Resenhas

IX Setembro Negro - 04.09.2010

Por Fabiano Cruz | Em 09/09/2010 - 21:56
Fonte: Alquimia Rock Club

O já tradicional evento Setembro Negro teve nesse ano sua nona edição, sempre trazendo em terras brasileiras bandas do Heavy Metal extremo, principalmente os principais nomes do Black Metal. Esse ano teve três apresentações: em Belo Horizonte, em São Paulo e em Porto Alegre. O Alquimia Rock Club prestigiou no domingo, dia 08 de Setembro, a apresentação na capital paulista. O clima que em São Paulo estava a dias seco e quente, ajudou no dia, que deu uma esfriada, tornado o ambiente em São Paulo propício ao mais “maldito” estilo musical que o Heavy Metal já criou


Contanto com quatro bandas, estava previsto para começar as 18:00, o que teve um pequeno atraso (isso foi um pouco ruim, pois as bandas já teriam pouco tempo, e com o atraso com certeza diminuiu ainda mais o tempo das apresentações). Outro ponto negativo foi o público, pois tinha poucas pessoas presentes na casa. No auge de lotação, na apresentação do Gorgoroth, tinha um pouco menos que metade da lotação da pista. Não sei dizer se foi a queda de temperatura, o dia escolhido (afinal, show em um Domingo, mesmo cedo, é sempre ruim) ou por ser um show de Black Metal, mas esperava mais pessoas, ainda mais pelas bandas de nome que se apresentaram. O ponto positivo ficou pelo som cristalino e a acústica da casa quase perfeita, o que é difícil acertar o som de bandas extremas ao vivo.


A abertura ficou por conta dos paraguaios do Wisdow. Com dois discos lançados e mais algumas demos, a banda fez uma apresentação que animou os pouquíssimos presentes. O som não estava em sua totalidade, mas a banda com garra passou nesse obstáculo, como outros percalços no show, como a quebra da correria de corrente do baixista Pomber, que fez com que ele tocasse um som inteiro segurando o contra baixo no braço.  Em uma curtíssima apresentação que não pasosu dos 40 minutos, a música The South, The Sun, The Sign..., do disco Sacra Privata lançado ano passado, foi a que mais agitou os presentes.


Em curto espaço de tempo e somente com uma bandeira do Chile na frente da bateria, nossos outros “hermanos de la sudamérica” Kythrone entrou no palco. Tocando um pouco mais de tempo e apresentando canções de seu único trabalho Kult Des Todes, a banda quebrou tudo em palco com seu Balck Metal cru e direto em Churchburner e Christripper Command. Mais comunicativos que o Wisdow, o vocalista e guitarrista FZ se comunicada toda hora com o público num portunhol garregado de sotaque chileno. A banda se mostrou uma agradável surpresa no cenário Black Metal da América do Sul, deixando todos surpresos.


Depois das apresentações das bandas sul-americanas, a primeira “lenda” a subior no palco seria o Enthroned. Já com passagens brasileiras, nós veríamos em ação os integrantes Nerath Daemon e Garghuf em ação, que integraram a banda ano passado. E com o disco Pentagrammaton lançado esse ano, a banda entrou com tudo em palco. Com o som já bem limpo e equalizado, dava pra ouvir todos os detalhes técnicos, principalmente das guitarras (o que convenhamos são bem complexas suas linhas). O destaque no palco fica por conta do vocalista Nornagest e do baixista Phorgath, que em certos momentos pareciam que estavam brigando em palco: hora se esbarravam, um chutava o outro, Nornagest passava por trás do baixista puxando seu cabelo: uma alucinação em palco que transportava ao público, onde teve as primeiras ensandecidas rodas de “pentagramas”.  O set foi baseado em seus últimos trabalhos, faltando alguns clássicos, mas mesmo assim,  faixas mais novas como Pentagrammaton e Throught the Cortex, fizeram com que o povo agitasse bastante.


Um pouco mais de espera, mas não muito, e com a casa já em sua totalidade de público (muita gente não quis prestigiar as primeiras bandas), a lenda Gorgoroth sobe ao palco, divulgando seu novo trabalho Quantos Possunt Ad Satanitatem Trahunt. Falar da qualidade dos integrantes é besteira, todos são músicos excepcionais, mas tenho que destacar a presença de palco de Pest e a guitarra literalmente infernal de Infernus. A banda parece mais um tanque de guerra em palco e não faltaram sons que deixasse os bangers quietos: dos sons mais atuais como Prayer e Aneuthanasia à pancadaria antiga de clássicos do nível de Unchain My Heart, Forces of Satan, Katharinas Bortgang e The Rite of Infernal Invocation (essa última tocada de uam forma insana que nunca vi em nenhuma outra banda).. O curto show (em torno de uma hora mais ou menos) deixou aquele ar que faltava mais. Foi a primeira vez que vi Gorgoroth ao vivo e realmente o impacto musical e visual da banda é forte, o que sempre vi por parte dos fãs em fóruns de internet.


No fim, belas apresentações, apesar do curto espaço de tempo para as bandas, o que fez muitas pessoas reclamarem do Enthroned e do Gorgoroth terem deixado de lado muitos clássicos e sons mais antigos. E a produção das bandas não poderia ter sido melhor: corpse paints, vestimentas de couro e pregos e sangue na boca. Particularmente ainda vou ver uma apresentação digna dessas bandas com produção de palco total, com fogos e muito mais. Mas no fim, o saldo final foi extremamente positivo. E espero que o pouco público não desanime a Tumba Produções e que realize ano que vem a décima edição do Setembro Negro!


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  













 

 









 


 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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