro disco, Martelo (1999), tentamos unir a música com nossa busca espiritual e o simples prazer de tocar e ouvir música. Portanto, é natural que neste processo estejamos sempre mudando e experimentando novos caminhos.


No primeiro disco as letras eram cantadas em português, pois queríamos passar uma mensagem muito direta as pessoas do Brasil e em especial de nossa cidade, Belo Horizonte. Nos dois trabalhos seguintes Bigorna e Estribo, optamos pelo Inglês, pois queríamos algo mais universal e que fosse compreendido pelas pessoas ao redor do mundo.” E já que a banda citou sua terra natal, também falou da influência que as belas terras mineiras tem em suas composições. “Apesar de não serem nossas principais influências, temos grande admiração pelo trabalho de vários compositores e interpretes mineiros, em especial Marco Antônio Araújo, grande compositor Mineiro que infelizmente nos deixou muito cedo. Porém, acho que fomos mais influenciados pelo “clima” de Minas Gerais; as montanhas, as matas e tudo que marca este estado e gera influências profundas nas pessoas e conseqüentemente na música feita aqui.”


E a banda nos revela os planos para esse ano e a mudança de formação que teve, mostrando bem contentes com a fase atual: “A principal novidade é que estamos com um novo tecladista, Raphael Rocha, já totalmente integrado ao grupo e com um novo trabalho prestes a ser gravado. Estamos muito animados com as novas músicas e acreditando que este possa ser o melhor trabalho da nossa carreira até agora. Como temos muito material e ainda não definimos exatamente como será o disco, vamos deixar um pouco de suspense com relação aos detalhes.”


Outra banda que carrega o sotaque mineiro e já bem conhecida do Psicodália e de quem acompanha o Alquimia Rock Club, é o Zé Trindade. O Power Trio fala também sobre suas influências musicais, indo ainda mais a fundo em suas percepções e ídolo: “Nossas influências remontam, inicialmente, aos “mestres” do rock and roll, aqueles sabidos que revolucionaram o estilo a partir da década de 1950. Contudo, sentimos a necessidade de “abrasileirar” nossa música, trazer o rock 70’ para nossa realidade nacional e contemporânea. Daí incrementamos com o som da viola caipira, mais uma de nossas paixões. Com isso os ritmos brasileiros e mineiros vieram à tona. Buscamos, então, influências de outros mestres, agora da música caipira, MPB, bossa, jazz, etc. Como exemplo, citamos não somente os mineiros, mas um grupo de artistas que representam estilos musicais variados, sobretudo nacionais e interioranos, como: Almir Sater, Pena Branca & Xavantinho, Tonico & Tinoco, Tião Carreiro & Pardinho, Milton Nascimento, Toninho Horta, Fernando Brant, Hermeto Pascoal, Sivuca, Tom Zé, Novos Baianos, Mutantes, Raul Seixas, dentre outros....”


Também com uma estrada já bem percorrida, o pessoal do Zé Trindade nos comenta o como é difícil de trabalhar com sons autorais em nosso querido Brasil (novidade...). “Viver de música, sobretudo de rock, no Brasil é FODA! Você precisa se vender ao cover para conseguir espaço pra tocar na noite e, com isso, fazer dinheiro. Nós estamos cansados disso! Nossa proposta é lançar um CD por ano, valorizar nossa música autoral, deixar a história musical da nossa reunião registrada pra sempre. É muito mais prazeroso tocar sua própria música e ser valorizado por isso. Então, estamos deixando a necessidade de ganhar dinheiro com o Zé Trindade de lado e estamos partindo com tudo para trabalhar na produção de músicas inéditas, buscando inovações, divertimento, libertação, realização pessoal e prazer com a música”, e aproveita fala dos próximos passos que darão, inclusive de seu novo trabalho (vocês podem ler a resenha clicando aqui): “Atualmente finalizamos a pré-produção do 3º Disco. Até então o filhote recebe o nome de “Caseiro”, pois foi assim que se deu o parto. Ao todo temos 12 músicas que vão de modas de violas, passando por críticas ao sistema capitalista, por baladas de rock que falam de amor, até músicas em Portunhol. Nesse disco teremos faixas irônicas e engraçadas, outras com ritmos mais complexos e outras com uma sonoridade bem tranqüila e gostosa de ouvir. Levaremos uma amostra, apenas 6 faixas, do que já conseguimos gravar para o Psicodália 2011. Destaque para a “AC de Viola”, o nome já sugere que estamos imaginando como Angus Young tocaria a viola caipira!!!"


E por último, a banda vinda da grande metrópole paulista, Cosmo Drah, também deu suas palavras. Com um EP lançado, a banda prepara seu primeiro lançamento full-lenght ainda esse ano “O EP foi lançado em agosto de 2008, e ainda pra esse Psicodália vamos estar com ele; saindo uma tiragem final de apenas cem cópias para ser vendido no festival. Nosso plano é logo após o Psicodália entrar em estúdio para gravar nosso primeiro disco oficial que deve constar 08 ou 10 faixas”, e que podemos esperar uma empolgação grande por parte da banda; “Até o final desse ano queremos estar com o material na mão e sair divulgando fazendo shows e shows por aí”.


E o Cosmo Drah, mesmo com um pouco menos tempo de estrada, nos fala da repercussão que a banda já tem fora do país, inclusive regravando algumas de suas canções em castelhano para abrir mais ainda o leque de fãs que vem conquistando: “Essa idéia partiu do Elton (baixista) e do Ruben (vocalista). Quando fizemos nosso Facebook tivemos (e temos) muitos acessos da Argentina. Como temos fortes influências do Rock dos nossos "vizinhos" há uma forte identificação com o nosso som, e recebemos muitos elogios; tanto que fomos até citados numa rádio de rock na Argentina. Aproveitando que nosso vocalista é argentino e domina o idioma, colocamos aqueles sons para divulgar mais ainda nosso trabalho pela Argentina e afins”


As três bandas vem lutando em prol de um excelente rock’n’roll como inúmeras que tem espalhadas pelo país afora, mesmo com as dificuldades que tem em mostrar um trabalho autoral, mesmo que com um poder de fogo incomum e uma criatividade imensa. Abaixo vocês tem os links do MySpace das três bandas para iremn acompanhando as novidades e os sons que fazem. E como diria o Zé Trindade: “ROCK’N’ROLL ZÉ!!!!!!!!


Cartoon: http://www.myspace.com/bandacartoon

Zé Trindade: http://www.myspace.com/zetrindademg

Cosmo Drah: http://www.myspace.com/cosmodrah



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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