Resenhas

Bruce Springsteen - 2010 - The Promisse

Por Fabiano Cruz | Em 25/02/2011 - 21:46
Fonte: Alquimia Rock Club

O disco Darkness on the Edge of Town, lançado nos anos 70 pelo Bruce Springsteen foi um dos maiores trabalhos artísticos da geração pós Guerra do Vietnã, que causou impacto na sociedade norte-americana, tornando Bruce um dos maiores nomes do Rock/Folk dos EUA – inclusive adquirindo o nome “The Boss”. Bem depois de mais de 30 anos, Bruce re-visita o disco que é considerado um dos mais importantes da cultura norte-americana com um belíssimo presente para os fãs.


Lançado como forma de box, com o disco re-editado com DVD contendo documentários, o foco dessa resenha é nas verdadeiras pérolas perdidas de sobras e out-takes da sessão de Darkness on the Edge of Town, que foi nomeado como The Promisse, um disco duplo que também é vendido separadamente do box. Em primeiro lugar, a qualidade é indiscutível (o que mostra o valor que Darkness on the Edge of Town); músicas que muitas seriam carros-chefe de qualquer trabalho de Rock/Folk dos anos 70. Racing in the Street (’78), que abre o primeiro disco, é de uma força musical impressionante; The Promise nos traz uma letra um tanto quanto melancólia, de sonhos quebrados, que Bruce transmite perfeitamente nos arranjos; Fire é uma canção bem aos moldes dos anos cinqüenta com um solo de sax muito bem colocado; Gotta Get That Feeling’ tem um ar de “celebração a nada”, de vazio mesmo. Apesar de o disco ter esse ar meio “down”, algumas músicas são bem alegres, numa mistura meio doentia de esperança com melancolia, como Ain’t Good Enough For You e Talk to Me. Wrong Side of the Street e Because the Night sai um pouco das raízes do Rock de Bruce e ele aposta em arranjos e melodias mais pops, mas sem perder a qualidade do trabalho.


O disco transparenta perfeitamente o pensamento da sociedade norte-americana nos anos 70 – não preciso aqui dissertar sobre isso, todos sabem do pensamento cultural e o choque no mundo pela mão dos EUA na época. Apesar de terem sido revisadas e terem sido gravadas para o público de hoje - aliás, foram gravadas de uma forma que a sonoridade ficou muito parecida com muitas coisas que foram gravadas nos anos 70 -, as canções seriam mais fortes na época devido aos conceitos e filosofias em que foram concebidas; não sei dizer o porquê não forma escolhidas para figurar no Darkness on the Edge of Town, ou porque o disco na época não saiu duplo, mas tenho certeza que seria bem mais forte o impacto do lançamento. Mais do que já foi. Um belíssimo registro, que chega a ser histórico, como um trabalho de garimpo nos mais recônditos cantos da história da cultura norte-americana, Bruce Springsteen lançou. Altamente recomendável!
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




blog comments powered by Disqus