Entrevistas

Blixten: “Heavy Metal não tem sexo, ponto final”

Por André BG | Em 22/04/2019 - 02:36
Fonte: Alquimia Rock Club

Fotos: Lucas Iani

 

Liderada pela vocalista Kelly Hipólito, a banda Blixten concedeu uma entrevista para o Alquimia Rock Club para falar sobre as influencias da banda, posição da mulher no Metal, repercussão do primeiro EP Stay Heavy lançado em 2018 e a produção do novo álbum, entre outros assuntos que podem ser conferidos abaixo no bate papo com a vocalista Kelly Hipólito e com o baixista Aron Marmorato:

 

Alquimia Rock Club: Primeiramente, gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre a Blixten, para quem ainda não conhece a banda. Como e quando vocês começaram e quais são as influências e propostas da banda? 

 

Aron Marmorato: A banda começou em 2013, fundada pela nossa vocalista Kelly Hipólito. Hoje em dia apenas ela continua desde a primeira formação. A formação atual está junta desde 2016, com exceção do Murilo, nosso antigo baterista que deixou o posto no fim do ano passado. Nossas influências são praticamente aquele clássico e direto Heavy n’ Hard dos anos 80, como Twisted Sister, Iron Maiden e Anthrax, porém nossas influências individuais são bem diferentes, passando desde o Rock Clássico até o Power Metal. Acho que é isso que dá uma característica legal no nosso som.

 

 

 

Alquimia Rock Club: Sabemos que um dos objetivos e características da banda é promover uma maior inclusão das mulheres na produção, difusão e consumo da cultura Heavy Metal. Atualmente o número de bandas formadas por mulheres tem aumentado consideravelmente, aqui no Brasil com destaque para nomes como Nervosa e Sinaya, além das bandas que possuem membros do sexo feminino em sua formação, como Shadowside, Torture Squad e Threesome. Como vocês enxergam a cena atual nesse aspecto?

 

Kelly Hipólito: Quando eu entrei na minha primeira banda, lá nos meus 13 anos, eu não pensava nisso. Eu só queria estar em uma banda e fazer meu som. Depois que fiz meus primeiros shows, eu percebi que isso pesava, o pessoal não estava acostumado com mulher no Heavy Metal (aqui no Brasil, né). Demorou um tempo, e eu comecei a ver as mulheres aparecendo, e isso me afetou positivamente, porque eu me senti mais confortável. Se as mulheres estão aparecendo mais no Heavy Metal, é porque elas deram cara a tapa, chutaram as portas e mostraram suas caras, e isso tá sendo sensacional. Heavy Metal não tem sexo, ponto final.

 

 

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre o tema mulheres no metal, recentemente em uma entrevista para a revista Roadie Crew, a vocalista e baixista da Nervosa, Fernanda Lira, comentou sobre o assunto, dentre as dificuldades ela falou de situações complicadas que as vezes infelizmente acabam lidando, como assédio por parte de “fãs” e a dificuldade de em alguns momentos a banda ter que trabalhar muito mais para mostrar seu valor pelo simples fato de serem uma banda formada por mulheres. Gostaria de saber a opinião de vocês sobre essas situações e se já passaram por alguma dificuldade ou situação indesejada pelo fato de terem uma garota a frente da banda?

 

Kelly: Já passei isso há muito tempo, era constante. Hoje ainda rola, porém comigo já não tem mais papo, eu não explico o que eu faço, eu só subo no palco e calo a boca de quem quer que seja, pode parecer ignorância, mas não é. Eu sempre trabalhei do meu modo, sempre achei que eu não precisava provar nada pra ninguém, eu sempre fui eu, sempre fiz as minhas músicas, não quero parecer mais agressiva, ou me desdobrar pra ganhar respeito. A gente ganha respeito sendo nós mesmas, fazendo o que a gente bem entender e metendo o pé na jaca. Sei que tem muita banda com mulher que passa por esses perrengues, infelizmente a mente daqueles que torcem o nariz não foi muito bem desenvolvida.

 

Alquimia Rock Club: Vocês lançaram em 2018 o EP Stay Heavy. Gostaria que comentassem um pouco sobre esse trabalho. Como foram desenvolvidas as ideias que resultaram nessa estreia e como o público recebeu a banda?   

 

Aron: Tínhamos mais ou menos uma ideia do que queríamos nas nossas composições. Algumas letras a Kelly já tinha escrito há algum tempo, faltava apenas a melodia. Maktub e Trapped In Hell foram composições “novas” escritas por mim e pelo Miguel. A melodia surgia espontaneamente, as vezes em alguma brincadeira durante o ensaio, depois era apenas lapidar a música. Recebemos muitos elogios, e por ser o nosso primeiro trabalho, ficamos muito felizes com o resultado.

 

 

 

Alquimia Rock Club: A Blixten ainda é uma banda muito nova, como vocês veem a cena atualmente, quais as dificuldades encontradas, expectativas e onde a Blixten se encaixa nesse contexto?

 

Kelly: Tem muita banda boa espalhada em cada canto, cada uma com a sua estrada, infelizmente, nem todas conseguem sobreviver. E há diversos fatores envolvidos, uma delas são os contratantes que muitas vezes não oferecem o mínimo. O mínimo seria um som bom, iluminação, uma boa divulgação pra chamar a galera. Já passei situações absurdas. Nós somos do interior, e se a gente pede pelo menos uma ajuda de custo da viagem, o contratante já pula pra trás, não são todos, claro, porém acontece demais. As bandas gastam com ensaio, divulgação, instrumentos, gravação, e uma série de coisas… A Blixten tem vontade, inspiração e muita paixão pelo Heavy Metal, ainda tem muito lugar pra explorar!

 

Alquimia Rock Club: Ao final do ano a banda anunciou a pré-produção de seu primeiro disco cheio, como anda esse processo e o que o público pode esperar desse primeiro álbum completo?

 

Kelly: Estamos no processo de composição, temos em torno de quatro músicas prontas e ainda vem muito mais. O álbum vai ser diferente do EP, não queremos repetir fórmulas, ele vem com mais peso, mais agressividade. Estamos dando tudo de nós para que esse álbum seja muito mais do que todos esperam!

 

Alquimia Rock Club: Vocês também fizeram alguns shows no final do ano com a baterista convidada Larissa Futenma que substituiu interinamente Murilo Deriggi que deixou a banda, vocês já têm um nome definitivo para o posto?

 

Aron: Sim. A própria Larissa assumiu oficialmente as baquetas. Ela encaixou como uma luva na banda e ainda acrescentou muito peso muito bom que será necessário para o próximo álbum.

 

Alquimia Rock Club: Além do novo álbum, quais os planos para o futuro próximo da banda?

 

Aron: Uma turnê de estreia, quem sabe.... Mas o principal é que ele tenha uma crítica bem positiva da mídia.

 

Kelly: Esperamos nunca parar, seguir gravando álbuns, fazendo shows, conhecendo pessoas, bandas, sempre com o Heavy Metal no coração.

 

Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.

 

Kelly: Obrigada demais pelo espaço! E muito obrigada aqueles que nos acompanham, vocês fazem nossa caminhada valer a pena. Stay Heavy, Stay Hard, Stay True As Steel!

 

 

 

“Stay Heavy” está disponível na íntegra nas principais plataformas digitais de música:

Spotify - https://goo.gl/U79hNV 

iTunes - https://goo.gl/iqBE3Z 

Napster - https://goo.gl/YvgyTw 

Amazon - https://goo.gl/25DHjy 

CD Baby - https://goo.gl/nWqJ11 

   

O videoclipe oficial de “Trapped In Hell” também está disponível no canal oficial da banda no Youtube: https://youtu.be/VOcIkgscWjE 

 

 

 

Mais Informações: 

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Confira também a resenha do EP Stay Heavy pelo Alquimia Rock Club: http://www.alquimiarockclub.com.br/resenhas/6275/

 



André BG



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