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Música Diablo

Por André BG | Em 29/09/2010 - 21:00
Fonte: Alquimia Rock Club

O disco
Musica Diablo – 2010 – Musica Diablo


Entre tantos projetos e parcerias surgidas no metal ultimamente, fica meio complicado se surpreender com algo novo. Muitas coisas legais foram feitas e outras nem tanto, (dependendo do gosto pessoal de cada um é claro), mas um projeto que vem merecendo destaque aqui no Brasil é com certeza o Musica Diablo. A banda é formada por músicos que já tem uma boa bagagem no undergroud nacional, como o guitarrista e fundador Andre NM (Nitrominds), seu companheiro de Nitrominds Edu Nicollini (bateria), Ricardo Brigas (baixo, Siegrid Ingrid) e o recém chegado guitarrista Andre Curci (Threat), e nada mais nada menos que Derrick Green do Sepultura nos vocais. Apesar da simplicidade do som que não traz nada de muito novo, os caras conseguiram ser bem criativos, a começar pelo nome, já que em algumas culturas a palavra Diablo significa divisor (diferente do que aparenta ser), e também pela arte da capa, que foi feita por Gustavo Sazes, que já trabalhou para bandas como Arch Enemy, Good Forbid e Old Man’s Child, saindo em duas versões diferentes, uma nacional e outra Européia. A produção ficou a cargo de Rafael Ramos que já produziu álbuns de bandas como Matanza e Nitrominds, sendo um velho conhecido de Andre NM e Edu Nicollini.


E esse álbum de estréia que não chega aos 35 minutos, contagia do começo ao fim nas suas 11 faixas, trazendo uma mistura empolgante e grudenta do Thrash Metal oitentista com o Hardcore (para quem gosta de dar nomes aos bois, vem sendo chamado por muitos de Jurassic Thrash Metal). Logo de cara com Sweet Revenge, já podemos perceber um Derrick Green cantando muito como sempre, e essa é uma das melhores coisas que o Musica Diablo mostra, calando a boca de muita gente, pois aqui podemos perceber que o cara vai muito alem do que podemos imaginar; e isso é legal, pois quando ele entrou no Sepultura ninguém conhecia muito seu potencial fora da banda, e agora mostra diferentes formas de cantar como em Live To Buy e em Underlord (essa com toda a certeza uma das melhores do CD). E na seqüência mais paulada com Work Out e Lifeless - que começa com um som de guitarra a lá Slayer, mas tem um refrão bem na linha do Exodus. Não podemos deixar de destacar os riffs de guitarra, e bons riffs aqui é o que não falta; ouça as musicas The Flame Of Anger e Twisted Hate e tente ficar com o pescoço parado. Impossível! E esse efeito ocorre da primeira até a ultima faixa, portanto prepare seu pescoço. A faixa The Rack fecha esse primeiro petardo do Musica Diablo e você fica com aquele gostinho de quero mais, de tão empolgante que o álbum é, ai o jeito é apertar o play novamente e ouvir tudo mais uma vez e depois mais outra e depois mais outra... E bem alto!


O Show
Inferno Club - São Paulo, 25 de Setembro de 2010


Foi no Sábado dia 25 de setembro no Inferno Club que os headbangers de São Paulo puderam matar a curiosidade e conferir pela primeira vez ao vivo o Musica Diablo. O Show estava marcado para as 20:00, mas só foi as 21:15 que a banda de abertura Bandanos subiu ao palco para mandar um set list curto, de apenas 25 minutos, mas o suficiente para aquecer o publico que ainda estava meio tímido. A banda é formada por Luciano (bateria), Marcelo Papa (guitarra), Alex (baixo) e Crisplatterhead (vocal). Tocaram musicas de autoria própria como Indiferença e Testamento e fecharam com um cover do Corrosion Of Conformity.


As 10:05 e com a casa mais cheia, era chegada a hora mais esperada da noite, reunindo algumas feras do som pesado nacional como André NM (guitarra, Nitrominds), André Curci (guitarra, Threat), Edu Nicollini (bateria, Nitrominds), Ricardo Brigas (baixo, Siegrid Ingrid) e, nada mais nada menos, Derrick Green do Sepultura nos vocais. O Musica Diablo executou um set list matador tendo como base seu primeiro álbum que leva o nome da banda. Começaram com Sweet Revenge (que também abre o CD), seguida por The Flame Of Anger e Live To Buy, e logo de cara já deu para perceber que o publico conhecia bem as musicas. Sem perder tempo e nem muito papo mandam Sacrifice, Underlord e Betrayed. A banda aparenta estar bem entrosada ao vivo, levando em consideração que todos tem muitos compromissos com suas respectivas bandas, principalmente Derrick Green, que esta bem solto no palco, interagindo bem com o publico (que no Inferno Club fica bem próximo do palco), falando muitos palavrões causando gargalhadas gerais devido seu sotaque americano. Work Out, In The Name Of Greed e Twisted Hate antecederam o primeiro clássico da noite: Refuse Resist. É óbvio que não teria apenas músicas próprias no set list, já que o álbum do Musica Diablo não passa dos 35 minutos, e se enganou quem esperava por alguma musica da fase do Derrick no Sepultura. Na seqüência mandaram mais duas pauladas, The Rack e Lifeless, as últimas que faltavam de seu álbum; então chamaram ao palco o baixista Lalo do Nitrominds para mandar Surf Nicarágua do Sacred Reich, gravada pelo Nitrominds no álbum de versões Kill Emo All, lançado nesse ano. E para fechar essa grande estréia do Musica Diablo em São Paulo, mais um clássico do Sepultura, Troops Of Doom. Vida longa ao Musica Diablo!


A entrevista


Após a apresentação no Inferno Club, o Alquimia Rock Club entrou em contato como guitarrista André Nitrominds. Na entrevista abaixo, André fala de como formou a banda, dos shows que já fizeram e dos futuros planos para o Musica Diablo.


Alquimia - Quando e como surgiu a banda? E como vocês chegaram até o Derrick Green? Já o conheciam antes?


André NM – A banda surgiu em 2008, como uma brincadeira, um “tira stress”, e acabou virando o que virou. Eu liguei pro Derrick porque precisava de um vocalista. Achei que a voz dele ia combinar com a banda. E deu certo, ele topou essa parceria.


Alquimia - O CD de estréia saiu a pouco tempo. Como foi o processo de composição, já que todos têm muitos compromissos com suas respectivas bandas?


André NM - Nesses dois anos a gente foi fazendo as músicas; existem períodos mais ocupados outros não, fazemos, gravamos e enviamos pro Derrick fazer as letras. A banda ensaia geralmente uma vez por semana, com o Derrick apenas quando ele está no Brasil. É difícil, porém quando se tem vontade de fazer o negócio, tudo flui.




André BG



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