Resenhas

Tarja Turunen - 11.03.2011 - HSBC Brasil

Por Fabiano Cruz | Em 15/03/2011 - 21:34
Fonte: Alquimia Rock Club

Como tudo nesse nosso querido país somente funciona depois do Carnaval, a temporada de shows não seria diferente. Com algumas tímidas apresentações durante os primeiros meses de 2011, a primeira apresentação de um artista grande ficou a cargo da ex-vocalista do Nightwish, Tarja Turunen, se apresentando em um apequena turnê pelo Brasil, e nesse sábado 11 de Março foi a apresentação feita no HSBC Brasil em São Paulo. Sem problemas nenhum na entrada com os fãs e com uma excelente recepção ao jornalistas e fotógrafos que a casa faz (coisa rara, pois algumas casas são realmente chatas, chegando a atrapalhar ou ate mesmo atrasar o serviço das pessoas que vão cobrir os shows), o público foi bom, lotando mais da metade do HSBC, algo que realmente não acreditava que aconteceria, devido ao fim de semana logo após o grande feriado que teve.


Sem demoras, a banda de abertura Ecliptyka entrou em palco. E para a surpresa de muitos, eles conseguiram driblar os mais fervorosos fãs da Tarja e fizeram um excelente show, inclusive cativando e deixando os presentes em suas mãos! O carisma da belíssima Helena, os poderosos riffs dos guitarristas Guilherme Bollini e Hélio Valisk e o jogo de vozes femininas e guturais, tudo calcado num instrumental Heavy Metal – apesar de ter vozes femininas, está longe de algo mais lírico, inclusive a banda passando por vários estilos dentro do Heavy Metal, dificultando quem gosta de classificar as bandas os encaixarem em algo. Promovendo o primeiro trabalho A Tale of Decadence, a banda tocou músicas que farão parte do lançamento, com Dead Eyes e Unnatural Evolution os que mais agitaram o público. Uma banda que tem força no placo e músicas muito bem construídas, ainda vamos falar muito neles.


Em pouco tempo espera, o palco é preparado com um pano pintado com a face de Tarja que cobriu o palco todo e com a banda em palco, depois de uma Intro, a banda começa o show com Dark Star, num belo jogo de iluminação que com a banda atrás do pano, deu um efeito muito legal. Com uma disposição de palco um tanto diferente, com o tecladista Christian Krestchmar ao fundo, o violoncelista Lilja à esquerda e  o Mike Terrana à direita, o palco ficou totalmente livre para o guitarrista Julian Barrett, o baixista Doug Whimbish e para a Tarja, o que usaram e abusaram  do espaço por toda a apresentação. Esse começo a banda mandou todas as músicas mais poderosas da carreira solo de Tarja, como My Little Fenix, I Fell Immortal e Falling Awake. Com uma sonoridade diferente de sua ex-banda, Tarja canta mais a vontade e seu companheiros tocam de uma forma absurda, com muito peso e garra. Inclusive, que banda! Num intermédio – que da até um certo tempo para Tarja trocar de figurino, coisa típica em seus shows – todos mostraram seus talentos. Barrett é um puta guitarrista, sempre no tempo e eficaz em seus solos; Krestchmar é econômico no seu teclado, mas seus solos e timbres são belíssimos, aparecendo com força sempre que foi necessário e Lilja dá aquele “sabor” especial à banda, pois seu violoncelo tem tanto destaque quanto os outros instrumentos (e seu solo com distorção ligado ao violoncelo foi de arrepiar). Mas a “cozinha” formada por Terrana e Wimbish... Juro que em algumas partes roubaram a cena do show. O que esses dois tocam é algo inumano. Nos já tivemos o prazer de vê-los no Brasil (Wimbish com sua principal banda, Living Colour e o Terrana com inúmeros artistas), mas os dois juntos foi algo no mínimo espetacular – não é a toa que ambos são referências pra vários instrumentistas.


E falar de Tarja... Bem, como disse, sua postura no palco é bem mais solta e livre do que em tempos de NighWish e sua técnica é impressionante. E com certeza arrancou algumas lágrimas quando mandou Underneath e a belíssima Stragazers. Momento mais belo ainda foi a parte acústica, com Higher Than Hope (tanto essa como Stargazers são do Nightwish) e terminando com We Are, Minor Heaven e Archive of Lost Dream, com Tarja mostrando que não é somente uma vocalista de primeira linha, e também manda muito bem no piano, onde tocou em um elétrico fazendo belas melodias e um impecável solo. Encantadora. Essa primeira parte terminou com Ciaràn’s Well e Crimson Deep. Com um intervalo um pouco mais longo, a banda volta com Tarja toda de branco mandando um meddley com Were You Last Night/Heaven Is A Place On Earth e uma divertida e empolgante versão de Living On A Prayer. Mostrando alegria, a banda ainda toca Die Alive e Until My Last Breath. E num intervalo mais curto, voltam para mais um bis, terminando com a mais que pedida Wishmaster, aonde a casa quase veio abaixo.


Um show impecável, tanto por parte dos músicos como por parte da produção, onde tivemos um som límpido e na altura certa (nem estridente e nem muito baixo) e com uma iluminação maravilhosa. E Tarja numa noite perfeita e mágica; seu carisma é enorme – arriscou até algumas frases num bom português – e sua presença de palco perfeita. E a banda... Bem... Não teria músicos melhores ao lado dela. Mesmo que não gostem do som que a Tarja faz hoje em dia – que repito mais uma vez: não tem nada a ver com sua ex-banda – não tem como não achar o show dela legal. [ único ponto negativo que fica é pelos famosos “chifrinhos” eternizados pelo mestre Dio que ela faz... Alguém fale pra ela que com a beleza e sorriso que ela tem por todo o show não combina com esse símbolo...


 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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