Resenhas

The Agonist - 12.06.2011 - Carioca Club, SP

Por Fabiano Cruz | Em 15/06/2011 - 13:07
Fonte: Alquimia Rock Club

Um Domingo gostoso (e não por ser Dia dos Namorados, e sim pelo clima ameno em São Paulo), novamente fui fazer a dobradinha Pacaembu/Carioca Club, afinal, relativamente perto os lugares são, e antes de rumar para ver a apresentação do The Agonist tive que quase obrigatoriamente ver mais uma vitória do Timão nesse começo de Campeonato Brasileiro. Dessa vez um pouco mais corrido, tanto que chegando ao Carioca Club bem em cima de fechar os credenciamentos, entrei na casa e o Ecliptyka já tinha começado seu show. Conheci a banda no show em que o Alquimia Rock Club cobriu da Tarja Turunen, e lá mostraram um pouco do potencial deles; mas nesse show, talvez pela iluminação e som mais a favor – aliás, a casa e os técnicos trabalharam perfeitamente nesse domingo, pois o som da casa estava realmente cristalino -, o Ecliptyka estava mais solto em palco, por conseqüência tocando bem mais. A “frontwoman” Helena Martins comandou bem a apresentação, mostrando um Heavy Metal clássico em sons como We Are The Same, Dead Eyes e a Unnatural Evolution (essa última parece que foi composta visando os shows, pois funciona muito bem ao vivo). A dupla de guitarristas Helio Valisc e Guilherme Bollini me pareceu bem mais integrados entre eles e entre a banda, principalmente nas partes que arriscam vozes e backings e a “cozinha” foi matadora com o baterista Tiago Catalá e o baixista Eric Zambonini (guardem o nome desse baixista, pois sua técnica é impressionante). Como a banda tem somente um registro, sempre tocam covers e sabiamente ganhou muitos fãs tocando Rose of Sharyn, do Killswitch Engage, pois muitos ali para ver o The Agonist são fãs deles também. Uma boa apresentação dessa banda que com certeza chamará bastante a atenção futuramente!


Num curto intervalo de tempo, onde o tradicional telão com jogos do Brasileiro foi interrompido para passar o canal Discovery Kids (o que causou risadas de uns e uma certa raiva de outros), o som Swan Lake, baseado no Lago dos Cisnes de Tchaikovsky que o The Agonist gravou em seu segundo trabalho, começou a sair dos PAs e um por um foram tomando conta do palco, a começar pelo baterista Simon McKay  e pelo baixista Chris Kells  começando com eles The Tempest (The Sirens Song The Banshees Cry), que abre o mais recente trabalho. O The Agonist começou metendo os dois pés no peito do razoável público na casa (não estava cheio, dava para andar livremente pela pista e chegar perto do palco facilmente) com Rise And Fall e ... And Their Eulogies Sang Me to Sleep, só acalmando as coisas com as palavras da belíssima Alissa White-Gluz com o público e na mais calma Serendipity, sequida da cadenciada Martyr Art. A banda ao vivo é algo impressionante: o carisma de Alissa deixa o público em suas mãos (em certo momento da apresentação ela dividiu o público para se “gladiarem” ao som da banda, que foi correspondido prontamente pelos fãs), os músicos da banda não param um minuto em palco, numa performance quase insana e o peso absurdo do sons ao vivo deixou muitos ouvidos zumbindo após a apresentação.


Aliás, o set foi muito bem escolhido, dando preferência aos sons mais pancadaria que a banda tem em seus dois registros, como Thank You, Pain, When the Bough Breaks e Birds Elope With the Sun, trinca do trabalho Lullabies For The Dormant Mind, que deixou todos na casa extasiados. Alissa ao vivo canta com uma naturalidade impressionante, nada forçado entre sua voz mais limpa e melodiosa e sua voz agressiva e gutural (as vezes com suporte de Kells) e as guitarras, muito bem timbradas, deram um show a parte de técnicas e sonoridades. Globus Hystericus abriu caminho para as arrasas-quarteirão Born Dead, Buried Alive e Forget Tomorrow, o ponto alto da apresentação. Depois de um curto intervalo, a banda retorna para o bis com Lonely Solipsis e com a que talvez seja a mais conhecida deles, Business Suits and Combat Boots, fechando o show.


Apesar do Ecliptyka estar começando agora e do The Agonist talvez não ser muito conhecida em terras brasileiras, não tem como negar que fizeram duas belas apresentações nesse domingo, sem absolutamente nenhum problema técnico, com som perfeito na casa, inclusive não tendo nenhum problema que atrasasse o show. E o carisma e a atenção das duas bandas perante o público foi muito legal. Enquanto o Ecliptyka tocava, o The Agonist atendia fãs no camarote e no fim da apresentação deles, o Ecliptyka ficou na pista ao lado do merchandishing da banda, atendendo fãs e tirando fotos, tudo na mais pura humildade dos músicos e no mais puro respeito dos fãs. Infelizmente, devido à erupção de um vulcão no Chile e os problemas em rotas aéreas na América do Sul por causa de suas cinzas, a turnê Sulamericana, onde o The Agonist passaria também em outros países, foi cancelada, fazendo shows somente no Brasil; uma pena, pois outros locais mereciam ver a apresentação deles... E dessa vez, como tudo ocorreu no programa de horário, não tive que sair correndo do Carioca Club com risco de não chegar em casa...


Setlist Ecliptyka
01. Echoes From War (intro)
02. Hate
03. Dead Eyes
04. Fight Back
05. Look at Yourself
06. Unnatural Evolution
07. Splendid Cradle
08. Rose of Sharyn (cover - Killswitch Engage)
09. We Are The Same
10. Why Should They Pay


Setlist The Agonist
01. Swan Lake
02. The Tempest
03. Rise and Fall Play
04. ... And Their Eulogies Sang Me to Sleep
05. Serendipity
06. Martyr Art
07. Thank You, Pain
08. When The Bough Breaks
09. Birds Elope With The Sun
10. Globus Hystericus
11. Born Dead, Buried Alive
12. Forget Tomorrow
Encore:
13. Lonely Solipsis
14. Business Suits and Combat Boots


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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