Resenhas

Heloween - 2010 - 7 Sinners

Por Fabiano Cruz | Em 15/11/2010 - 20:51
Fonte: Alquimia Rock Club

Quando a banda soltou o single Are You Metal? eu, ao mesmo tempo, estranhei e me surpreendi com som do Helloween; guitarras extremamente pesadas, uma bateria furiosa e o Andi Deris colocando sua voz à frente da banda como nunca tinha escutado. Preferi esperar o material todo para ver se a banda consertava o “estrago” feito em sua discografia com o Unarmed. Bem, posso dizer sem medo algum que 7 Sinners é o melhor trabalho da banda desde o The Time of the Oath.
 

Apesar do começo estranho com Where the Sinners Go (o som não é ruim, mas achei experimental demais para uma faixa de abertura), a seqüência com Are You Metal? e Who is Mr. Madman? é uma das melhores na discografia da banda, mostrando que Unarmed foi realmente uma brincadeira relaxante, pois a banda está pesada e com uma fúria que somente escutei no saudoso Walls of Jericho. Estou exagerando? Escute Raise the Noise com seu refrão matador e um solo de flauta contagiante e o sempre espírito que junta alegria e força na The Sage, the Fool, the Sinner e você vai entender o espírito do disco. O trabalho das guitarras de Michael Weikath e Sascha Gerstner beira o absurdo. As “raízes” do Power Metal estão lá, mas com “algo a mais”; um peso que a banda retomou – que, aliás, vinha retornando desde o Gambling With the Devil – e com elementos mais modernos, mas sem soar exagerado, como na já clássica You Stupid Mankind.
 

Andi Deris mostra um trabalho absurdo; brinca com as palavras e notas como um vocalista de maior respeito possível. Na balada The Smile of the Sun ele mostra todo seu potencial e sua evolução nos anos de Helloween. E a cozinha... Bem, Markus Grosskopf sempre se mostrou um dos maiores baixistas – e um dos mais subestimados! – do Heavy Metal e aqui aumenta ainda mais a potência da bateria de Dani Löble. Como o cara toca! Até agora não tinha se soltado tanto quanto nesse disco; suas viradas e conduções chegam a ser inacreditáveis em certos momentos. Long Live the King e If a Mountain Could Talk são peças que os dois se destacam por seus trabalhos.
 

Apesar de três músicas que achei um pouco abaixo do nível do disco – a de abertura já comentada, a Far in the Future com seus experimentos meios estranhos e na “gammarayniana” World of Fantasy, não que essa seja ruim, mas caberia em qualquer trabalho que o Kai Hansen estivesse no meio -, o disco não perde o pique, fazendo nós vibrarmos a cada nota soada; uma obra para não somente amantes do Heavy Metal apreciar, e sim amantes de boa música. E, particularmente, fazia tempo que eu não me deliciava tanto escutando um disco do Helloween.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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