Resenhas

Destruction - 2011 - Day Of Reckoning

Por Fabiano Cruz | Em 23/03/2011 - 19:50
Fonte: Alquimia Rock Club

Fazendo parte da “santíssima tríade” do Thrash alemão – junto com Kreator e Sodom – O destruction volta com um novo álbum. E que puta álbum! O baixista e vocalista Schmier vinha falando em entrevistas que esse novo trabalho seria um tipo de “volta às raízes”, e que seria um dos mais fortes discos da carreira da banda. E ele não estava falando nada errado, pois posso afirmar com toda a garantia que esse é um dos mais potentes e raivosos trabalhos da extensa discografia do Destruction. Schmier aqui senta a mão em seu baixo com uma técnica cada vez mais apurada e com uma vocalização que junta caos e insanidade e o novo membro, o baterista Wawrzyniec Dramowicz, mais conhecido como Vaaver – pois esse nome típico do leste europeu é um tanto difícil de pronunciar – gravou como se estivesse na banda a anos; extremamente preciso, sua bateria soa como um monstro dando suporte ao som destrutivo da banda. E o destaque fica com Mike Sifringer. A quantidade e qualidade de riffs por minuto que ele solta em sua guitarra é algo para alguém fazer até um TCC em qualquer universidade de música que seja. Se alguém que não conhece a banda e escutar, vai jurar que foram uns três guitarristas que gravaram o disco. Podemos ate falar “mas em gravações tem camadas de riffs”, mas quem já viu a banda ao vivo sabe que ele é capaz de reproduzir no palco perfeitamente o que grava nos discos, e sabendo disso que faz o seu trabalho nesse Day Of Reckoning impressionante.


Juntando tudo isso, temos 11 faixas que nos levam a uma viagem nos campos da destruição e caos. A pancadaria desenfreada que não nos dá um momento sequer para respirar, começa com The Price, faixa que a banda já mostra todas as suas armas já citadas acima. Todas as músicas têm a qualidade num nível muito equalizado, difícil falar qual é destaque, mas Devil’s Advocate com sua velocidade mortal; Sorcerer of Black Magic, com Schmier cantando de uma forma assustadora e um som infernal como base; Armageddonizer com seu poderio arrasador e The Demon Is God com uma vocalização insana e um trabalho de bateria extremamente poderosa, são as que mais me chamaram a atenção. E se não bastasse, uma homenagem ao mestre Dio na versão digipack: a “desconstrução” de Stand Up And Shout.


O som cristalino, numa produção impecável e a capa, bela e assustadora ao mesmo tempo, dão os toques finais ao trabalho, o tornando perfeito. A sensação depois de ouvir esse disco é como se um tanque de guerra passou por cima de nós, ou se um demônio nos levou para dar um passeio pelos círculos mais internos do inferno. Aliás, as letras também são de uma raiva grotesca, falando muito do ódio que o Homem tem dentro de si e alguns tons anti-cristianismo. Um trabalho que já nasceu clássico; imperdível para quem gosta de um excelente Heavy Metal!



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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