Resenhas

Keep of Kalessin - 2010 - Reptilian

Por Fabiano Cruz | Em 07/10/2010 - 13:01
Fonte: Alquimia Rock Club

O Keep of Kalessin é uma das maiores surpresas no meio do Heavy Metal que surgiu nos últimos anos. Os noruegueses sempre lançam álbuns impecáveis, misturando uma fúria inacreditável com tons épico e sonoridades complexas. Depois de terem lançado o excelente Kolossus, ficamos pensando como a banda iria se sobressai a um perfeito trabalho, e de transição, pois no meio de riffs que ficam num limbo entre o Death e o Black Metal, inúmeros elementos foram colocados, dando uma identidade própria a banda. Quando escutei esse lançamento, Reptilian, a primeira coisa que pensei foi “eles conseguiram lançar algo melhor ainda”


Muitos fãs podem torcer a cara pra ele, pois as características que a banda foi colocando aos poucos aqui está bem mais “na cara”. Resultado: o disco mais épico e mais ascessível de sua discografia, mas a qualidade impressionante da banda continua em seu trabalho. Os acordes meio acústicos no começo de Dragon Iconography sustentados por um teclado soturno abrindo caminho para um som que transita em riffs de várias vertentes do Metal mostram o que escutaremos pelo disco. Complexos, os arranjos se sobressaem com riffs de guitarras feito por Obsidian Claw complicadíssimos, chegando a ser impressionantes; escute com atenção as músicas The Divine Land e a que talvez seja a mais pesada do disco, Leaving the Mortal Flesh. Outro destaque fica por conta do vocalista Thebon. Em tempos que muitos vocalistas não fazem mais distinção entre si, soando todos que quase muito iguais, aqui Thebon mostra uma voz única, e muito bem trabalhada, alternando tons mais rasgado com tons mais graves.


A banda não mostra medo de inovar seu som. O coral totalmente dissonante e suave (!) em The Awakening faz um contraste perfeito com o Death Metal cadenciado no som; a arrastada Dark As Moonless Night cria um som totalmente soturno, quase Doom, ficando uma das melhores canções do disco. Até um riff com bastante groove de The Dragontower a banda se dá o luxo de fazer, com um trabalho de voz bem quebrado. O disco fecha com um a épica Reptilian Majesty, a que mais mostra o clima do tema das letras, uma sociedade Dracônica baseada em medos e ditadura cruel.


Um disco que difere muito do que a banda já fez, mas não menos primoroso. Como já disse, talvez alguns fãs não gostem, se esperar um Armada novo, mas com certeza ganhará novos seguidores para compensar. O disco também vem com uma versão com um DVD bônus com três canções ao vivo em Trondheim  em 2009, uma tática já adotada por muitas bandas para combater a pirataria e incentivar as pessoas a comprarem o material original. Um dos discos mais fortes e bem trabalhados do Heavy Metal lançado no ano de 2010.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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