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Duas grandes perdas pro Rock Nacional em 2011

Por Fabiano Cruz | Em 03/10/2011 - 21:47
Fonte: Alquimia Rock Club

Duas figuras importantes para a história do Rock Nacional deu adeus aos fãs no mês de Setembro nesse ano de 2011. O primeiro, no começo do mês, no dia 09, foi o multi instrumentista Manito. Musico desde os quatro anos de idade, já na década de 60 se tornou um dos maiores nomes do Rock nacional, a fazer parte da banda Os Incríveis, que participou na Jovem Guarda, tocando Sax; gravou disco como Para os Jovens que amam os Beatles, os Rolling Stones e...os Incriveis, eu marcou época. Nos anos 70, participou de uma turnê do Made in Brazil e fundou, ao lado do Pedrinho e Pedrão, o que seria seu trabalho mais famoso: a banda de Progressivo Som Nosso de Cada Dia, cujo álbum Snegs é considerado por muitos – inclusive fãs e admiradores do Progressivo de fora do Brasil - como um “masterpiece” do estilo.


Sempre trabalhando, hora revitalizando e trazendo o Som Nosso de Cada Dia aos novos tempos, hora em seus projetos solos bem voltados ao Jazz, Manito travava uma batalha contra um câncer na laringe desde 2006, sempre discreto e sem alardes – particularmente no Festival Psicodália em que o Som Nosso de Cada Dia tocou e tive contato direto com ele em uma agradável conversa, ele não demonstrou em nenhum momento que estava doente ou debilitado. A doença o venceu a pouco mais de três meses, onde mal conseguia falar e comer. O corpo do músico foi enterrado no Cemitério Horto Florestal, na zona norte de São Paulo.


A outra grande perda foi um dos pioneiros do Punk Rock do Brasil, o vocalista e fundador do Cólera Redson. Uma úlcera no estômago que foi causada por remédios e analgésicos em que tomava regularmente – não temos a informação nem quais remédios e nem para o quê Redson estava os tomando – e seu corpo não os processava direitamente, causando resíduos dentro do seu corpo e perfurações internas. Na madrugada do dia 27, foi para o hospital reclamando de fortes dores e tossindo e vomitando sangue. Isso fez com que Redson forçasse muito seu corpo, culminando numa parada cardio-respiratória em um processo de morte de mais ou menos 10 horas.


Triste fim para o fundador do Coléra em 1979, banda e personagem que ajudou a construir a história do Punk Rock no Brasil. Participou de eventos importantes, como o lendário festival Começo do Fim do Mundo no SESC Pompéia, em 1982. Sempre lutando pelo Punk, criou selos como o Estúdio Vermelho e o Ataque Frontal, lançando discos importantes como a coletânea SUB (onde o Fogo Cruzado e o Ratos de Porão participaram) e discos antológicos como Tente Mudar o Amanhã e Pela Paz em Todo Mundo; Redson lutava bravamente no underground lançando os discos sempre de uma forma independente. A importância dele para o Rock nacional se viu em seu enterro, onde personalidades como Marcão, vocalista do Lobotomia, Clemente dos Inocentes, Edgard Scandurra e Pompeu do Korzus prestaram suas últimas homenagens.


O Alquimia Rock Club se despede dos dois importantes nomes párea a construção do Rock Nacional com dois vídeos. O primeiro tras a apresentação especial do Som Nosso de Cada Dia dentro do Teatro Municipal antes de sua reforma na Virada Cultural de 2008, onde apresentou o álbum Snegs na íntegra e o segundo trás o Cólera no festival Vastavirta Klubi, na cidade de Tampere, na Finladia, também no ano de 2008

 



 




Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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