A Galeria Olido conjuntamente com Luiz Calanca (dono da Baratos Afins e uma das pessoas que mais luta por anos a fio pelo nosso Rock’n’Roll) juntaram três importantes bandas no Sádabo para uma comemoração ao mês do Rock. Com entrada franca, os shows foram realizados na aconchegante Sala Olido. E não tinha como começar melhor com a pancadaria do Carro Bomba. Abrindo com O Dobro Ou Nada e tocando logo em seguida sem nenhuma pausa Válvula, a banda mostrou que está cada vez mais pesada ao vivo, principalmente pelo baixo distorcido de Fabrízio e da bateria espancada sem dó nenhuma pelo Heitor. O quarteto nos apresentou uma música nova, Carcaça (que estará no novo CD já perto de ser lançado), e tocou depois a Stoner Fui. Rogério é um verdadeiro frontman, enquanto Schevano mostrava sua perfeita técnica na guitarra, principalmente nos riffs pesados. Um punhado de gente agitou ao som de Punhos de Aço (um som que beira o Thrash!), Overdrive Rock’n’Roll e a saideira Foda-se. Não tinha como começar melhor.


Uma das mais importantes bandas do Heavy Metal nacional, o Salário Mínimo subiu em pouco tempo e um pouco mais de público. Entrando com Eu Não Quero Querer Mais, a banda se mostrou muito bem a vontade no grande teatro em que estavam, principalmente o vocalista China Lee e a figuraça do baixista Diego Lessa (que corria de um lado para o outro). Beijo Fatal fez com que todos os presentes cantassem o refrão e Delírio Estelar – dedicado ao Calanca, presente na ocasião, pois foi ele que a lançou na coletânea S.P. Metal nos anos oitenta – deixou aquele ar de nostalgia no local. Desde a última vez em que os vi, as guitarras de Beretta e Junior Muzilli estavam bem mais introsadas e com pouco tempo, a banda toca Noite de Rock e fecham com Jogos de Guerra.


Para fechar a noite, já co pouco público, sobe ao palco o Montanha. Com seu som calcado nos anos 70 e uma forte influência de Sabbath, fazem uma uma verdadeira hecatombe musical com toques de psicodelia, como na homenagem ao Gabriel Garcia Marquez Cem Anos. Destaques entre os músicos é difícil de ter, mas o que o baterista e vocalista Marcelo Fortunato faz é brincadeira... com uma precisa técnica e uma pegada bem forte, canta ao mesmo tempo enquanto leva complicadas conduções – inclusive, não deve ser nada fácil acompanhar as linhas de baixo de João Leite, como vemos na Espírito dos Pássaros. Após a massa sonora que a banda apresneta, eles terminam sua apresentação de uma forma inusitada: Depois do Temporal é uma balada progressiva comandada pelo som de um violão. Maravilhoso!


Apesar de alguns problemas de acústica (em momentos mais pesados mal escutávamos as vozes de *ogério e do Fortunato) e o pouquíssimo tempo para cada banda (afinal, foram duas horas destinadas à apresentações de três bandas, contando a troca de instrumentos e equipamentos), fizeram um ótimo espetáculo. Feio foi o público. Ha!... Sempre o público... Acho que com três bandas de excelente nível, e de graça, acho no mínimo falta de respeito uma sala com dois terços de sua capacidade de lotação... Depois o mesmo público que não compareceu reclama que o Rock não tem valor em nosso país e aquela ladainha toda, mas se esquecem que esse valor se começa com o prestígio das bandas que lutam diariamente juntamente à aqueles que dão o máximo apoio a elas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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