Resenhas

Cavalera Conspiracy - 2011 - Blunt Force Trauma

Por Fabiano Cruz | Em 06/05/2011 - 21:12
Fonte: Alquimia Rock Club

O peso dos riffs de Warlord já nos avisa o que escutaremos nesse trabalho: uma pancadaria sem fim entre o mais puro Thrash Metal e o mais violento Hardcore, um soco no estômago seguido de um gancho de direita na fuça. A marca dos irmãos Cavalera continua intacta. Talvez pelo fato de Igor dar um tempo menor no Heavy Metal e os experimentalismos de Max no Soulfly e o fator de criar sem pressão, faz do Cavalera Conspiracy e esse novo trabalho Blunt Force Trauma um dos melhores trabalhos de ambos; arrisco dizer até mesmo que até lançarem esse disco não fizeram nada à altura desde os tempos de Arise e Chaos A.D.


A troca de Joe Duplantier pelo Johnny Clow confesso que em um momento torci o nariz, mas foi acertado. E a banda, coesa, desfila momentos soberbos durante o disco. Sem muitas firulas, sons como Target, Torture, Rasputin e Thrasher tem pegadas certeiras, principalmente pela agressividade que Max impõe, tanto na guitarra como na voz. As mais trabalhadas são um deleite thrash para nossos ouvidos: os riffs mortais e muito bem trabalhados em Killing Inside – pra mim, já nasceu clássica -; Lynch Mob é uma pedrada Hardcore, principalmente porque tem participação do Roger Miret, do Agnostic Front, em duetos de voz com o Max de arrepiar e a faixa título; I Speak Hate tem um “quê” mais Heavy Tradicional, principalmente pelas cavalgadas no riff principal – que se estende à vocalização do canto – que cai numa quebrada surreal no refrão e Blunt Force Trauma, uma pancadaria sem dó que cai em um dos melhores momentos musicais da criação de Max – sem nenhum exagero...


Apesar de tudo, para quem acompanha o trabalho do Max desde seu início, é diferente de tudo que já fez, inclusive diferente do Soulfly; muitos falam que as bandas tem as mesmas propostas, mas são completamente diferentes. E dá gosto de ver que, mesmo tendo se afastado do Heavy Metal por quase completo, Igor ainda manda muito bem, mostrando ser um dos melhores bateristas do estilo já nascido em terras brasileiras. Um trabalho primoroso que dá gosto de ouvir (e sair socando tudo que é na frente quando o escutamos...)


Ia me esquecendo... a desconstrução de Eletric Funeral, contido como bônus, é uma das melhores versões que já vi alguma banda fazer de um som dos “pais” do Heavy Metal. Pesado, cruel, desconcertante...
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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