Resenhas

Rush - 1981 - Moving Pictures

Por Fabiano Cruz | Em 06/04/2009 - 14:34
Fonte: Alquimia Rock Club

O Rush sempre foi uma das minhas bandas preferidas. Completos, sempre colocaram em seus complexos álbuns vários elementos do rock em geral, desde o Hard Rock ao Progressivo. E esse álbum lançado em 1981 é o auge da criatividade desse extraordinário trio canadense, formado por Geddy Lee (voz, baixo, sintetizadores), Alex Liferson (guitarra) e Neil Peart (bateria). Vindo do também aclamado álbum Permanent Waves, o Rush gravou este clássico de última hora, já que a idéia principal era lançar um ao vivo da turnê do último álbum. Feito tudo (desde criação á mixagem) na terra natal do grupo, o Moving Pictures mostra a banda em sua melhor forma, totalmente entrosados e inspirados nos temas gravados.

O disco abre com Tom Sawyer, um dos maiores hits do Rush (o single chegou ao 1º lugar no Mainstream Rock Track) baseado no livro de Mark Twain “The Adventures of Tom Sawyer”, já mostrando as intrigantes levadas que percorre pelo disco e com bastante teclado, o que para muitos faz o Moving Pictures um divisor na história da banda, um disco de transição entre o período Progressivo para o período mais “pop”, onde os teclados predominam nos trabalhos. Red Barchetta, um divertido conto sobre carros e velocidade (a Ferrari 166 MM Barchetta foi a inspiração), mostra o grande entrosamento da banda, onde Liferson e Lee gravaram suas partes em um take só. Em seguida, YYZ (código Morse do Aeroporto Internacional de Toronto) mostra toda a sua força, se tornando um dos temas instrumental mais conhecido na história do rock, tanto que ainda é presença obrigatória nos shows da banda. Sempre averso a mídia e um tanto tímido a câmeras e entrevistas, Peart mostra todo seu descontentamento com a fama na letra de Limelight, um tema de belas melodias, mas ao mesmo tempo melancólica, principalmente no solo de Liferson.

Para quem adquiriu o formato original de lançamento desse trabalho, o lado B do vinil começa com os sintetizadores de The Camera Eye, o tema mais longo do álbum e o mais trabalhado, a harmonia da guitarra predomina sobre as várias partes que esse tema tem. Witch Hunt chega com um começo bem enigmático que continua pela composição, que conduz com perfeição ao tema final do álbum, Vital Signs, que mostra um Rush além de criativo, ousado, com sua levada bem reggae e um belíssimo solo de Geddy Lee.

Um álbum que não tem outra palavra pra dizer a não ser fantástico, item obrigatório na coleção de qualquer pessoa que se diz amante da música, e não somente do Rock’n’roll. Um toque pessoal, esse disco sempre foi importante para mim, pois foi ele que me mostrou muito do que o rock pode ter, mas por um certo acontecimento comigo (que me levou a fazer essa resenha), hoje ele se tornou uma das peças fundamentais de minha vida.

 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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