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13 de julho, o dia mundial do Rock!

Por Bruno Veloso | Em 12/07/2019 - 04:09
Fonte: Alquimia Rock Club

Rock and Roll: O termo que virou música a música que virou um ritmo, o ritmo que virou um estilo de vida

 

Segundo o Wikipédia "o dia mundial do Rock" é: "A data celebra anualmente o Rock e foi escolhida em homenagem ao Live Aid, megaevento que aconteceu nesse dia em 1985. A celebração é uma referência a um desejo expressado por Phil Collins, participante do evento, que gostaria que aquele fosse considerado o "dia mundial do Rock"

 

Em meados dos anos 90, duas das principais rádios de São Paulo deram ênfase na divulgação dessa data, os critérios, a legitimidade da escolha da data para um dia Mundial do Rock é questionada, a data é reconhecida como tal somente no Brasil, e o fato é que a cada ano que passa essa comemoração cresce e tem tido mais apoio, inclusive do poder publico, com eventos pipocando pra todos os lados e alguns inclusive gratuitos.

 

O Rock and Roll  de naturalidade norte americana, filho bastardo do Blues quem sabe com o Country, menino inquieto que começa sua jornada no final dos anos 40 e começo dos anos 50 e veio "transando" com o Folk , o gospel, a musica clássica, o soul, ragtime, o boogie woogie, o R&B, o Jazz e ao se espalhar pelo mundo todo foi adquirindo mais e mais elementos, evoluindo, ramificando e gerando outros filhos e formando uma família enorme, desde sua gestação com  Sister Rosetta Tharpe, Jimmy Preston, Goree Carter, Ike Turner até o seu nascimento com Bill Haley and His Comets e "Rock Around the Clock" passou por dificuldades até conseguir alguma atenção comercial e entrar  na sua adolescência, vieram o futuro Rei: Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis, atravessou o oceano conquistou os ingleses e veio a "Invasão britânica" puxada pelos Beatles e mais  Rolling Stones, The Who, The Animals, The Kinks, The Yardbirds, Led Zeppelin, Queen, Black Sabbath, Deep Purple, caminhou pelos anos 70,  80, 90, 2000, 2010, a "família" cresceu com o: Hard Rock, Heavy Metal (este com uma ramificação enorme), Rock Progressivo, Rock Psicodélico, Punk Rock, Pós-Punk, Alternativo, Grunge, New Age, Indie Rock e muitos outros sub estilos e até os dias de hoje vem se transformando, reinventando e segue firme sua jornada.

 

O Brasil acompanhou a historia, a regravação de Nora Ney do grande sucesso: "Rock Around the Clock" em 1954 deu inicio ao que seria uma paixão entre os jovens brasileiros, ela teve algumas versões em português gravadas logo depois sem o mesmo sucesso, e foi formado o grupo vocal The Sputniks que teve em sua formação músicos que fizeram historia como Tim Maia e Roberto Carlos, além deles também Erasmo Carlos e Jorge Ben também foram influenciados pelo Rock and Roll e Rockabilly e tinham seus grupos, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Pra Frente Brasil") e gravada por Cauby Peixoto 1957 foi o primeiro rock original em português, Tony e Celly Campelo são os primeiros ídolos do Rock Brasileiro, 1956 e 1957 são anos em que muitas versões são gravadas, e essa é a pré-história do nosso Rock and Roll...

 

Chegam os anos 60, Roberto Carlos se firma como o maior ídolo do Rock Brasileiro até então, temos também Erasmo Carlos e os Snakes, Eduardo Araújo, Ronnie Cord (o do hit "biquíni de bolinha amarelinha”) surgem grupos instrumentais como The Jet Blacks, The Jordans e The Clevers, e então estreia o programa de TV Jovem Guarda apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderleia que com picos de 90% influenciaria tida uma geração e também revelaria mais nomes como: Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani e Dick Danello, dentre outros e no final dos anos 60 o rock brasileiro começa a sair do “iê- iê –iê”, surge a tropicália que misturava ritmos brasileiros com toques de Rock psicodélico, Erasmo, Eduardo Araújo e Ronnie Von flertam com o psicodelismo, mas o grande destaque são os Mutantes formados por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, em 1968 Raul Seixas grava com os Panteras, anos 70 tem Bixo da Seda, Secos e Molhados, Raul Seixas em sua carreira solo, O Terço, Made in Brazil, com o desmanche dos Mutantes nasce Rita Lee & Tuti-Frutti e o Patrulha do Espaço tem também  Casa das Maquinas; Sá, Rodrix & Guarabira , A Bolha, tivemos nossos festivais como: o Festival de Verão de Guarapari em 1971, o Festival de Águas claras em 1975,Vem o final da década e a talentosa Banda Joelho de Porco antecede o movimento Punk Brasileiro.

 

O Punk nacional vêm com tudo no começo dos anos 80 em São Paulo e Brasília com as bandas Restos de Nada, AI-5, Condutores de Cadáver, Detrito Federal e Aborto Elétrico (banda de origem dos fundadores da Legião Urbana e do Capital Inicial), surgem os selos independentes e com eles as bandas Inocentes, Cólera, Olho Seco, Ratos de Porão, Lixomania, Vírus 27 e em  São Paulo no ano de 1982 o  festival "O Começo do Fim do Mundo"  marca a posição do estilo no cenário, Posteriormente surgiram mais bandas Punks como 365, Não Religião, Devotos do Ódio, a coisa da uma estagnada e em meados da década de 90 influenciado por diversos fatores  o Punk na mídia dá uma revitalizada e algumas bandas como os Inocentes e o Cólera voltam a ter visibilidade na cena, junto com Garotos Podres, Excomungados, DZK, e bandas formadas na segunda metade da década como Colisão Social, Autogestão, Herdeiros da Revolta, Fobia, Flicts, Menstruação Anarquica e muitas outras.

 

É na Década de 80 que acontece a explosão comercial do Rock Brasileiro aqui em terras tupiniquins, primeiros shows internacionais de bandas Consagradas como Queen, Kiss, Alice Cooper e bandas como Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Barão Vermelho, RPM, Metrô, Dr Silvana, Kid Abelha, Ultraje a Rigor, Ira!, Magazine, Radio Taxi, Lobão, Blitz, Lulu Santos dentre outras acessam a grande mídia e popularizam o estilo, o festival  "Rock in Rio" bateu recordes e chamou a tenção do mundo,  enquanto isso de meados para o fim da década o Heavy Metal Brasileiro em todas as suas vertentes que vai ter bastante visibilidade nos anos 90 com bandas como o Sepultura e Angra vem construindo suas bases no underground com gravadoras independentes como a Cogumelo Records em Minas Gerais e a Woodstock Records em São Paulo, e vão surgindo bandas como Viper, Sepultura, Overdose, Sarcófago, Korzus, Dorsal Atlântica, Vulcano, Harpia, Volkanas, Vodu,  e vamos nos dirigindo aos anos 90 com Dr. Sin, P.U.S, Genocídio, Krisiun, o Sepultura ganha expressão mundial, o Angra também tem bastante exposição internacional, e com a globalização e a evolução da internet o movimento que começou nas garagens sendo divulgado por fanzines e depois revistas especializadas ganhou uma maior amplitude e apesar de fora da mídia vai muito bem no que se refere a qualidade das bandas e continua se organizando no underground.

 

Esta matéria não tem a intensão de contar a história do Rock em todos os seus detalhes, para isso seria necessário um livro e provavelmente com muitos volumes, me desculpem os mais exigentes se acharem falta de algo nessa introdução, eu a fiz em linhas gerais que eu acreditei necessária para embasar essa conclusão e pesquisei na internet para estrutura-la, e o Brasil sendo um país continental a diversidade de influencias é muito grande, perante a realidade é fato que como somos uma filial cultural e não matriz, quando vemos a coisa de maneira global sabemos que a nível mundial salvo algumas exceções que se destacaram não temos uma grande representatividade no show business mundial com nosso Rock, e nem acessos as ferramentas necessárias para tal, no momento nem a grande mídia nacional da muita importância, somos ou deveríamos ser orgulhosos dos nossos talentos, da nossa história musical, nos organizamos no underground e se tem mídia bom, se não tem, as pedras não param de rolar, dói, as vezes machuca mas não o suficiente pra matar, nossos músicos, os fãs, os empreendedores do Rock como os de veículos de comunicação especializados, casas de shows, selos independentes, youtubers, divulgadores, enfim todos que compõe a cena são persistentes e fieis, verdadeiros guerreiros, vamos dizer que não nos destacamos pela união no que se refere a cena ou temos muita interação entre as diversas cenas existentes, mas graças aos "Deuses do Rock" isso não é uma regra geral, e essa falta de união não é exclusivamente do Rock nacional e sim cultural aqui da "Terra de Santa Cruz" é difícil sair daqui algo organizado pra atingir um objetivo coletivo, aqui as coisas nascem espontaneamente e pegam força, se destacam pela energia e ousadia, e nada seria mais ousado do que proclamar:  O Dia Mundial do Rock.

 

Em nome da revolução esta proclamado o Dia Mundial do Rock, quem gostou, gostou, quem não gostou que fique sem gostar, mas nós da "Nação Rockeira Brasileira" agradecemos, e vamos comemorar com fervor a nossa data, não vamos comemorar apenas um ritmo musical, vamos comemorar um estilo de vida, o Nosso "ROCK N' ROLL WAY OF LIFE"

 



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




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