Resenhas

Opeth - 05/04/09

Por Fabiano Cruz | Em 11/04/2009 - 15:11
Fonte: Alquimia Rock Club

Falar do show de uma banda da qual sou fã é um pouco complicado, pois a resenha pode cair num ostracismo danado... mas não fui o único que ficou de boca aberta com a apresentação de Mikael Akerfeldt...

 

Bom, depois de uma tempestade nas costas (até cheguei cedo, mas dando uma de "bonzinho" não quiz cortar a fila - o qual tinha um amigo ja na porta - demorei pra entrar e desabou aquela tempestade....) entrei no Santana Hall pela primeira vez.... bem, a casa, apesar de simples, achei perfeito o som e a produção local. Apesar de uma pequena confusão na entrada (não podemos culpar os seguranças, pois fizeram o máximo para quem não tinha entrado ainda entrar rapidamente por causa do pequeno alagamento que estava acontecendo na frente da casa), o serviço dentro do salão foi legal, diferende de muitas casas que maltratam e menosprezam o público voltado ao Heavy Metal

 

Entrei durante a apresentação da banda de abertura: Of the Archangel. A banda, apesar de eu ter escutado pouco, foi de boa escolha. Fizeram um Gothic/Doom que me lembrou, das músicas que ouvi, algo de Moonspell. Uma banda que irei prestar mais atenção em seu trabalho e conhecê-los melhor.

 

Já menos encharcado (porque seco mesmo, so quando cheguei em casa), tomei minha posição ao lado do palco quando as luzes se apagam, e a banda entra tocando Heir Apparent, do último trabalho Watershed. Logo na primeira música, a banda já se mostrou extremamente competentes.... a presença de palco do guitarrista Fredrik Akesson e do baixista Martin Mendez são um show a parte... emendam com a já clássica Ghost Of Perditon, um som que ao vivo é bem superior em CD. Alias, a banda ao vivo é excelente, mais pesados nas partes rápidas e mais psicodélicos nas partes progressivas.

 

Godhead'd Lament, do álbum Still Life,  chega com sua harmonia cadenciada, seguida de Creedence, as primeiras nuances da formação progressiva (não que nas outras músicas já não tinha, mas aqui começa a ficar bem forte) de Akerfeldt. Hessial Peel e The Lepper Affinity mostra ainda mais o poder das músicas da banda ao vivo, com todos presentes cantando as letras e melodias.

 

Closure chega para impactar todos... essa música já é bem pessoal para mim (por cuasa da letra) e da forma que foi tocada, com passagens progressivas de bastante impacto, deixou não somente eu, mas todos que estavam vendo hipinotizados com a banda. Aliás, aqui cabe um comentário sobre o líder e compositor Mikael Akerfeldt. É incrível como uma pessoa pode comandar com perfeita maestria um som complexo como o do Opeth ao vivo, com a banda consistente a apresentação inteira e público em mãos, além de ser um cara muito carismático e engraçado! As piadas contadas entre uma música e outra, como depois de comentar sobre as mulheres brasileiras solta um "Jesus!" muito engraçado, ou um comentário sobre a camisa do filme Conan que usava, falando que é um dos piores filmes que viu, mas que o Schwarzenegger está "Very sexy"

 

Continuando com The Night and the Silent Water, a apresentação vai chegando ao seu clímax (apesar de poucas músicas, a apresentação beirou duas horas - as músicas são longas, por volta de 8 a 10 minutos de duração, mas que mal são sentidos), que fecha, antes do bis, com a The Lotus Eater, um som que deixou todos extasiados tamanha perfeitção.

 

Depois de uma curta pausa, o Opeth volta ao palco com Arkefeldt apresentando a banda (claro, sem deixar as piadas em relação ao seus colegas de banda) e mandando um dos clássicos deles: Deliverance, num final de show grandioso. Faltou som? Faltou, com os presentes pedindo incansavelmente Demon of the Fall e Bleak. Arkefeldt até chegou a fazer uma pequena reunião no palco, mas como a casa reabriria logo após para outro show (um público totalmente diferente dos Headbangers presente), não havia mais tempo para atender o pedido.

 

Uma apresentação, que pelo impacto e perfeição, vai ficar bastante tempo na minha memória, e como Arkefeldt disse "is the first time in Brazil, but don't is the last". Esperamos anciosos para apróxima apresentação do Opeth!

 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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