Robert Plant resolveu, após um disco voltado ao country, resgatar e cavar ainda mais em suas origens musicais. Usando o nome de uma de suas antigas banda, Band of Joy, Plant mostra um belo trabalho bem voltado ao Folk e ao Blues; e se muitas pessoas torceram o nariz para seu trabalho anterior, nesse vão se esbaldar com os temas e composições inspiradíssimas que ele mostra.


Um disco onde o bandolim é o instrumento que tem destaque junto à voz de Plant, as músicas são graciosas e suaves. A abertura com Angel Dance – que lembra algumas “viagens” folk do Led Zepellin – é o tom que escutamos pelo disco todo. Algumas músicas se destacam, como Even This Shall Pass Away, um poema do séc XVIII musicalizado pelo Plant em uma batida sincopada; Satan Your Kingdom Must Come Down, que é de uma suavidade ímpar; o Blues House of Cards e You Can't Buy My Love, a mais “rocker” do disco, com um trabalho de voz e baixo fora de série.


Alguns músicos que trabalharam no disco ajudaram Plant a fazer o trabalho único. A cantora Patty Griffin, mesmo numa atuação tímida, dá um contraste perfeito coma voz de Plant e o guitarrista Darrell Scott coloca claramente seu estilo a vontade – um estilo bem voltado ao folk e ao country. E Plant... Bem, claro que como todos os vocalistas perdem sua voz conforme os anos passam, não seria diferente com ele, mas as interpretações vocais e as melodias compostas beiram a perfeição. Um trabalho que faz os fãs de Led Zepellin, que após a apresentação com Jason Bonhan tempos atrás esperavam uma reunião da banda, perderem qualquer esperança dessa volta acontecer; pois mostra que Plant ainda tem muita lenha a queimar em seus projetos solos.
 

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.