Não tem como negar que Carlos Lopes hoje é um dos mais incompreendidos músicos de nosso Rock’n’Roll. Concebeu um dos clássicos discos do Heavy Metal nacional com o Dorsal Atlântica, cansou da cena Metal e foi trabalhar em outros meios musicais. Depois de um tempo afastado, voltou ao Rock com a banda Mustang, fazendo o bom e velho Rock’n’Roll tradicional com pitadas nacionais. Bem, com esse resumo muito por cima de sua carreira, chegamos ao quinto disco do Mustang, o V


Abrindo com Osíris e mandando logo depois Fracasso e Glória (a melhor do disco para mim), vemos o que tem pelo disco todo: um Rock simples, mas contagiante, letras entre a tênue linha da filosofia da vida e da filosofia de boteco. As influências são muitas: o teclado setentista na já citada Fracasso e Glória, o Punk Rock típico brasileiro na Amor Cego e a música de bandas fora do eixo Rio-SP (leia-se Raul Seixas) na Mega Sena. O tempero de músicas típicas brasileiras temos na Brasileiríssimo e na marchinha Corta o Bigode (hilária!). Muito interessante como Carlos Lopes trabalha com facilidade e vai de pensamentos profundos como a letra de Órion até a letras descontraídas do cotidiano como na Bons Amigos.


A banda formada pelos músicos Vinícius Dantas no baixo e Bráulio Azambuja na bateria, que acompanham Carlos Lopes, mandaram muito bem; são simples e são virtuosos na medida que as composições pedem! Mais um perfeito disco do Mustang, que mostra que a banda está crescendo cada vez mais. Só acho estranho como poucas pessoas conhecem os trabalhos da banda...

Junto ao CD, a banda lançou o clipe da música Perdão, que vocês podem conferir abaixo:

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.