Resenhas

Megadeth - 24/04/2010 - Credicard Hall

Por Fabiano Cruz | Em 27/04/2010 - 21:42
Fonte: Alquimia Rock Club

É extremamente difícil resenhar uma apresentação de uma banda que acompanho a anos, pois a paixão a ela sempre vai falar mais alto. Ainda mais vendo uma abertura de show com os duelos mortais da instrumental Dialectic Chaos emendada com os riff majestosos de This Day We Fight! E terminando num dos clássicos absolutos do Thrash Metal In My Darknest Hour. Mas vamos lá...


Muito se acercou sobre mais essa turnê do Megadeth em terras brasileiras. Anunciado como  Endgame Tour e com o Mustaine falando em entrevistas que a 20th Aniverssary Tour Rust In Peace não sairia das terras norte-americanas, nos surpreendemos quando ele resolveu colocar no set um dos mais belos trabalhos da história do Heavy Metal na integra. E o público de Sâo Paulo acabou vendo um espetáculo no maior sentido da palavra, pois vimos um dos maiores sets da turnê que começaram ano passado, e ainda por cima – tirando uma hora em que o Mustaine corre do lado do palco meio nervoso – o mais carismático e complicado guitarrista do Heavy Metal estava numa noite de bom humor. A pancadaria começa com as acima já citadas e tocam mais uma surpresa da noite: Sweeting Bullets (com o primeiro refrão sendo cantado em uníssono pelo pessoal que estava no Credicard Hall) e logo depois a Skin O’ My Teeth.


Após uma pequena pausa, Mustaine dá o anúncio ao público “and here we go again”. Já sabíamos que iríamos ver um dos clássicos absolutos da história do Heavy Metal na íntegra. Falar das sempre tocadas Holy Wars... The Punishment Due e Hangar 18 é besteira, sempre com perfeitas execuções. Mas ver ao vivo peças como Take No Prisioners, Five Magics, Poison Was The Cure e Lucretia... bem... não tenho palavras. Shawn Dover está tocando como nunca (quem viu as últimas apresentações do Megadeth no Brasil, percebeu a claríssima evolução que ele teve) e Chris Broderick é o melhor guitarrista que já passou no Megadeth. Me desculpem fãs de outros caras que já tocou ao lado do Mustaine, mas o que o Broderick fez ao vivo foi mágico. Tocou as linhas das músicas do Rust in Peace sem mudar nada, com uma técnica impressionante...


Sem delongas – aliás Mustaine falou pouco ao público, o que acho ótimo; show de Heavy Metal não precisa de falatório para ter carisma e agradar o público – a banda toca Tornado of Souls. David Ellefson manda o som feito somente com baixo e bateria Dawn Patrol e o pequeno solo de bateria começa a Rust in Peace... Polaris. Magnífico!!!!! A volta de Ellefson a banda deu um gás maior a ela; está mais coesa, fora que Ellefson e Broderick não paravam, sempre tocando de lado no palco e agitando muito com o público. E dava pra ver a cara de felicidade de Ellefson por estar de volta a banda. Inclusive os backings vocal que ele fez foram perfeitos e as vezes tomando o lugar do Mustaine no meio do palco! Uma atuação e presença de palco que nunca vi ele fazer antes!


Pouquíssimo tempo depois do Rust in Peace na íntegra, a bela Trust é tocada, e logo após mais duas do Endgame: Headcrusher – que até teve o Mustaine brincando com o público – e, anunciada por Ellefson, The Right To Go Insane. She-Wolf vem logo após com um dos maiores duelos de guitarras que já vi ao vivo e terminam essa parte com a indispensável Symphony of Destruction, com o direito do pessoal cantar a melodia da música “Megadeth, Megadeth I Want You Megadeth”, fazendo a banda toca se orgulhar por estar lá...


No intervalo para o bis, os fãs cantavam o refrão de Peace Sells – já esperada -, quando a banda volta ao palco com mais uma surpresa: a balada A Tout Le Monde, também cantada em uníssono... Depois sim a pancadaria de Peace Sells... But Who’s Buying e logo depois sem pausa o solo de Holy Wars, terminado com o Mustaine apresentando a banda. Ainda depois do show, a banda ficou muito tempo no palco agradecendo a todos, mostrando que eles também gostaram da apresentação feita, com o Mustaine esbanjando simpatia


Apesar de eu ter visto a melhor apresentação do Megadeth em terras brasileiras (e olha que foi a sexta vez em que eu vejo eles), nem tudo foram flores. Primeiro, apesar da competência da banda, vimos uam certa dificuldade, principalmente do Mustaine, em tocar alguns sons do Rust in Peace, como a faixa título e a Poison Was the Cure, fazendo pequenos erros, mas que somente fãs mesmo percebiam e, pelo poder das músicas em questão e da técnica e competência dos músicos, não chegou a atrapalhar. Segundo, há... em segundo a sempre acústica e som do Credicard Hall... novamente (apesar que dessa vez em menor escala do que vimos no Heaven and Hell e no Dream Theater), o som da casa atrapalha... Microfonias (porra, um show desse porte não é aceitável microfonias) e pequenas falhas no microfone do Mustaine foi apresentado no show. Quando os produtores locais vão se tocar que lá não é casa para se ter uma apresentação de Heavy Metal de vez? Ou será que os técnicos de som do Credicard Hall não passam som para evitar e resolver esses problemas que sempre atrapalha o trabalho dos músicos?


Bem... depois disso tudo só posso dizer que, mesmo com os pequenos percalços, foi um dos melhores shows que vi em vida.


(Fotos tiradas do site Whiplash, créditos a  Marcelo Rossi)


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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