Resenhas

Accept - 2010 - Blood of the Nations

Por Fabiano Cruz | Em 18/09/2010 - 20:53
Fonte: Alquimia Rock Club

O Accept é uma banda que fez história no Heavy Metal clássico alemão, sendo influência pra inúmeras bandas mundo afora independente do estilo. E quando a banda anunciou que retornaria com uma das mais clássicas formações do grupo, com os guitarristas Wolf Hoffmann e Herman Frank, o baixista Peter Baltes e o baterista Stefan Schwarzmann, se juntando a eles o vocalista Mark Tornillo, os fãs ficaram com um pé atrás. Afinal, a experiência de gravar algo sem o baixinho invocado Udo não foi das melhores, e mexer no que já está eternizado, não seria uma boa idéia. Mas logo nos primeiros acordes e riffs de Beat the Bastards, já mudamos de opinião.


Porra! (desculpem o palavreado) mas isso é puro Accept! Como fã da banda não esperava tanto assim, mas a identidade da banda está lá: riffs rápidos e certeiros, cozinha simples, mas totalmente eficiente e refrões cantados em coros fortes. As músicas mais cadenciadas como Teutonic Terror e The Abyss fazem o balanço com as mais rápidas Lock and Loaded e No Shelter. A banda até arrisca sonoridades novas, como o riff cheio de groove da Blood of the Nations e na balada Kill the Pain. Tente ficar parado sem ao menos bater o pé na trinca mortal Rolling Thunder, Pandemic e New World Comin’. Impossível! Uma das mais fortes seqüências musicais já gravadas pela banda. O disco fecha com a cheia de ironia Bucket Full of Hate de uam forma simplesmente magistral.


E o que todos temiam deixou todos quietos. Mark Tornillo aqui faz um excelente trabalho. Sua voz rouca pode à primeira audição parecer uma cópia de Udo, mas passa longe. Ele tem suas características próprias; a banda conseguiu achar um vocalista de voz rouca sem que ele pareça o antigo vocalista, fazendo assim com que não perca em nada na qualidade e no estilo da banda, principalmente em shows ao vivo (já li resenhas de shows do Accept mundo afora onde falam que ele está cantando muito!)


Claro que o “mago” das produções musicais Andy Sneap teve uma parte da qualidade do disco... Timbres perfeitos, produção impecável, tudo cuidadosamente equilibrado, desde os arranjos das composições até a mixagem. Um disco surpeendente, não pelo fato de mostrar coisas novas, mas sim pelo Accept ter voltado soando como em seus melhores trabalhos, e com certeza figurará entre os melhores discos do ano. Escute no último volume, pois esse trabalho pede isso!
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




blog comments powered by Disqus