Resenhas

Foo Fighters - 2011 - Wasting Light

Por Fabiano Cruz | Em 10/05/2011 - 12:33
Fonte: Alquimia Rock Club

Um cara que sempre foi fã de som pesado de repente para por 4 anos sua principal banda e nesse meio lança um projeto de “super-banda” com nomes fortíssimos da história do Rock envolvidos, mexendo um pouco com sua cabeça mudando quase que radicalmente o som típico de MTV que vinha fazendo. Praticamente é um resumo do Foo Fighters e o pensamento que Dave Grohl teve nesses últimos anos. A influência do som mais pesado – leia-se Heavy Metal e Hard Rock setentista – que ele teve em projetos como Probot e Them Croked Vultures dessa vez falou mais alto e jogou pra cima os sons mais “melosos” e “vendíveis” do Foo Fighters. Resultado? Um disco totalmente visceral e rock’n’roll que irá agradar a todos!


Indo na onda de três guitarras – e aqui muito bem trabalhadas – e sem tomar á frente, pois o baixo está muito bem mixado e a bateria com uma sonoridade única, as composições são riquíssimas, em uma clara evolução musical de Grohl. Claro que os sons típicos MTV estão presentes ainda, como Arlandria e These Days – essa com uma letra fenomenal, em se tratando de uma balada foi uma das melhores letras que já li -, mas mesmo assim foram compostas de uma forma totalmente diferente do que trabalhos anteriores. As pérolas ficam mesmo por conta das músicas que sabiamente Grohl soube mudar a sonoridade do Foo Fighters sem perder as suas característcias. A abertura com Brigde Burning mostra um som revigorado e pesado, mostrando bem o trabalho das três guitarras; Rope tem um riff e uma sonoridade bem atual, com uma levada que é meio impossível não acompanhar batendo o pé no chão; Back and Forth é uma mistura perfeita com o início de carreira de Grohl com seus últimos trabalhos; a pancadaria rock’n’roll White Limo chega a ser impressionante, pois nunca sequer pensaríamos o Foo Fighters gravar algo tão visceral. Ao lado de White Limo, o melhor momento fica com a obscura e melancólica I Should Have Know, que traz a participação de seu antigo companheiro dos tempos de Nirvana Krist Novoselic no baixo e no acordeon; certeza que arrancará lágrimas de fãs devido à participação e ao estilo do som.


Não podemos deixar de lado o trabalho do produtor Butch Vig, que com as experiências que ele tem com bandas mais experimentais e nervosas do rock, como o Sonic Youth, Garbage e o Smashing Pumpkins, somados ao conhecimento que ele já tem de Grohl – pois já trabalharam juntos no cultuado Nevermind -, fez um trabalho excelente. Composto praticamente como uma “banda de garagem” (o que não é nenhum exagero, pois o estúdi particular de Grohl fica mesmo em sua garagem) com instrumentos vintage e formas de gravações analógivcas, contribuiu muito pra sonoridade do disco; acredito que se fosse gravado em horários marcados em estúdio e Pro Tool da vida, não sairia com essa qualidade sonora. Um disco realmente impressionante, onde Grohl mostra quem realmente ele é musicalmente em sua principal banda, não precisando de projetos paralelos.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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