O “God of Metal” aproveitou a folga do Judas Priest após sua última longa turnê e ao lado de ‘Metal’ Mike Chlasciak e Roy Z (guitarras), Mike Davis (baixo) e Bobby Jarzombek (bateria, compôs e gravou em curtíssimo tempo o Made of Metal, seu quarto disco de estúdio da banda Halford. Um disco que faz jus ao nome, logo a faixa de abertura Undisputed ouvimos tudo que queremos numa banda de Heavy Metal tradicional: guitarras “em fúrias”, com riffs e solos magistrais, cozinha passando por cima de tudo e a voz única de Halford. E assim é o disco todo, como acréscimo de elementos musicais que não seriam usuais no Judas Priest.


As canções “arrasa-quarteirão” são representadas pelas Fire And Ice (que se aproxima muito do Heavy Metal melódico, feito por Hammerfall e bandas similares), Hell Razor (música que caberia fácil, fácil no cultuado Painkiler do Judas Priest) e The Mower (que fecha magistralmente o trabalho, com uma aula de canto de Halford, usando e abusando de agudos). Algumas faixas parecem que foram compostas pensando exclusivamente em serem tocadas ao vivo: Thunder And Lightining (ao meu ver, a melhor do disco!), Speed of Sound e We Own the Night; impossível não acompanhá-las cantarolando suas letras e melodias! A parte mais “fora do comum”, aqueles elementos musicais que não caberiam muito num trabalho do Judas Priest, fica na meio country (?) Till the Day I Die (e se pensam que ficou estranho ou ruim, já digo que é um dos destaques do disco!), na I Know We Stand A Chance (uma “power-balad” muito bem composta) e em alguns sons eletrônicos na voz, como no começo de Made of Metal (com certeza veio da influência de Halfod de sua experiência com música eletrônica)


A banda está muito coesa. É nítido o alto grau de entrosamento que “Metal” Chlasciak e Roy Z conseguiram nas guitarras; muitos dos duetos de solos nos faz lembrar de grandiosas duplas de guitarristas da história do Heavy Metal, sem exagero nenhum. E Roy Z ainda fez uma produção cristalina no álbum: junto com excelentes composições, Roy Z conseguiu uma produção nos padrões atuais do Heavy Metal, mas sem perder a pegada tradicional. Uma aula de produção! A “cozinha” é matadora, principalmente pela bateria de Jarzombek – em alguns momentos, a velocidade e a técnica no bumbo duplo se iguala a muitos bateristas de Death Metal que tem por aí. Um dos melhores lançamentos de 2010 no Heavy Metal. E colcoar no aparelho e torcer o volume no máximo!

 

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.