Resenhas

Virgin Steele - 25.06.2011 - Manifesto Bar, SP

Por Fabiano Cruz | Em 29/06/2011 - 20:51
Fonte: Alquimia Rock Club

A espera de uma das bandas mais aguardadas pelos Headbangers terminou. Finalmente o Virgin Steele tocou no Brasil em duas datas (infelizmente o show do RJ foi cancelado) e o Alquimia Rock Club teve o prazer de ver a apresentação no Manifesto Bar. Bem... a apresentação de São Paulo teve inúmeros problemas. Primeiro a falta do guitarrista Edward Pursino, que fez alguns fãs ficarem meio apreensivos – aliás, alguns estavam lá principalmente para ver ele – o que fez com que a banda se apresentasse sem um contra-baixo, que fizeram os graves no teclado (o que foi de extrema importância, pois além dos baixos foram tocadas todas as orquestrações e efeitos nele, sem precisar de playback) e na guitarra de sete cordas com qual Joshua Block tocou (lembrando que Block é quem toca o baixo ao vivo). Segundo, a má qualidade do som no começo, onde nas primeiras músicas mal se ouvia a voz do DeFeis


Mas a garra, profissionalismo e carisma - principalmente de DeFeis - da banda fez com que ela passasse por cima disso tudo... Com a casa mais cheia do que no show do Cathedral um dia antes, o Virgin Steele entra com tudo tocando The Hammer of Zeus and The Wrecking Ball of Thor, de seu último trabalho The Black Light Bacchanalia, seguida de Immortal I Stand. O começo do show foi de material mais novo, dos últimos discos, como The Wine of Violence e The Orpheus Taboo, deixando os fãs apreensivos pelos sons mais clássicos mas, mesmo assim, bastantes eufóricos. DeFeis é um “frontman” de mão cheia: conversa, agrada, cumprimenta os fãs. Fora que poucas vezes vi alguém reproduzir tão fielmente o que gravou em estúdio; como canta esse cara! Quem pega os discos do Virgin Steele e escuta aqueles agudos altos imagina que nunca que ele reproduziria ao vivo e no tom, mas ele é fiel ao que gravou por toda a sua carreira...


Após a complexa Bonedust e a dupla In Triumph of Tragedy/Return of the King, o material mais antigo veio com Don’t Say Goodbye My Love, onde o Manifesto todo cantarolou o refrão; DeFeis estampou aquela cara de alegria e surpresa ao ver que o público brasileiro sabia todas as músicas do Virgin Steele. Após a faixa título do último trabalho, The Black Light Bacchanalia, a banda manda o medley de Dominion Day/Sword Of The Gods numa garra impressionante, tornado o primeiro momento realmente mágico da noite; que foi seguida de um excelente solo de Block; aliás, comandou muito bem a guitarra na falta de Pursino (o que fiquei imaginando o peso que a banda tem ao vivo com um baixo...), e depois dele, o literalmente animal Frank Gilchriest num solo arrasador na bateria. Bem, Gilchriest é o responsável pela “violência” da maioria das músicas da banda; ele não toca, espanca a bateria de uma maneira surreal!


Daí pra frente, como fã da banda - e acredito que todos que estavam lá -, se emocionaram demais ao presenciar clássicos e clássicos que esperamos por anos. O solo de bateria abriu o espaço para Noble Savage, uma das mais ovacionadas na noite. Defiance e Kingdom of The Fearless (The Destruction of Troy) foram cantadas em uníssono, muitas vezes DeFeis estendendo o microfone para o público. A banda faz uma pequena pausa e volta com uma inesperada versão acústica de Victory is Mine que arrancou lágrimas de muitas pessoas; acho nem o maior fã da banda esperaria por isso! Uma parte de Emalaiath foi tocada (não entendi o porque somente de um trecho, pois é um dos melhores sons da banda e poderiam a ter tocado por inteira) para depois o Manifesto vir abaixo com The Burning of Rome (Cry for Pompeii) e se não bastasse o Virgin Steele toca a matadora Veni, Vidi, Vici. O público não parou de gritar o nome da banda e como um presente aos fãs - que com certeza deixou uma boa impressão ao DeFeis, pois sua cara com uma mistura de contentamento, surpresa e alegria não tinha como esconder - decidem tocar mais uma, com o vocalista explicando “tocamos muito som desse disco, mas nos falaram que é o mais conhecido no Brasil, então, pra vocês, mais uma do Invictus”, e tocam fechando o show de uma maneira épica a própria Invictus.
 

O som tava regular? Sim, tava... A banda veio desfalcada de seu guitarrista? Sim, veio... Faltou mais clássicos, mesmo que tenha sido quase duas horas e meia de som? Sim faltou... Mas nada disso foi desculpa para que a banda nos apresentasse uma magnífica apresentação. Aliás, por toda a casa de ouvia os comentários do carisma e da humildade de DeFeis e seus companheiros, principalmente que após o show ficaram pela casa conversando e distribuindo autógrafos, mesmo que cansados (afinal, o próprio DeFeis comentou que “foram a primeira banda a tocar duas vezes no mesmo dia em duas cidades diferentes no Brasil”, pois o show de Curitiba começou um pouco tarde, na madrugada de Sábado, e o de São Paulo começou um pouco cedo, aproximadamente 19:30), dando uma “aula” para aqueles que se dizem “Reis do Heavy Metal”... E o melhor que a produção já avisou que a banda quer retornar para shows maiores, com um set especial pro Brasil e com Pursino o mais rápido possível. So resta agora aguardar!


Setlist
01 - The Hammer of Zeus and The Wrecking Ball of Thor
02 - Immortal I Stand
03 - Black Mass Blues/The Wine Of Violence
04 - The Orpheus Taboo
05 - Bonedust
06 - In Triumph of Tragedy/Return of the King
07 - Don’t Say Goodbye My Love
08 - The Black Light Bachanalia
09 - Dominion Day/Sword Of The Gods
10 - Solo guitarra/Solo bateria
11 - Noble Savage
12 - Defiance
13 - Kingdom of Fearless
Encore
14 - Victory Is Mine (acústica)
15 - Emalaiath (parcial)
16 - The Burning of Rome (Cry for Pompeii)
17 - Vini, Vidi, Vici
Encore 02
18 - Invictus


Obs. 01: Me desculpem se esqueci de algum som ou se está um pouco fora de ordem, pois realmente em certo momento eu esqueci a obrigação e o profissionalismo e dei um “foda-se” e comecei a curtir como um verdadeiro fã da banda que sou...
Obs. 02: (As fotos foram cedidas cordialmente pelo fotógrafo Leandro Pena: http://www.leandropena.com/blog)


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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