Resenhas

Pentagram - 2011 - Last Rites

Por Fabiano Cruz | Em 22/06/2011 - 12:52
Fonte: Alquimia Rock Club

Tem bandas que constroem suas carreiras em cima da personalidade de um (ou mais) músicos, e quando de desfaz a parceria, mesmo que a banda continue na estrada, não é a mesma coisa. Por nossa sorte Victor Griffin, um dos maiores riff-masters que a história do Doom Metal já viu e fundador do Pentagram, retorna à banda nesse Last Rites, um disco depois de sete anos em hiato. Ao lado novamente do vocalista Bobby Liebling, o que temos aqui é um trabalho que desfila o mais puro pensamento “doomer”, criando mais um clássico do estilo: guitarras sujas com riffs fenomenais, uma cozinha (formada pelo baixista Greg Turley e pelo baterista Tim Tomaselli) pesada e precisa e uma voz mórbida e melancólica.


O disco em seu todo é obscuro e pesado, com o Pentagram se juntando às sonoridades do Hevay Metal de hoje sem deixar seu estilo e passado para trás; as aberturas com Treat Me Right e Call the Man mostram bem isso. Mas de uma maneira bem sábia, a banda arrisca em outros caminhos, como na quase folk Windmills and Chimes. Griffin se destaca pelo disco todo com seus riffs e solos, e Liebling mostra uma interpretação musical de dar inveja, uma aula como se ele falasse aos mais novos “escutem, cantar também tem que ter interpretação”. Canções como Into the Ground, Death In 1st Person e Nothing Left poderiam estar em qualquer disco da banda. Os destaques ficam por conta de duas: American Dream, que soa bem sombria e com um final matador, quase realmente um sonho que vai se acabando lentamente; e 08, uma viagem Doom/Psicodélica, onde as batidas tribais fazem um jogo surreal com riffs arrastados e escuros, que juntos com a interpretação de Liebling faz qualquer um sair da realidade.


O Pentagram nunca errou em seus discos, mas esse já nasceu clássico, um dos melhores momentos da banda. Não tendo muito mais o que falar, somente resta ouvir mais e mais vezes esse belíssimo trabalho (e esperar que, em tempos onde no Brasil temos shows de bandas estrangeiras quase toda a semana, que algum produtor traga o Pentagram para o Brasil...)
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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