Resenhas

Black Label Society - 2011 - The Song Remains Not The Same

Por Fabiano Cruz | Em 19/05/2011 - 20:16
Fonte: Alquimia Rock Club

Revigorado de problemas de saúde e de sua saída da banda do Ozzy, o Zakk Wylde lançou o petardo e agressivo Orders of the Black, um dos melhores da carreira do guitarrista/vocalista e do Black Label Society. E quando muitos – inclusive eu – esperavam uma continuação do último disco lançado,  Zakk supreende todo mundo e lança com o Black Label Society um disco totalmente no formato acústico. Com regravações de algumas músicas do Order of the Black e releituras de alguns clássicos que mostram bem sua origem, o disco The Song Remais Not the Same – um divertido nome que jogada com o estilo do álbum e com uma das influências de Wylde. O disco em si não é novidade na carreira do Black Label Society: além dos covers terem saído em edições especiais, B-sides e iTunes, a banda já fez isso antes com Book of Shadows e Hangover Music Vol. IV mas, como já disse, veio num momento que parecia que Wylde iria soltar toda a sua “ogrice” em mais um disco pesado.


A primeira parte consta com as versões acústicas de alguns sons de Order of the Black. Abrindo com Overlord, já mostra toda a criatividade e intimidade de Wylkde com violão, enquanto o início no piano de Parade of the Dead Wylde mostra – novamente – que também é hábil no piano. Riders of the Dammed foi a mais mudada; de um petardo musical passou a uma balada extremamente carregada de sentimentos, quase uma outra música, totalmente revista para essa versão acústica. Já Darkest Days ganhou ainda mais melancolia acusticamente ganhou duas versões: uma com a participação do vocalista de country John Rich.


A segunda parte começa com uma das melhores versões de uma canção que já escutei. Junior’s Eyes do Sabbath foi totalmente recriada por Wylde, ganhando melodias corais típicas de igrejas protestante norte-americanas – sim, aquelas mesmas que vemos muito em Jazz e Blues – e uma forma de cantar de Zakk que se distancia muito da forma e melodia criada pelo Ozzy Osbourne; o ponto alto do disco! Helpless de Crosby, Stills, Nash & Young ganhou uma versão em piano e cordas, com Wylde fazendo uma voz em um meio termo entre o grave e o sussurrado; Can’t Find My Way Home do Blind Faith ficou perfeita com a pegada do Black Label Society e é a única que ganhou um solo de guitarra – onde a textura musical criada com o piano ao fundo ficou muito legal. Já na Brigde Over Trouble Water, de Paul Simon, foi a única que não ganhou força o suficiente para se igualar as outras. O disco termina com a canção natalina The First Noel.


The Song Remais Not the Same é um bom disco. As recriações de próprias canções do Black Label Society ficaram bem legais; talvez o que peca um pouco que, apesar de ser o terceiro disco nesse formato, é o primeiro que não tem músicas novas. Vale a pena dar uma conferida, pois mostra bastante um lado mais calmo e introspectivo de Zakk Wylde.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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