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Com confusão e peito de fora, Iggy Pop coroa o rock no Festival Planeta Terra

Por Bruno Veloso | Em 08/11/2009 - 23:12

Fonte: Do G1, em São Paulo


    Foto: Flavio Moraes / G1 

 
 

Quando a Iguana do rock Iggy Pop saiu do palco com as calças caindo e as nádegas à mostra neste sábado (7) no Playcenter, uma das noites mais disputadas para os fãs de rock em São Paulo chegava ao fim. O Festival Planeta Terra ainda teria mais uma apresentação (o duo Brasil-EUA N.A.S.A) e uma dupla de DJs, mas um dos maiores destaques da noite, pela terceira vez no país, deixava o palco perto da hora em que, do outro lado da cidade, Perry Farrell e seu Jane’s Addiction fechavam o outro festival importante da cidade, o Maquinária.

 
Lenda viva do rock, Iggy fez uma noite onde foi a principal estrela, ao lado do Sonic Youth. Sem camisa, desfilava sua pele um tanto flácida e sua nova barriga de um lado ao outro do palco, com um repertório que começou concentrado em seu disco “Raw power”, de 1973 e que acabou com hits da carreira solo e da fase inicial com o Stooges.

Antes de tocar “Loose” (e depois de ter cantado clássicos como “Raw power” e “Search & destroy”), convocou os fãs para o palco, que atenderam prontamente ao pedido. Com uma multidão de quase cem pessoas lotando o espaço, se divertia sem preocupações. Quando chegou a hora do público voltar para a pista, pausa e solo de sax de Steve Mckay, enquanto a segurança tentava expulsar os mais aguerridos.

De repente irrompe uma briga enquanto um fã mais afoito tenta agarrar Iggy, e os seguranças em volta o nocauteiam – mas o cantor não se importa muito com o caos, e segue o barco. Na frente do palco, mais confusão, inclusive entre seguranças e fotógrafos. Alguns dos feridos foram encaminhados à enfermaria, que diz ter registrado em torno de 140 atendimentos durante o festival, sem nenhuma gravidade.

A banda deixa o palco depois de “I wanna be you dog”, hit undeground do primeiro álbum os Stooges, só para voltar com um bis de luxo, com faixas da carreira solo do cantor, como “The passenger” e “Lust for life”.

Mas Iggy não foi a única lenda do rock em um festival que escolheu novos artistas menos expressivos para seu palco paralelo – em 2008, foram Animal Collective, Spoon e Breeders, contra Metronomy, Ting Tings e Patrick Wolf em 2009.

 

Sem hits


Sem tocar hits, o Sonic Youth brilhou de baixo de uma forte chuva. O set list da banda novaiorquina foi baseado em “The eternal”, seu mais recente disco. Com o reforço do Pavement Mark Ibold no baixo, o grupo liderado pelo casal Kim Gordon e Thurston Moore encharcou de distorção e microfonias o estacionamento do Playcenter. 

 

  Foto: Flavio Moraes / G1

 

Entre as 16.200 pessoas presentes, os fãs dos decanos do indie compareceram em peso – a imagem de camiseta mais popular em todo o festival era a estampa com a capa do disco “Goo”, de 1991 – e não se intimidaram com a chuva. Surgiam capas, sombrinhas, lenços e até sacos plásticos amarrados na cabeça, tudo para não perder o show. Quando os roadies vieram à frente para secar os pedais de efeito, Thurston brincou: “Não precisa secar não, eu gosto quando eles ficam molhados”.

Se o indie é o novo classic rock, o Sonic Youth é o novo Rolling Stones, com gás e inspiração, mas sem fazer concessões – ou seja, nada de suas “Satisfactions” (“100%”, “Sugar kane”) no repertório. Ainda assim, ensaiaram tocar “Teen age riot” perto do final do show e fecharam a apresentação com a quase tradicional Jam barulhenta m “Death Valle ‘69”.

Ainda no palco principal, os também veteranos do Primal Scream pareciam realmente na hora da aposentadoria no seu show quase burocrático. Fleumático e com uma camisa de oncinha com as mangas mais longas do que seu blazer preto, o líder Bobby Gillespie para duas vezes “Xtrmntr” e acaba desistindo de uma vez. O show é morno, e a banda não parece se esforçar nem em hits como “Rocks”.

Completando a escalação do palco principal, Maxïmo Park chegou ao país com seu pós-punk roqueiro e cheio de refrões com quase cinco anos de atraso. Os brasilenses do Móveis Coloniais de Acaju, ainda de dia, botaram o público para pular, e o Macaco Bong abriu as atividades com seu poderoso rock instrumental.



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




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