Resenhas

Iron Maiden - Powerslave (1984)

Por Bruno Veloso | Em 06/04/2009 - 16:18
Fonte: Alquimia Rock Club

 Este é um daqueles discos que marcaram época e quem ouviu um dia jamais esquecerá, pois se trata de um verdadeiro marco da história do heavy metal . Isso porque ele é considerado por muitos o melhor disco da banda que pode ser considerada sem nenhum exagero senão o maior grupo certamente  é o mais representativo do que se convencionou a chamar de New Wave Of British Heavy Metal ( nova onda do metal britânico) mas isso é outra história.... È claro que estamos falando do Iron Maiden, que influenciou a maioria das bandas do estilo que surgiram posteriormente. E mesmo que eles não tenham sido influência direta para a música de algumas bandas, é bem provável que os músicos destes grupos já curtiram o Iron Maiden em algum momento de suas vidas.

 
 
Este álbum é um divisor de águas na carreira da Banda, Powerslave é o quinto disco de estúdio do Iron Maiden e que sem deixar de usar  a fórmula já consagrada nos discos anteriores , adotou uma postura muito mais técnica, mostrando que podiam ser ainda mais criativos, apostando em temas longos (como Rime of The Ancient mariner) e várias letras com conteúdo histórico, junte isso a uma turnê gigantesca e com uma produção visual acima da média e levando em conta que o estilo  não estava “batido” ,eles ainda estavam inovando e o fator de estarem com a formação definitivamente estável. Se é que temos o direito de falar em perfeição esta é a ocasião; a capa é uma das mais bonitas feitas pelo mestre Dereck Riggs , a banda perfeita ,com o disco e o show perfeitos, na hora certa com todos os fatores externos e internos a favor.
 
 
 
Bruce Dickinson utiliza sua potente voz de forma extremamente competente como sempre, Steve Harris confirma o  seu posto como um dos melhores baixistas de heavy metal em todos os tempos e Nicko McBrain, um baterista consistente e preciso, dá conta do recado com suas pitadas de hard rock  a serviço do  heavy metal. Já quanto à dupla de guitarristas Dave Murray e Adrian Smith, aqui definitivamente entram pra historia com arranjos recheados de riffs, e solos dobrados incomuns e aguerridos, tudo na dose certa, completando a alquimia que trazia vários elementos conhecidos até então, como o requinte do Rock Progressivo.
 
 
 Aces High - não da pra destacar nenhuma musica individualmente apesar de termos nele clássicos que fazem parte dos setlists da banda até hoje como a primeira musica , que se fosse feita uma enquete a respeito com uma pergunta como:  ” qual a musica que define o Iron Maiden “ com certeza  seria uma das potenciais ganhadoras, o riff de introdução esta entre os mais marcantes de todos os tempos e todos estão perfeitos com Bruce dando um show a parte e a letra magnifica sobre a segunda guerra, um hino do Heavy Metal. 
 
 
   2 Minutes to Midnight - vem logo depois mantendo o altíssimo padrão do álbum, não menos clássico que sua antecessora porem mais longa, o que não compromete em nada, na época ainda estávamos em um mundo bi polarizado politicamente e a guerra fria deixava no ar sempre o medo de uma guerra nuclear a qualquer instante, eles discorrem sobre o tema com maestria com o instrumental perfeito criando o clima para a primeira e fantástica composição da dupla Smith/Dickinson do Album.
 
   Losfer Words ( Big Orra ) - e não da pra explicar como ela pode remeter ao Egito, mas é pra lá que ela nos leva, é a primeira faixa instrumental do álbum e composta pela gerencia, participação incrível de todos os músicos sem deixar a peteca cair.
 
   Flash of the Blade- é sem duvida uma daquelas musicas que as vezes fãs e jornalistas gostam de classificar como “clássicos esquecidos” se referindo assim a musicas que geralmente tem o mesmo nível das musicas mais populares e que não se sabe o porque não atingiram a mesma popularidade, particularmente é uma das minhas musicas preferidas da carreira toda da Donzela, reforça como Bruce é um excelente compositor.
 
   The Duelists – é uma faixa também um pouco mais longa e continua mostrando a donzela de ferro como uma banda madura e entrosada com destaque para o longo e viajante solo e remete ao mesmo clima de Losfer Words ou seja pegamos carona ao Egito novamente, apesar de o álbum não ser conceitual no que diz respeito  as letras, as canções conseguem manter essa aura. Mais uma do Patrão.
 
   Back in the Village – é a segunda contribuição da dupla Smith / Dickinson para esta obra prima e é a preparação perfeita para o grande finalle que se aproxima, riffs cortantes, solo um pouco longo mas sem ser cansativo, e a velocidade padrão do album é mantida aqui, é chover no molhado destacar o trabalho de Bruce mas é inevitavel.
 
  Powerslave – Mais um clássico, não consigo palavras pra tentar descrever a sensação que tive ao ouvir esta musica pela primeira vez, Iron Maiden como somente o Iron Maiden sabe ser, tudo a sua medida e no limite, a musica é agressiva e sombria, um desabafo onde é possível sentir a dor  e a frustração de um faraó prestes a morrer  que  Bruce descreve maravilhosamente em primeira pessoa, aqui se ele não estava no panteão dos deuses do heavy metal no quesito compositor definitivamente conquista seu lugar, Nicko é preciso, ele esta muito bem nesta como em todas as outras canções do álbum.
 
  Rime of the Ancient Mariner - é um caso a parte, quando a gente pensa que a não tem mais como melhorar eis a surpresa, uma canção épica de incríveis quase quatorze minutos, com elementos tão diferentes e destoantes do restante do álbum tem variações inúmeras variações de ritmo sem se perder, narrações e nas partes que beiram o progressivo a simbiose entre o baixo de Harris e a bateria de Nicko o maiden em sua melhor forma e versatilidade e aqui eles a fecham com chave de ouro, e não deixam pedra sobre pedra.
 
Esse é um álbum especial para mim, provavelmente um dos que mais ouvi na vida, eu tinha ele gravado em fita cassete para poder ouvir o dia inteiro e também a bolacha não saia do meu toca discos, foi o primeiro álbum que resenhei para o Alquimia Rock Club, tivemos um problema a pouco tempo e percebemos que algumas matérias estavam mutiladas e quando eu devido a comemoração de aniversario de 30 anos de lançamento do mesmo, quando eu ia destaca-la  percebi que essa era uma das matérias que estavam destruídas, foi um prazer enorme revisa-la e praticamente refaze-la, esse é um dos álbuns que eu mandaria em uma capsula dentro de um foguete interestrelar para o infinito do universo para que se um dia fosse encontrada por seres do espaço caso eles existam provar que havia vida inteligente na terra, definitivamente uma obra prima.
 
Powerslave (1984 – EMI)
 
 
N.º Título                                                                         Compositor(es)
                               
1. "Aces High"                                                                Steve Harris                                
2. "2 Minutes to Midnight"                              Adrian Smith / Bruce Dickinson
3. "Losfer Words (Big' Orra)"                                         Steve Harris                      
4. "Flash of the Blade"                                                       Dickinson
5. "The Duellists"                               Steve Harris
6. "Back in the Village"                     Adrian Smith / Bruce Dickinson
7. "Powerslave"                                            Bruce Dickinson
8. "Rime of the Ancient Mariner"                              Steve Harris
 
 

   

 



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




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