Entrevistas

Válvera: “Na Europa em muitos reviews tem nos chamado de Neo Thrash”

Por André BG | Em 30/09/2020 - 00:59
Fonte: Alquimia Rock Club

 

Fotos: Leonardo Benaci

 

Com uma recente primeira turnê europeia no currículo e divulgando seu terceiro e mais novo álbum “Cycle of Disaster” que acabou de sair do forno, os paulistas de Votuporanga do Válvera chegam aos seus 10 anos de carreira com muitas outras novidades e uma bagagem digna de respeito. O breve balanço da carreira da banda, bem como as dificuldades enfrentadas na pandemia e os planos para o futuro breve você confere a seguir na entrevista exclusiva concedida pelo guitarrista Rodrigo Torres:

 

Alquimia Rock Club: Primeiramente, gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando sobre o momento atual do Válvera, a banda lançou recentemente o álbum vivo “Cycle of Disaster”, o terceiro da carreira. Gostaria que comentassem um pouco sobre esse mais recente álbum, como foi o processo de composição, desenvolvimento das ideias que resultaram nesse álbum e como foi está sendo recepção por parte do público?

 

Rodrigo Torres: Após o término a passagem do Válvera pela Europa na turnê “Back To Hell”, começamos a entender melhor a cena internacional e sentimos que era a hora de elevarmos o nível das coisas, com isso começamos a idealizar o Cycle, diferente dos outros álbuns do Válvera que tratam de temas mais subjetivos esse é um álbum conceitual, onde abordamos histórias do Brasil que não foram contadas antes e temas mais relevantes da nossa atualidade, como destruição do meio ambiente, corrupção na política, etc... Nossa ideia era fazer um álbum mais moderno, que soasse em 2020 e acredito que conseguimos atingir esse resultado.  

 

Alquimia Rock Club: Esse álbum traz uma mudança importante na formação, com a entrada do baixista Gabriel Prado que substituiu Jesiel Lagoin, que até fez parte das gravações do álbum antes de sair da banda. Gostaria que falassem um pouco sobre essa mudança e como vocês chegaram até Gabriel Prado?

 

Rodrigo Torres: Infelizmente mudanças de formação são coisas muito comuns na nossa cena, acredito que pela falta de recursos financeiros tudo se torna mais difícil na vida artística. Somos muito gratos pelos 9 anos que o Jesiel passou com nós e infelizmente por fatores pessoais, planos de vida, ele não pôde mais seguir com a banda. O Gabriel estudou música na sala do Leandro na Souza Lima, conhecemos ele por isso, ele é um dos melhores baixistas que eu já vi, é um cara muito tranquilo, a química ocorreu de primeira, ele caiu como uma luva na banda, trouxe sangue novo e não vemos a hora de começarmos a trabalhar em sons novos pra que ele possa mostrar todo potencial que ele tem nos graves.    

 

Alquimia Rock Club: Quais são na opinião de vocês as principais diferenças ou mudanças com relação ao álbum anterior “Back to Hell” de 2017? No meu ponto de vista, o som da banda que no primeiro álbum “Cidade em Caos” de 2015 tinha uma cara mais Rock n Roll, está com uma pegada cada vez mais Thrash Metal e agora ganha um toque mais moderno...

 

Rodrigo Torres: Vemos dessa forma também o “Cidade Em Caos” é um álbum mais Rock and Roll, fizemos ele quando morávamos no interior e não tínhamos ideia de como funcionava a cena, muita gente começou a nos questionar porque ao vivo soávamos mais rápidos e pesados do que no CD e aí ocorreu toda uma evolução técnica de estar na estrada tocando muito e assim surgiu o “Back To Hell” com essa pegada mais Thrash. Acredito que o C.O.D. faz parte dessa evolução contínua que estamos tendo, é um álbum predominantemente de Thrash Metal, mas você pode sentir algumas levadas mais Death, o Heavy que sempre está presente e mesmo o Rock and Roll em refrães e coisas assim, nós sempre mantemos a nossa essência. Na Europa em muitos reviews tem nos chamado de Neo Thrash, por causa da sonoridade não datada e da mistura de influências nos sons, temos gostado dessa classificação, fazer algo novo, participar dessa nova onda de metal no mundo sempre foi a nossa intenção.

 

Alquimia Rock Club: Certamente, lançar um álbum em meio a maior pandemia já vivida pelo mundo nos últimos 100 anos é algo completamente inusitado pra qualquer banda e pro Válvera não seria diferente. Como está sendo pra vocês? Em algum momento pensaram em dar uma segurada no lançamento?

 

Rodrigo Torres: Está sendo realmente complicado esse ano, a falta dos shows tem feito a gente sofrer bastante, porém isso está ocorrendo no mundo todo, sabemos que não tem um jeito fácil de passarmos por isso e que provavelmente teremos alguns anos difíceis pela frente. Para o lançamos tivemos todo o apoio do nosso selo americano, a Brutal Records, eles nos direcionaram e nós fizemos um planejamento pensando de uma forma global, sentimos que acertamos na ideia de não adiar, porque os resultados estão sendo muito legais.

 

 

A arte da capa de “Cycle of Disaster” por Marcelo Vasco

 

Alquimia Rock Club: O ano de 2020 marca os 10 anos de atividades do Válvera, qual o balanço que vocês fariam sobre essa primeira década de estrada da banda?

 

Rodrigo Torres: Estamos muito felizes, nos sentimos vitoriosos por estarmos a onde estamos. Os 3 primeiros anos em Votuporanga foram terríveis a falta de perspectiva nos cansou muito e fez a gente dar um salto no escuro e fazermos a mudança para São Paulo sem conhecer ninguém da cena, foram mais dois anos pastando literalmente, até lançarmos o “Cidade Em Caos” e começarmos a ter alguma chance por aqui. Muitas vezes consideramos o real começo da banda em 2015 quando começamos a trabalhar de verdade, com material na mão, mas aceitamos a nossa história, dez anos não é pra qualquer banda. Sabemos que estamos vivendo nosso melhor momento, tendo ganhado o New Rock Bands (concurso da Kiss FM) e com o lançamento mundial do nosso terceiro álbum. Nada mal pra uns moleques que saíram do meio do mato né!?   

 

Alquimia Rock Club: A banda fez sua primeira turnê internacional no ano passado (na Europa), como foi essa primeira experiência no velho continente?

 

Rodrigo Torres: Foi uma experiência que mudou a nossa carreira, poder tocar nesses países, ver como a galera ama o metal, foi surreal, com certeza em breve voltaremos pra lá.

 

Alquimia Rock Club: Nessa primeira passagem pela Europa, quais as principais diferenças que vocês puderam notar em relação a nossa cena?

 

Rodrigo Torres: A maior diferença que sentimos é que o público apoia a arte de uma forma diferente, eles estão lá pra ouvir o seu som, prestam atenção, parece que de certa forma o julgamento é menor, tivemos uma relação muito boa com os fãs. Quanto às bandas sentimos que lá eles têm mais planejamento pra agendar as tours, aprendemos muito com eles e trouxemos muito do que aprendemos para o nosso trabalho aqui no Brasil.

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre essa primeira turnê na Europa, quando ouvimos histórias das primeiras turnês internacionais de bandas como Sepultura e Ratos de Porão, momentos cômicos e inusitados não faltam. No caso do Válvera, vocês trouxeram na bagagem alguma história peculiar ou digna de risos que gostariam de compartilhar?

 

Rodrigo Torres: Tem muita história boa, a maioria não pode ser divulgada (risos), mas uma das melhores que podem ser publicadas é quando num hostel em Frankfurt, um árabe que estava no nosso quarto acordou desesperado no meio da noite gritando “disease, diseaseeee”, e ficava repetindo isso gritando “too small” e a gente sem entender nada, estávamos meio bêbados e perdidos com aquele louco que chorava e falava “ohh nooo”, num inglês quase impossível de se entender, quando percebemos estávamos no meio de uma infestação de carrapatos, às 3 horas da madrugada em Frankfurt na Alemanha. Também tem historias de perrengue (nem tudo são flores) e elas não são tão engraçadas, como quando eu fiquei detido pela polícia no aeroporto de Madrid na Espanha pronto para ser deportado, felizmente a Policial Federal espanhola que fez a entrevista comigo após eu esperar duas horas na beira da cadeia do aeroporto simpatizou comigo e deixou eu seguir viagem pra fazer a tour, mas passei muito perto de ser deportado, foi um episódio lamentável de muito stress.   

 

O guitarrista Rodrigo Torres - Foto: Leonardo Benaci

 

Alquimia Rock Club: Falando um pouco sobre o momento atual do Brasil e do Mundo com essa pandemia do novo Corona Vírus, como vocês estão lidando com essa situação atual?

 

Rodrigo Torres: No primeiro momento foi terrível, pois tínhamos um ano todo planejado, que continha uma tour na América Latina abrindo pro Queensrÿche, mas depois nos conscientizamos que se tratava de uma questão global, que nós como humanidade teríamos que enfrentar isso. É frustrante, mas estamos fazendo o nosso melhor, correndo como podemos, fazendo lives e criando material para entreter a galera, acho que é a nossa responsabilidade como artistas deixarmos a vida da galera mais leve (ou pesada) e dar Metal para o fã poder beber que seja em casa e curtir o nosso som. 

 

Alquimia Rock Club: Além da divulgação do novo álbum (mesmo que de forma alternativa), quais são os planos para o futuro próximo da banda?

 

Rodrigo Torres: Dia 04/10 iremos fazer o show de lançamento no Manifesto Bar em SP numa live que vai ser transmitida no canal de Youtube do bar, faremos dois clipes e esperaremos pela vacina para podermos voltar a ter uma vida, voltar a fazer shows com mais força do que nunca, os planejamentos estão a mil, tour internacional e tudo mais, as coisas estão apenas tomando forma, mas quando o mundo voltar ao normal estaremos voando, podem ter certeza.

 

Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.

 

Rodrigo Torres: Eu que agradeço a oportunidade de poder falar com vocês e contar um pouco da nossa história e nossos próximos passos, gostaria de convidar TODOS vocês para curtirem nossas páginas nos links abaixo e deixar um pedido aos fãs de metal, apoiem as bandas, comprem os merchans, esse é um momento muito difícil para a galera que trabalha com eventos nós fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar, então todo o apoio é necessário! Muito obrigado Alquimia Rock Club, as bandas não sobreviveriam a esse período sem a ajuda de vocês da imprensa, estamos juntos, acompanhem nossas redes sociais que direto soltamos todas as novidades por lá!

 

Válvera é:

Glauber Barreto (vocal/guitarra)

Rodrigo Torrer (guitarra)

Gabriel Prado (baixo)

Leandro Peixoto (bateria)

 

 

 

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Confira o Lyric Video para “Glow Of Death”: https://youtu.be/dyjHEfYSHR4

  

 

 

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