Resenhas

Mr. Big - 2010 - What If...

Por Fabiano Cruz | Em 09/01/2011 - 20:18
Fonte: Alquimia Rock Club

Desde 2001 uma das melhores bandas que o Hard Rock já viu encerrou suas atividades, fazendo com que o estilo perdesse muito; e cada um foi pra um lado, com o Billy Sheehan sempre aparecendo na mídia em seus projetos Fusion ou excursionando com o G3. Em 2009, a formação clássica do Mr. Big, que conta além de Sheehan, com o vocalista Eric Martin, o guitarrista Paul Gilbert e o baterista Pat Torpey, resolveram se juntar para alguns shows no Japão, onde a banda tem talvez seu maior público. Uma boa turnê que se estendeu à Europa e um DVD gravado, a banda deu um “chega pra lá” nas diferenças e mágoas do passado e tomaram a iniciativa de gravar um disco de inéditas quase 10 anos depois. E o que temos em mãos é um dos melhores registros do Mr. Big e do Hard Rock.


A priori, a banda não mudou nada em seu som: continua contagiante, um Hard totalmente alegre com um instrumental extremamente virtuoso, mas sem soar cansativo. Mas o tempo que passaram separados e com as experiências adquiridas durante esse intervalo que cada um teve, fez com que a banda soasse ainda mais unida. Undertow abre o disco de uma maneira cadenciada, abrindo espaço para que talvez seja uma das maiores composições que o grupo já fez: American Beauty. O trabalho é recheado de Hards pesados com riffs poderosos, como Once Upon A Time e Around The World (onde tem um espetacular solo de solos entre baixo e guitarra!), com composições que “cheiram” a aqueles Hards de “arena”, que a banda mais acerta a mão, como na As Far As I Can See (uma melodia primorosa!), I Won't Get In My Way (um refrão contagiante e certeiro) e na I Get The Feeling (impossível ficar parado), e com belíssimas baladas que não soam chatas, como Stranger In My Life e All The Way Up.


Falar das qualidades dos músicos é besteira. Eric Martin está cantando melhor ainda, com vocalizações e melodias fantásticas. Paul Gilbert voltou à banda após 14 anos com um arsenal de riffs e solos poderosos; é incrível como ele faz algumas passagens no trabalho, mas não soa como um “guitar hero” e mesmo com composições e riffs complexos, ele consegue jogar totalmente pelo time. Billy Sheehan continua estraçalhando tudo com seu baixo; sola, acompanha, faz riffs; é munido de uma técnica excepcional com two hands, harmônicos, acordes. E Pat Torpey segura toda a bronca na bateria e ainda encaixou viradas mortais no meio da massa sonora que Gilbert e Sheehan fizeram. O ano nem começou e já temos esse excelente lançamento, que levantará o mundo do Hard Rock!
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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