Resenhas

Santana - 2010 - Guitar Heaven The Greatest Guitar Classics of All Time

Por Fabiano Cruz | Em 10/11/2010 - 21:02
Fonte: Alquimia Rock Club

A fórmula de um solista chamar grandes nomes da música para gravar um disco é altamente rentável nos dias de hoje, basta ver os inúmeros músicos que faz isso. O guitarrista Santana já utilizou dessa formula e pelo jeito gostou, já que esse é o quarto disco que faz isso, desde o cultuado Supernatural de 1999. O problema que, com ele, já está um pouco desgastada essa fórmula. E ainda teve o risco de regravar 15 clássicos absolutos do Rock’n’Roll. Bem... Temos um disco mediano em mãos, com acertos e erros.


Falar de todos os sons é perder tempo, pois em muitos o Santa prioriou as estruturas originais, so acrescentando sua típica percussão latina e licks de sua própria identidade musical. Posso citar a Photograph, do Def Leppard, cantada por Chris Daughtry (coisa mais relevante que esse vocalista fez foi participar do American Idol...) e a Smoke On the Water, do Deep Purple, com a voz de Jacoby Shaddix (do Papa Roach). Os acertos, por mais poucos que sejam, deram ares novos a três canções. Na releitura da mais-que-clássica canção de Geoge Harison While my Guitar Gentley Weeps, Santana convidou a cantora Aire e o violoncelista Yo Yo Ma para deixar ainda mais suave e bela a canção – o toque da voz feminina ficou genial. Chasy Chaz do Linkin Park se junta ao tecladista original Ray Manzarek e ao Santana para recriar Riders on the Storm, numa versão arrasadora (que eu achei bem superior à original)


Outras canções ficaram medianas, mas as vozes dos convidados ficaram perfeitas nas versões em que cantaram; é o caso de Chris Cornell na Whole Lotta Love e Joe Cocker na Little Wing. E os erros... Bem, não diria erros, mas as mais fracas foram justamente onde o Santana tentou mudar a estrutura da música. As pequenas mudanças na Dance the Night Away (aqui com Pat Monahan como convidado), principalmente na linha rítmica de baixo e bateria ficaram muito estranhas e, mesmo que ela tenha na original percussão latina, aqui ficou um pouco “descolada” do som. Pior ainda ficou versão rap que Santana fez junto com Naz para Black in Black do AC/DC. Não desceu nem um pouco a mudança proposta pelo Santana em mudar um dos maiores clássicos que o Rock já viu.


A produção é quase perfeita: som limpo e cristalino. So fica no quase pois algumas músicas aparenta que o guitarrista usou bateria eletrônica, ficando com um timbre estranho e um pouco “reta” demais. Sinceramente, um guitarrista que tem discos fenomenais em sua carreira não precisava dar uma escorregada dessa, mesmo que tenha ai canções boas. Que o Santana deixe de convidar outros músicos, esqueça essa de cover e volte ao seu estado normal.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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