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Gillan fala sobre seu novo trabalho

Por Paulo Araújo | Em 06/05/2009 - 12:35
Fonte: Alquimia Rock Club

Uma das maiores vozes do Hard Rock, Ian Gillan, depois de 10 anos sem lançar um material solo, lança nesse ano o disco One Eye to Morroco. Um álbum bem diversificado musicalmente, mostrando toda sua influência, sendo que difere bastante de tudo que fez até hoje, tanto em carreira solo como com o Deep Purple.

 
“Com o Purple, temos um pouco de pressão quando entramos em estúdio sem absolutamente nada. Com esse álbum, tive 38 músicas escritas durante os últimos quatro ou cinco anos. O mais difícil foi selecionar elas para o álbum”, explica Gillan sobre como foi concebida a música de seu novo trabalho. O título do álbum diferenciado chama a atenção: “É uma interessante história”, começa Gillan a contar como foi dado o nome ao disco. “Quando eu estava terminado o álbum eu tive uma história na Polônia. Estava em Cracow, num bairro judaico com um amigo, que estava explicando sobre Oscar Schindler e quando ele falava, uma bela mulher andava ao meu lado e acompanhei ela atravessando a rua com meus olhos, até que desapareceu. Voltei a realidade e perguntei ao meu amigo o que ele estava dizendo, e ele disse que eu tive um olho em Marrocos, o que basicamente quer dizer que alguém tem um olho maravilhoso. Em polonês, o ditado diz que ‘você tem um olho em Marrocos e outro no Cáucaso’. Isso literalmente diz que você é ‘vesgo’ e olha em duas diferentes direções. Mas, filosoficamente, ele diz que você sonha de dia, como quando você senta no escritório pensando sobre o que fará no fim de semana. Eu acredito que isso é perfeitamente uma metáfora musical como se o Purple fosse meu Cáucaso e meu trabalho solo minha diversão de fim de semana.”
 
 
Voltando a criação das músicas, Gillan explica a facilidade que teve em estúdio. “Gastamos uma semana ensaiando e fomos até o Canadá para gravar, que demoramos 3 dias para gravar todas as músicas e vocais. Basicamente tivemos uma oportunidade para fazer o álbum inteiro com uma quebra para descanso, que pegamos outros 10 dias para finalizar.”. Gillan também filosofa sobre as músicas serem menos virtuosas que as que já tinha feito em trabalhos anteriores. “Esse álbum realmente não é um trabalho de performances virtuosas. Nós não desejamos por um grande solo de guitarra ou uma grande virada na bateria. Nós desejamos que os músicos dessem suporte á música.”
 
 
Já falado que ele compôs 38 músicas, e o processo de seleção foi difícil, Gillan fala como foi a escolha. “Nós analisávamos as músicas conforme o título do álbum. ... Selecionamos 50% da música na primeira seleção, e depois tiramos mais 50%, e a seleção final saiu daí”. E o que fará com as sobras? “Bem, nós escrevemos mais 10 depois que o álbum saiu, então temos cerca de 40 músicas novamente. Não sei bem o que faremos com todas essas boas canções”
Musicalmente, One Eye to Morroco é bem diversificado. Gillan explica como colocou toda as sua sinfluências no álbum. “Gosto de Ray Charles, Dusty Springfield, Ronnie Dio, Led Zeppelin, Creedence, Dixie Dregs, Chris Bennet, Lonnie Donnegan, Small Faces, Jimi Hendrix, Rolling Stones, Edgar Winter, Beatles e Dean Martin,. Isso é todo tipo de som que eu cresci escutando e trouxe ao Deep Purple. Combinado com a influência de Big Band do Ian Paice, com a influência erudita do Jon Lord, a música folk do Roger Glover e as técnicas de estúdio e de Rock ‘n ‘Roll do Blackmore, temos a química do Deep Purple. Se olhar todos esses elementos, você pode ver minhas raízes musicais”.
 
 
“Se você gravar para agradar as pessoas como uma oposição em fazer uma música mais natural dentro de ti, então é melhor não gravar. Nós sempre gravamos o que vem naturalmente e algumas vezes coincide com o gosto do público, algumas vezes os fãs gostam, outras não”. Gillan mostra que não fez o álbum para os fãs, e sim para ele mesmo, e não mostra nenhum medo se os fãs não gostarem do álbum, inclusive se tiver comparações com o Purple. “Não é como o Deep Purple, é menos intrusivo e um pouco mais íntimo, e as rítmicas são um pouco mais ‘quentes’ também’”. E mostra que esse lado mais sedutor e dançante esta em sua faixa favorita do trabalho. “Minha favorita faixa é Girls Góes To Show, com sua base caribenha, bem Reggae”.
 
 
Fechando sobre o novo trabalho, Gillan não vê mais uma turnê solo pela frente. “Realmente não pensei nisso, porque o tipo de som que temos não precisa ser apresentado. Mas acredito que tenha uma demanda por shows. Se tiver memso, farei alguns de uma forma muito especial”.
 
 
Bem, temos ai um pouco da visão que o próprio Gillan tem de seu novo trabalho. Na seção Resenhas CD, o Alquimia fez uma resenha desse seu novo trabalho. 


Paulo Araújo

 Membro Fundador




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