Resenhas

Exodus - 2010 - Exhibit B: The Human Condition

Por Fabiano Cruz | Em 04/07/2010 - 21:20
Fonte: Alquimia Rock Club

Não tem como escutar esse disco e sair “bangeando” por onde estiver. A continuação do aclamado The Atrocity Exhibition... Exhibit A chega depois de três anos (e da excelente regravação do clássico Bonded By Blood) e o que escutamos aqui é algo inacreditável. O nível que Gary Holt (guitarras) conseguiu com sua banda é o mais alto possível. As linhas e riffs de guitarras que ele faz ao lado de Lee Altus são extremamente bem trabalhadas e limpas. A cozinha formada pelo baixista Jack Gibson e pelo baterista Tom Huntingsegura muito bem a bronca e destilam pelas músicas fortes e pesadas conduções. E o vocalista Rob Dukes, que alguns fãs ainda não o aceitam muito bem (afinal, a banda teve simplesmente na voz Paul Baloff, uma das mais carismáticas vozes que a história do Heavy Metal já viu), aqui ele se mostra confiante e seguro – diferente de trabalhos anteriores – e uam maior manipulação de sua voz, principalmente nos timbres.


O disco começa com The Ballad of Leonard and Charles, com uma calma intro em violões que descamba em pouco mais de 7 minutos em riffs matadores e a cozinha como se fosse um tanque de guerra passando por cima de meio mundo, e o pique continua com a extremamente pesada Beyond the Pale: uma aula de “como se tocar guitarras em uma banda de Thrash Metal”. E pelo disco todo escutamos belas peças de cair o queixo: a rifferama de Hammer And Life, a cadenciada Nanking, a matadora March of the Syncophants (que a primeira audição já me imaginei no show deles berrando aos plenos pulmões o refrão e, ao meu ver, a melhor música do disco) e as thrashers no mais puro sentido da palavra:  Class Dismissed e Burn Hollywood, Burn. O ponto alto fica com a longa The Sun Is My Destroyer, podendo dizer que ela é um resumo de tudo que a banda vem fazendo desde Tempo of the Damned. As letras são puras críticas, ao melhor estilo das bandas da Bay Area; sobra para tudo o que hoje em dia é distorcido, desde as religiões (Christian soldiers/ Truding off to war/ Behind the cross of Jesus/ And still they...) até aos “artistas” de gigantescas produções no mundo das Artes (Land of enchantment and fake reality/ Where they put in vitro breeding machines/ On the cover of a magazine/ Trailer trash and human freaks). Isso é mostrado bem na capa, uma figura de um esqueleto segurando inúmeros tipos de armamento, numa linguagem que coube perfeitamente com o conteúdo do disco.


Bem, não tenho mais nada a dizer a não ser que esse disco já nasceu clássico. Não tem nenhum ponto fraco que eu possa apontar, somente pontos positivos. Uma verdadeira obra de arte em se tratando de Heavy Metal e só confirma a importância e qualidade que o Exodus teve (e tem!) na história do Thrash Metal



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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