Resenhas

Gamma Ray - Santana Hall - 09.05.2010

Por Fabiano Cruz | Em 12/05/2010 - 21:32
Fonte: Alquimia Rock Club

Num Domingo frio e chuvoso, o Alquimia Rock Club foi prestigiar uma das mais tradicionais bandas do Heavy Metal alemão, o Gamma Ray. Mais um show no Santana Hall – casa cada vez mais elogiada pelo público do Metal – a organização da casa e dos produtores foi perfeita dessa vez: atenciosos e – pelo menos não vi nem reclamação dessa vez – sem ignorância dos seguranças; e sem muitos atrasos também na abertura da casa. Em pouco tempo de espera, a banda ChimeraH abre o dia, apresentando um Heavy Metal empolgante, hora tradicional, hora muito técnico. O vocalista Diogo Nunes com um timbre que ás vezes parecia muito o André Matos soube segurar a onda e manter o público atencioso ao show (ri muito com ele reclamando do exagero da máquina de fumaça que, se nós no camarote estávamos já incomodados, imagina quem estava no palco...); e os guitarristas Bruno Santos e Rogério Oliveira se mostraram muito bem entrosados. Uma boa banda que ainda iremos fala muito nela.


Ainda com o staff ajustando algumas coisas, os fãs anciosos já mostravam um certo desconforto pelo atraso de 30 minutos quando do P.A. solta a intro Welcome, já tradicional nos shows do Gamma Ray. O primeiro a aparecer no palco com seu contagiante sorriso foi o Dan Zimmerman e terminando a Intro, Kai Hansen, Dirk Schlächter e Henjo Ritcher aparecem já começando com a clássica Gardens of the Sinner e, sem respirar, New World Order. Só pelo começo a banda já mostrara para que veio nessa sua única apresentação em terras brasileiras: um show empolgante e com uma enorme energia trocada com o público! Anunciando músicas do novo trabalho To The Metal a banda toca em seguida Empathy e a Deadlands, que ao vivo ficou extremamente pesada!


Fight nos é apresentada logo em seguida. Como foi Dias das Mães, Hansen nos apresenta a próxima como uma homenagem a todas as mães e à maior de todas, a própria Natureza (“Hoje é Dia das Mães e esse som é para todas as Mães e para a maior delas”), tocando assim a melhor faixa do último trabalho – para mim – Mother Angel e depois o ponto calmo da noite, com a banda tocando a homenagem de Dirk a seu falecido pai No Need To Cry – com uma maravilhosa performance dele, inclusive empunhando um violão e cantando uma parte da música


A partir daqui, o que vimos foi algo fora do comum. Tudo bem que a banda já estava impecável no palco, transbordando alegria e felicidade por estarem lá e os fãs reagindo conforme recebiam a energia do palco, mas ao primeiros acordes de The Saviour e com uma das mais fortes composições do grupo, Abyss of the Void – inesperadíssima pelos presentes, como a Fight também foi – já valeu pelo show. Um devastador e cômico solo de Zimmerman abre para a clássica Armageddon, que Hansen encaixou um solo de guitarra no meio.


Com o Hansen de boina e óculos escuros – uma clara homenagem ao Rob Halford – a banda manda To The Metal! E, depois de poucas palavras de Hansen - que sempre se comunicava com os presentes, mas sem exageros – os primeiros acordes de Rebellion in Dreamland arrancou lágrimas de muita gente lá e foi emendada com Man On a Mission, o ponto alto do show! No refrão a banda simplesmente parou de tocar e viram a casa toda cantando a música, num ato que Henjo Ritcher caiu de joelhos e Hansen sentou num pequeno degrau do palco literalmente de boca aberta, não acreditando no que via... como presente, Heading For Tomorrow, outra surpresa da noite porque ninguém a esperava também, foi tocada. Simplesmente fantástico! 


Depois de uma pequena pausa, a banda volta para o primeiro bis com a pesadíssima Ride The Sky e com a I Want Out e mais um bis, com a Future World, tocada por causa dos insistentes pedidos dos fãs e terminando com uma versão extremamente pesada da Send Me A Sign. A felicidade e carinho da banda é mostrada até mesmo após o show, ficando vários minutos no palco distribuindo palhetas e agradecendo os fãs... A imagem de Zimmerman saindo da bateria e caindo deitado no placo mostra o tamanho profissionalismo que a banda teve. Aliás, falar de qualidades técnicas individuais é besteira. Até hoje me pergunto como Henjo Ritcher e Dirk Dirk Schlächter nunca estão entre os melhores em seus instrumentos... OU o povo é meio surdo ou nunca prestaram atenção neles... Principalmente no Schlächter. Como baixista, sempre naturalmente presto atenção mais neles, e o cara domina com perfeição tudo que é técnica: pizzicato com 3 dedos, Two Hands, palhetas e até slap, que muitos consideram extremamente difícil fazer conduções no Heavy Metal com essa técnica...


Num ano cheio de shows e com uns bem “escandalosos” (alguém ai gritou W.A.S.P. e Manowar?), o Gamma Ray se sobressaiu com uma das mais belas apresentações do ano num show que durou 2:20... E termino essa resenha com uma frase perfeita que me falaram após a apresentação: “Muitas bandas que se dizem fodonas e “Reis do Metal” deveriam pelo menos ver uma apresentação do Gamma Ray pra saberem o que é profissionalismo, Heavy Metal de verdade e, acima de tudo, respeito aos Fãs”.


Foto: Fabiano Cruz


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 



































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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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