Resenhas

Star One - 2010 - Victims of the Modern Age

Por Fabiano Cruz | Em 24/11/2010 - 20:21
Fonte: Alquimia Rock Club

A todo lançamento novo de qualquer projeto/banda que seja que tenha o nome de Arjen Lucassen normalmente eu fico impressionado tamanha qualidade das composiçõs desse multi-instrumentista holandês. Escutando o Victims of Modern Age, novo lançamento do projeto Star One depois de 7 anos do ao vivo Live on Earth, não tinha como ser diferente. Com um line-up que faz parte o baixista Peter Vink, o guitarrista Gary "Garyeon" Wehrkamp, o tecladista – aqui fazendo os solos em muitos momentos - Joost van der Broek e o baterista Ed Warby, Lucassen conseguiu reunir um time muito bem equilibrado. E não tem como falar que as participações vocais de Russell Allen – convenhamos, ele está se saindo como um dos melhores vocalistas da atualidade -, Damien Wilson, Floor Jansen e Dan Swanö são menos importantes ou menos excepicionais...


O disco é uma verdadeira obra em homenagem aos filmes de ficção científica, e a melodia da intro Down the Rabbit Hole é trabalhada em todas as formas possíveis por todo o disco, o que o torna um pouco conceitual. Além disso, é um disco pesado que passa por todos os estilos musicais; não tem como classificar ele em torno de algo. Digital Rain da o tom do disco, com riifs mortais na guitarra e um trabalho vocal fenomenal. Earth That Was é uma lição de como se cantar uma melodia complexa e emocionante, graças á voz de Russel Allen. O Cult Laranja Mecânica é lembrado na faixa título, talvez a mais progressiva do trabalho. Os barulhos de macacos de fundo antes dos riffs matadores de Human See, Human Do nos remetem ao Planeta dos Macacos que tem um dos duelos vocais mais impressionantes do disco, com Swanö e Wilson cantando com um teclado fazendo as bases


A melhor do disco, a meu ver, é Cassandra Complex, um Hard Rock contagiante baseado no filme Doze Macacos, e posso arriscar a falar que é um dos melhores trabalhos que Floor Jansen já fez em sua carreira! It All Ends Here, que fecha o disco, é a mais próxima do Ayreon, outro projeto de Lucassen, numa viagem musical de quase 10 minutos.  A cozinha aqui é de uma competência perfeita, segurando muito bem os duelos de vozes ou as bases e melodias de guitarra e teclado. Falando na guitarra, o peso que Wehrkamp é absurdo em certos momentos! A criação de riifs também é algo perfeito, muitos verdadeiramente matadores. E o trabalho dos teclados, aqui soa as vezes menos que nos outros trabalhos de Lucassen, mas quando tem destaque são fundamentais para a sonoridade do disco, um trabalho grandioso que Lucassen e van der Broek  fizeram! Bem, apesar de citar alguns sons, impossível destacar algum, o que torna esse trabalho um dos melhores que Lucassen já fez em sua carreira.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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