Resenhas

Symfonia - 2011 - In Paradisum

Por Fabiano Cruz | Em 06/05/2011 - 21:04
Fonte: Alquimia Rock Club

Não tem como negar que é uma super-banda, aos moldes das que nasceram de um ano pra ca (leia-se: Them Crocked Vultures e Chickenfoot, entre outras). O Symfonia junta nada mais nada menos que André Matos, Uli Kursch, Timo Tolkki, Jari Kainulainen e Mikko Härkin (indispensável dizer de onde vieram, tamanha exposição já tiveram na mídia especializada, principalmente nos anos 90) em uma empreitada totalmente baseada no Power Metal – sim “aquele” Power Metal que tanto revirou a cena headbanger nos anos 90 encabeçada pelo Stratovarius.


O disco não traz alguma novidade sequer, até porque, como sempre, Tolkki é a mente criativa por trás, então escutaremos aqui um som totalmente “stratovarianus”, salvo raros momentos em que claramente o André Matos toma à frente na criação, tornado algumas musicas diferenciadas. Esses momentos podemos ver em Santiago (a mais rápida e pesada do disco onde o Kursch senta a mão sem dó na bateria), Alayna (uma balada com violoncelo e uma interpretação teatral típica do André; inclusive poderia estar em qualquer disco solo dele), Pilgrim Road (que traz um “quê” de melodias folks celtas, algo que, pelo que me lembre, nenhum dos envolvidos se arriscaram antes de compor algo parecido) e Rhapsody in Black (outra inusitada composição com uma rítmica bem legal, e uma brincadeira com um dos maiores compositores eruditos norte-americanos em seu nome – troque Black por Blue e percebam a sacada, e prestem atenção na harmonia da música). Fora isso, o resto é a mesma coisa que já foi produzida no Power Metal: passagens rápidas alternadas com lentas, solos de guitarra e de teclados muitas vezes em duelos ou juntos em terças e sextas, orquestrações e vocais estridentes; a faixa título é a que mais representa tudo isso.


No fim, a não ser que tu seja um grande fã de um som que o Stratovarius impôs ao mundo, passe longe. Claro que é motivo de orgulho ver um brasileiro na fileira de grandes nomes da história do Heavy Metal, mas esse primeiro disco do Symfonia carece de identidade, o mal desses “super-grupos” que surgem; em momentos querem mostrar algo novo, mas sempre algo os segura – aqui, no caso específico, a saudade que o Tolkki sente de sua antiga banda; até a capa (uma belíssima pintura não nego), remete à banda finlandesa. Talvez um segundo trabalho a banda mostre mais identidade, principalmente se calcar bastante na fúria de Kursch e nas variações vocais que o André é tão mestre, ai sim poderão estourar à altura dos nomes envolvidos.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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