Resenhas

Stratovarius - 2011 - Elysium

Por Fabiano Cruz | Em 21/02/2011 - 20:02
Fonte: Alquimia Rock Club

Você pode não gostar do Stratovarius, mas é impossível negra a força de vontade que a banda tem em continuar a mostrar seu trabalho depois de tantos problemas que a banda teve. Desde a conturbada saída do principal compositor e músico Timo Tolki à recente queda de saúde que levou Jörg Michael a fazer uma delicada cirurgia após as gravações do disco – que tirou ele da estrada na primeira parte da turnê de promoção desse novo trabalho  – o Stratovarius não baixou a cabeça e vem tentando resgatar a fama se outrora e ganhou novas energias com Elysium.
 

O segundo trabalho com  o guitarrista Matias Kupiainen, a banda ousa um pouco mais nas composições - á que tiveram que aprender esse ofício após a saída de Tolki  -, mas ao mesmo tempo não tiram o pé daquele Heavy melódico característico da banda. Mesmo a banda toda compondo, as músicas ficaram em sua maioria a cargo de Kupiainen e do baixista de nome um tanto quanto cômico para nós brasileiros, Lauri Porra. Algumas mudanças ficam aqui e ali, como o refrão majestoso e o toque oriental de Under Flaming Skies; o belo duelo de solos entre Kupiainen e Johansson em Infernal Maze; Event Horizon com toda sua pompa característica de clássicos da banda. Algumas soam um tanto quanto “perdidas” no meio do trabalho: Lifetime In A Moment e Move The Mountain pode entediar quem não é fã da banda. O ponto alto fica com a faixa título, uma canção atípica da banda, pois tem quase 20 minutos de duração, onde mostra toda a técnica dos músicos e um quê de “ares novos”, mostrando em síntese o pensamento atual da banda.
 

Mas esse é o problema. Ao mesmo tempo em que o Stratovarius quer alcançar novos caminhos, ainda a banda fica presa nos conceitos que Tolki deixou registrado por anos. Pode ser que o fato da guitarra de Kupiainen aqui estar aparecendo mais que em Polaris e tímidos novos caminhos adotados em algumas composições, aparenta que a banda está inovando, mas ao escutar atentamente fica só no aparente. Com isso o disco fica meio “morno”, apesar de ter boas composições. Como a maioria das bandas atualmente, tem inúmeras versões para colecionadores, como a versão japonesa com Castaway como bônus ou a luxuosa versão Limited Edition que vem com um CD bônus com as versões demos das canções e um vinil de 7” que contém duas músicas que ficaram de fora do disco.
 

Bem, um disco que irá agradar aos fãs, mas se não gosta de Stratovarius, não vai ser esse o trabalho que fará mudar de idéia. E aguardemos um futuro da banda, pois não caiu com todos os problemas, porém tem que se desvencilhar de vez de seu passado e dar um rumo novo às composições se quiser retomar o espaço entre as bandas “Grandes” novamente.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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