Resenhas

Dream Theater - Credicard Hall - Sao Paulo - 19/03/2010

Por Fabiano Cruz | Em 22/03/2010 - 20:56
Fonte: Alquimia Rock Club

Numa noite agradável de sexta feira (tirando o infernal trânsito na Zona Sul de São Paulo, onde fica o Credicard Hall – mas isso nem precisaria dizer, já que o trânsito já faz parte do cotidiano paulista), a considerada maior banda de Metal Progressivo faria mais um show em nossa cidade, na terceira turnê seguida que passam pelo Brasil (dessa vez com mais shows em outras cidades, como Porto Alegre, Coritiba e Rio de Janeiro), com a banda Bigelf, uma grata surpresa que o Dream Theater nos trouxe, fazendo a abertura dos shows na turnê Sul-americana.


Mas antes de falar dos shows, tenho que falar os pontos negativos. Os não, somente um: a casa Credicard Hall. Sinceramente não é possível que em uma cidade que tem casas já de renome (como o Via Funchal) e novas casas que já mostrou o potencial para shows de Metal (como o Santana Hall) tem organizadores que ainda levam shows de Metal ao Credicard Hall. Definitivamente lá não é casa de shows para esse estilo! Novamente uma banda competente só não foi prejudicada pela garra e profissionalismo que tem no palco (lembram do Black Sabb.. ops! Heaven and Hell tempos atrás?). Novamente a acústica e o som embolado nos é mostrado que essa é uma casa a ser esquecida... Fora o péssimo suporte ao público, pois muita gente chegou bem cedo e mesmo assim, com a longa fila e alguns tumultos na entrada, não conseguiram ver o Bigelf. E se eu começar a falar da putaria e sacanagem (para não escrever coisa pior aqui) de Pista VIP em uma casa fechada...


Bem, vamos aos shows. Com o tema do Star Wars, o Bigelf sobe ao palco. Não conhecia muito da banda, mas seu som sem rótulos e com aquela pitada da psicodelia dos anos setenta agradou aos presentes! Vestidos ao caráter e com instrumentos “vintages”, a banda conquistou o público – que, entre nós, é difícil para uma banda de abertura. Perto do fim, Mike Portnoy sobe ao palco para cantar junto uma música com os caras, principalmente fazendo uso de sua voz gutural! Um bom show de começo!


Com quase meia hora de atraso, o Dream Theater começa, com uma pequena introdução, o show e a primeira música a ser tocada é A Nightmare to Remember, mesma faixa que abre o último trabalho de estúdio da banda, Black Clouds & Silver Linings. Apesar de ser uma música longa para ser a primeira e com o som embolado, foi uma boa escolha para abrir o show, sendo tocado logo após A Rite of Passage, música de trabalho do último disco. Logo de começo a banda já mostra entrosamento e profissionalismo ímpar, driblando os defeitos do som da casa. Mike Portnoy e John Myung seguraram bem as bases e James LaBrie ta numa ótima fase, se mostrando mais seguro de si, diferente de outros shows que vi da banda. John Petrucci, meio “diferente” esse ano para muitos – inclusive tocou somente com duas guitarras e quem percebeu de perto seu set-up de pedais, não estava lá toda a tecnologia em que ele usa – tocou um solo depois das músicas de introdução, mostrando toda a sua técnica e estilo que o faz, para muitos, ser um dos melhores guitarristas da atualidade.


Após o solo de Petrucci, a banda toca Hollow Years, do Falling Into Infinity, seguido de um dos momentos mais altos do show: o solo do tecladista Jordan Rudess... Não teve quem ficasse de boca aperta com sua performance! Misturando um carisma incrível com doses de humor (não tinha quem não soltasse umas risadas com ele duelando contra si mesmo no telão), mostrou uma criatividade incrível, inclusive solando com seu iPhone! Aclopado ao seu sintetizador e usando um software chamado Bebot, foi incrível como ele tirou sons de um simples aparelho! E o pique seque na música que foi surpresa da noite: Prophets of War, tocada somente aqui em São Paulo. A banda segue com a Wither que, mesmo todos os presentes cantando junto, particularmente não achei uma boa canção para ser incluída no show, pois quebrou um pouco a adrenalina que o solo de Rudess e a Prophets of War tinha deixado.


As próximas três músicas foi o ponto mais alto do show. A banda toca na sequência a instrumental Dance of Eternity, One Last Time e The Spirits Carries On, do aclamado Scenes of a Memory. Apesar do publico ter gostado (em muito!) de ter visto essas três músicas seguidas, eles poderiam ter tocado somente uma e ter colocado outros sons, pois em uma de suas passagens já tocaram esse disco na íntegra. E com o público na mão, começam Pull Me Under, onde no meio começaram vários duelos de solos entre eles baseado no tema de Metropolis mostrando toda a técnica que eles tem – não é a toa que, por exemplo, o Portnoy e o Petrucci ganham prêmios e mais prêmios - e após os duelos, foi tocada, tornando assim um grande meddley final. E para o bis, a banda nos apresenta The Count of Tuscany, uma das melhores faixas do último trabalho.


Muitos acharam o set abaixo das outras apresentações no Brasil e o som no começo não ajudou muito, mas a banda soube segurar muito bem o pique no palco e fez uma excelente apresentação. Entre muitas conversas no backstage, Portnoy se mostrou bastante contente com o Black Clouds & Silver Linings e com a turnê que esta rendendo e LaBrie solta que está preparando mais um disco solo. E com essa terceira turnê seguida pelo Brasil, a banda já mostrou que nosso país já é rota obrigatória para a banda


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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