Resenhas

Cathedral - 2010 - The Guessing Game

Por Fabiano Cruz | Em 22/05/2010 - 20:44
Fonte: Alquimia Rock Club

Depois de seis anos sem lançar nada, os mestres do Stoner Metal voltaram com um trabalho primoroso, mas de difícil assimilação. Lee Dorian, Gary "Gaz" Jennings, Leo Smee e Brian Dixon voltaram com tudo, tanto que as idéias não couberam num disco só, com a banda lançando um trabalho duplo


No primeiro disco, mais progressivo e variado, a banda abre com a instrumental Immaculate Misconception dando um ponta pé para a stonerzaça Funeral of a Dreams: pesada com partes psicodélicas, já marca registrada da banda. Paint in the Dark é puro rock’n’roll, uma das composições mais contagiantes da banda, séria candidata a ser mais uma clássica! A belíssima melodia e os riffs Heavy Metal Tradicional (lembrando muito o Iron Maiden) dá o tom na Death of an Anarchist enquanto a faixa título é puramente progressiva.  Com uma pequena invocação mágica, a banda manda a arrastada Edwige’s Eyes e fecha o primeiro disco com uma das mais perfeitas peças já composta pela banda, Cats, Incense, Candles & Wine: começando com violões e voz que descamba em riffs rock’n’roll contagiantes e partes psicodélicas no meio da composição, mostra que a banda ainda tem muito o que mostrar dentro de seus trabalhos.


O segundo disco abre com mais uma instrumental, One Dimensional People que nos prepara para a pancadaria de Casket Chasers. Indo ao contrário do primeiro disco, aqui estão as músicas mais pesadas e Doom da banda, como na pesadíssima Ghost Galleon (com uma introdução de baixo e uma levada de bateria perfeitos!). The Running Man parece ter sido tirada dos anos 70; a junção de peso e psicodelia num ritmo lento comandado por riffs feitos num teclado faz com que ela seja uma das melhores composições do trabalho.  A banda não esqueceu seu lado Doom Metal na Requiem For the Voiceless e termina com uma típica música stoner da banda com Journey Into Jade.


As letras são primorosas. Desde os sons voltados á bruxaria (Edwige’s Eyes) e misticismo (Cats, Incense, Candles & Wine) à conceitos políticos e filosóficos (Death of an Anarchist e The Running Man), e não tem como não destacar as letras de Journeys Into Jade, feito com nomes de discos da carreira do grupo (uma verdadeira reflexão sobre a história da banda e o que o futuro os reserva) e da Requiem For the Voiceless, um verdadeiro manifesto contra as agressões contra animais que vemos mundo afora.


O disco pode parecer um pouco estranho no começo, pois é muita informação que a banda joga em nossos ouvidos, dando uma geral em tudo que já fizeram em sua carreira, misturados à sons e texturas novas que a banda trouxe, ficando à primeira audição uma cacofonia sem sentido e direção; mas com o tempo e muitas escutadas depois, vemos que é um dos melhores e mais coerentes trabalhos da banda!



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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