Resenhas

Ozzy Osbourne - 02.04.2011 - Arena Anhembi

Por André BG | Em 07/04/2011 - 14:26
Fonte: Alquimia Rock Club

Podem acreditar, o título desta resenha não é nenhum exagero. Embora muitos critiquem Ozzy Osbourne, é inegavel dizer que apesar de nao ter o mesmo pique e a mesma voz de 30 anos atras, o  velho Madman ainda manda muito bem ao vivo. (dentro do possivel é claro). E por falar em superar criticas, nada melhor do que o Sepultura para abrir esse grande show (repetindo algo que era muito comum nos anos 90), se não vejamos, desde o final de 1996 quando seu ex-vocalista Max Cavalra resolveu deixar a banda, os caras vem sofrendo barbaridade com comparações e boatos de uma reunião com sua formação classica, e mesmo sem o mesmo sucesso comercial de sua fase aurea, vem se mantendo firmes e fortes ao longo desses quase 15 anos, com trabalhos muito dignos de sua grande história; e mais uma vez os mineiros nao decepcioram mandando um set list de aproximadamente uma hora de duração que teve inicio com Arise, acompanhada da classica Intro usada na turne deste álbum, seguida de mais dois classicos, Refuse/Resist e Dead Embryonic Cells agitando o publico, mas também lembraram de temas mais recentes como Convicted In Life, What I Do! (do ultimo Album A-lex 2009) e Choke, quando Andreas Kisser anuncia uma musica nova, See The, do album Kairos - que deve ser lançado ainda nesse semestre -, muito bem recebida mostrando que o Sepultura ainda tem muita lenha pra queimar (nesta musica vale destacar a ótima performade do baterista Jean Dolabella que tocou com uma bateria um tato quanto diferente - na cor branca).


Após a sequência de musicas mais recentes o Vocalista Derrick Green (com seu sotaque americano engraçado) anuncia um clássico das antigas, Troops of Doom, seguida de Septic Schizo emendada com Escape To The Void, para deixar o publico louco; e dali pra frente só ouviram clássicos como Meaningless Movements (que esta no lado B do Album Arise, mas vem sendo executada nos ultimos shows), Territory e Inner Self são executadas com muita energia para então encerrarem com Roots Bloody Roots, é claro. Essa noite o Sepultura mostrou por que ainda é a melhor banda de metal do Brasil, sendo uma escolha mais que certa para abrir o show do Príncipe das Trevas.


Pontualmente as 21:30 era a hora de Ozzy Osbourne adentrar o palco iniciando seu set recheado de grandes classicos, que começou com Bark At The Moon, seguida de Let Me Hear You Scream - única a ser tocada do mais recente album  Scream (2010) -, e depois só vieram classicos. Nem mesmo a chuva que foi e voltou durante todo o show do Madman foi capaz de desanimar os fãns ali presentes, que puderam conferir pela primeira vez ao vivo o novo guitarrista, Gus G. E tambem o baterista Tommy Clufetos que substituiu Mike Bordin, que retornou recentemente com o Faith No More, e, apesar de ser um grande baterista, nao deixará saudades, pois Tommy Clufetos mostrou ser superior em vários aspectos, principalmente na agressividade. O show seguiu com Mr. Crowley - a introdução tenebrosa e sombria dessa musica simplesmente leva os fans ao delirio -, I Don't Know também não fica pra trás neste quesito. Faires Wear Boots foi o primeiro classico do Black Sabbath a ser executado, seguida da polêmica Suicide Solution e Road To Nowhere, representando os anos 90.


Os fãns de Black Sabbath nao tiveram do que reclamar, pois era a hora de War Pigs dar o tom da festa; pode se dizer que essa foi a unica que Ozzy usou de um certo recurso para auxiliá-lo, ja que era nitido o eco um tanto quanto exagerado durante certas partes da musica, mas isso nao foi problema, pois os fãns compreendem que o Madman é realmente um ser-humano. E isso ficou evidente em mais um som do Sabbath, desta vez o tema instrumental Rat Salad, que obviamente esta no set list por uma questão de estrategia para que o velho Madman possa ter um descanso, enquanto isso Gus G. e Tommy Clufetos fazem seus solos de guitarra e bateria respectivamente, para logo na sequencia com Ozzy ja descansado, mandarem Iron Man, tambem do Black Sabbath, seguida de I Don't Want To Change The World e Crazy Train, e a baladinha Mama I'm Coming Home, que Ozzy nem precisou de se esforçar para cantar, pois o publico brasileiro fez isso muito bem, como sempre. O show se aproximava do final e o publico gritava No More Tears, mas nao teve jeito, Paranoid do Black Sabbath fechou a noite em grande estilo. Criticos e radicais podem falar que Ozzy nao possui a mesma voz e forma física (como se isso fosse possivel para alguem que ja passou dos 60 anos), mas quem estava na arena Anhembi, sabe que o velho Madman deu tudo de si no palco durante uma hora e meia de show, e é isso o que realmente importa para os fans que puderam ver e ouvir essa lenda viva da musica.


(As fotos foram retiradas do site Heavy Metal Center e creditadas ao Alisson: http://www.heavymetalcenter.net/2011/04/confira-os-detalhes-e-fotos-do-show-do_03.html )



André BG



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