Entrevistas

Uganga: “Estamos com um time forte e unido”

Por André BG | Em 21/05/2017 - 14:20
Fonte: Alquimia Rock Club

Fotos: Eddie Shumway

 

Comemorando seus 20 anos de atividades e prestes a lançar seu primeiro DVD, a banda Uganga concedeu uma entrevista exclusiva para o Alquimia Rock Club através do vocalista Manu “Joker” Henriques, que falou sobre o lançamento do DVD dentre outros assuntos que você confere a seguir:

 

Primeiramente, gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre o atual momento do Uganga, afinal a banda está comemorando 20 anos de atividades. Como vocês definiriam esse atual momento do Uganga e como vocês se sentem? 


Manu “Joker” Henriques: Acho que vivemos um momento bastante interessante e positivo na carreira da banda. Estamos com um time forte e unido, agora com três guitarras, temos nosso trabalho mais recente (Opressor – 2014) sendo bastante elogiado e lançado no mercado europeu por dois selos da Polônia. Paralelo a isso nosso selo aqui do Brasil, Sapólio Rádio, está se preparando para lançar em formato físico nosso primeiro DVD “Manifesto Cerrado”  e a banda segue compondo para o novo álbum com força total. Estamos numa correria forte e espero que aumente.

 

Dentre as comemorações desses 20 anos está o lançamento do primeiro DVD da banda, “Manifesto Cerrado”, que contará com um show e um documentário. Fale um pouco sobre o conceito desse registro.


Manu: Faz um tempo que estamos trabalhando nessa idéia... Era para ter saído em 2015, mas devido a vários fatores além do nosso controle só saiu agora. O material é composto por um show de 2014 que fizemos na Estação Estevenson, um prédio histórico localizado na zona rural de Araguari, e um longa metragem. Esse longa inicialmente seria um making off das gravações do “Opressor”, mas como eu disse muita coisa rolou nesse meio tempo e o material foi tomando outra forma. Acabou ficando um documento mais abrangente da trajetória do Uganga. O filme passa uma geral na nossa história desde que nos chamávamos Ganga Zumba, mas foca mais no período que antecedeu as gravações do “Opressor” até os dias de hoje. Tem estrada, estúdio, shows, coisas divertidas, outras nem tanto... É realmente um documento verdadeiro sobre essa banda e o Eddie Shumway (diretor) teve uma visão muito sensível e imparcial da banda. Acho que ele fez um excelente trabalho.

 

O formato do show com a banda ao centro e o público a sua volta é algo bem peculiar. De onde surgiu essa ideia? 


Manu: A ideia era fazer a banda olhar para dentro, para sua história, sua essência. Um mergulho ao fundo dessa essência. Vivíamos um período muito conturbado, tanto em nossas vidas particulares como no ambiente interno e acho que ali, sem nenhum drama, nos fortalecemos.  Tocamos cercados por poucas pessoas, familiares, nossa crew, parceiros, fãs da banda... Foi um momento de introspecção, intimista mesmo, e muito importante para nosso futuro. Se não me engano a ideia veio de uma reunião minha com o Eddie, o típico brainstorming (risos).

 

O show do DVD foi gravado em um período um pouco complicado da história da banda, com os integrantes lidando com problemas pessoais, físicos, espirituais e familiares, inclusive com o afastamento de um dos integrantes por problemas de saúde. Gostaria que comentassem um pouco sobre esse período vivido pela banda. Esses problemas foram superados, certo?


Manu: Realmente foi um período conturbado cara. Todos nós tivemos nossa carga de coisas para lidar mas com certeza o Christian (guitarra) passou pelos momentos mais intensos. E sim, tudo foi superado e está documentado em detalhes no filme. Prefiro deixar em aberto quais foram esses problemas pois quem assistir irá descobrir. Na verdade nem sei se a palavra certa é superado... Acho que assimilado seria um termo mais correto. Assimilamos tudo, nos fortalecemos e aprendemos com isso e seguimos em frente mais determinados e unidos que antes.

 

 

Obviamente que nesses 20 anos de carreira o Uganga deve ter passado por poucas e boas como todas as bandas de Rock/Metal no Brasil passaram e passam. Qual foi o momento mais complicado da carreira da banda e o melhor momento na opinião de vocês?


Manu: Acho que o momento mais complicado foi justamente o período entre 2014/2015 onde muita coisa aconteceu de uma vez. O melhor momento pra mim sempre será hoje.

 

Referente ao último e elogiado álbum de estúdio da banda, “Opressor”, que foi licenciado recentemente para ser lançado na Europa. Como é ver um álbum lançado em 2014 ainda render bons frutos até hoje? Vocês esperavam que esse trabalho iria repercutir durante tanto tempo? 


Manu: “Opressor” foi nosso trabalho mais importante até aqui. Fizemos um tour muito legal, foram mais de 60 shows no Brasil,  teve a segunda ida na Europa... Não tenho dúvidas que gravamos um grande álbum e seria mentiroso da minha parte se dissesse que não esperava um retorno positivo pois realmente trabalhamos duro para sair como saiu. Porém esse retorno foi muito além de onde imaginávamos e fico extremamente feliz com isso!

 

 

Vocês atualmente contam com três guitarristas, algo não muito comum pra uma banda do estilo do Uganga. De onde surgiu essa ideia e como esta sendo trabalhar com três guitarristas?


Manu: Isso foi algo totalmente inesperado. Como eu disse, o Christian teve que se ausentar da banda por um tempo devido a problemas de saúde e nesse período contamos com a ajuda do nosso irmão Murcego, guitarrista da banda Canábicos. Ele ficou quase um ano com a gente na estrada, o entrosamento foi muito bom, e quando o Christian voltou resolvemos tentar as três guitarras. O Murcego tem uma pegada mais classic rock que somou bastante em nosso material em detrimento ao estilo mais moderno dos outros dois guitarristas. Acho que a química das três guitarras foi incrível e em momento algum lidamos com uma overdose de solos ou firulas na nossa música. Deu certo e cá estamos agora como um sexteto, assim como Bad Religion, Lynyrd Skynyrd, Periphery, Iron Maiden, etc. O Uganga nunca teve medo de ousar, nunca teve receio do novo, de sair da zona de conforto. Abraçamos essa ideia, deu certo, e enquanto estiver assim seremos um sexteto.

 

Muita coisa mudou e continua mudando na cena Rock/Metal no Brasil desde que a banda foi formada, como vocês veem a cena nos dias de hoje e onde o Uganga se encaixa nesse contexto?


Manu: Foram inúmeras mudanças e durante todo esse tempo estivemos firmes compondo, gravando e pegando estrada. Nunca paramos, procuramos nos adaptar a essas mudanças apesar de nem sempre conseguirmos, mas sempre estivemos ativos na cena fazendo nosso corre. Acho que vivemos um momento estranho pro rock pesado no Brasil. Pro rock em geral na verdade. Não, pro país de maneira geral! Tá tudo muito bunda mole, tudo muito acomodado e na música não é diferente. Mas sempre que rola uma fase mais difícil assim vem outra de renascimento. O underground brasileiro tem muita coisa boa, mas é preciso cavar seu espaço na unha. Onde nos inserimos nesse contexo? Não sei... Somos uma banda de rock pesado cantado em português, temos nossas raízes no metal e no hardcore mas fazemos as coisas a nossa maneira e não seguimos cartilha de estilo nenhuma.

 

Levando em consideração que vocês já estiveram varias vezes na Europa, na opinião de vocês, qual a maior diferença da cena de lá para a nossa?


Manu: Na verdade foram somente duas tours, mas rodamos bem, creio que em mais de 20 países. O que vejo lá de diferente é o valor dado ao material autoral, tanto pelos produtores quanto pelo público. Aqui em ambos os casos acho que as bandas locais autorais não tem o reconhecimento merecido e isso se deve em muito ao público que paga pra ver um cara imitar mal e porcamente o Axl Rose mas não se interessa pelo que está sendo feito na cena local. Temos inúmeras bandas com nível igual ou superior a qualquer banda gringa e já comprovamos isso inúmeras vezes. Essa atitude é parte do comodismo generalizado que impera no país e resta a nós sermos fortes para reverter essa situação e chutarmos as bundas dos modistas que só reclamam na internet e nada fazem de útil.

 

Além de divulgar o DVD Manifesto Cerrado, quais os planos para o futuro próximo da banda? Vocês já trabalham em novas composições?


Manu: Sim, já temos metade do álbum fechado e devemos entrar em estúdio no segundo semestre. Até lá ficaremos focados em compor e no lançamento do DVD. Sobre o DVD ele será exibido dia 8 de junho no Museu da Imagem e do Som (Cine Santa Tereza) em Belo Horizonte com entrada franca. O horária será as 19:30 e essa exibição é parte da programação do Festival Monsters Of Metal. Logo depois sai o material físico pela Sapolio Radio com um kit bem legal. Temos muito mais metas em vista e com o tempo vocês irão descobrindo.

 

Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.


Manu: Convido a todos a visitarem nosso perfil no Youtube e nosso site e agradeço pela oportunidade de falar do Uganga no Alquimia do Rock. Paz a todos!

 
 
 
 

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André BG



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