Resenhas

Dimmu Borgir - 2010 - Abrahadabra

Por Fabiano Cruz | Em 06/12/2010 - 13:23
Fonte: Alquimia Rock Club

Depois da saída de ICS Vortex e Mustis, muito se falou do caminho que o Dimmu Borgir tomaria em seu novo trabalho, agora como um trio (Shagrath - voz, teclados, efeitos, Silenoz - guitarras e Galder - guitarras), porém com párticipações de Snowy Shaw (baixo, vozes limpas), Daray (bateria), Agnete Maria Forfang Kjølsrud (voz), The Norwegian Radio Orchestra conduzida por Gaute Storaas, The Schola Cantorum Choir, entre outros músicos nas gravações desse  disco . Com um som renovado, menos violento e bem mais voltado à orquestrações, a banda solta Abrahadabra, seu novo trabalho de estúdio.


O disco com certeza será alvo de discussões por causa dos novos rumos dos sons da banda. Com mais liberdade nas composições, Shagrath usa e abusa de efeitos em sua voz, o que pode gerar desconforto em fãs mais antigos da banda, assim como  o instrumental, que chegou a um nível de complexidade que mais tateia algo próximo do Prog Metal do que do Black Metal. A música Born Treacherous ilustra bem isso. Chess With The Abyys é outra com um instrumental de fazer inveja, com um trabalho de vozes e de guitarra de Silenoz maravilhoso. Alguns sons são bem orquestrados, arranjos finos, indo bem além do que um simples acompanhamento, como na Dimmu Borgir – um trabalho de coral e de cordas magnífico, fazendo essa música um dos maiores destaques do disco – e na The Demiurge Molecule. A banda não esquece seus momentos mais extremos, como no começo que soa bem Thrash de Renewal.


As músicas são de um trabalho impressionante. Os arranjos milimétricos de guitarra, teclado e orquestrações foram muito bem elaborados, mas essa complexidade fez a banda perder um pouco de seu peso, mas ficou claro que esse rumo foi tomado em plena consciência dos músicos; uma forma de dar novos caminhos ao trabalho do Dimmu Borgir. A arte gráfica não poderia ficar atrás, mantendo o nível do conjunto (e da histórias de capas da banda, pois sempre são no mínimo espetaculares) e o disco saiu em inúmeras versões, desde edição de luxo digipak à uam edição exclusiva para o iTunes, todos com faixas bonus (algumas versões instrumentais e orquestradas de canções do disco e uam versão totalmente dispensável para a Perfect Strangers). Um disco forte, mas que poderá afastar fãs mais antigos da banda.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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