Resenhas

Kappa Crucis - 2009 - Jewel Box

Por Fabiano Cruz | Em 14/07/2011 - 21:03
Fonte: Alquimia Rock Club

Demorou um pouco para chegar esse trabalho em minhas mãos – afinal, o disco é de 2009 -, mas a surpresa que tive com esse quarteto foi uma as mais agradáveis em um pouco mais de um ano de trabalho com o Alquimia Rock Club. Mesclando as melhores influências possíveis dos mais crús e viscerais Rock’ n‘ Roll setentista (incluindo ai as mais variadas vertentes, mas principalmente o Hard Heavy), o Kapa Crucis, oriundo do interior paulista e formado por G. Fischer (voz e guitarra), R. Tramontin (baixo), A. Stefanovitch (teclados) e F. Dória (bateria), nos presenteia com um trabalho acima da média, em se tratando de um “debut album”, em maravilhas e sinceras dez canções.


O fato da banda ter ficado e trabalhado por anos no underground ajudou, pois o disco soa muito natural (desde a década de 90 os caras vem trabalhando e lançaram somente duas demos até o lançamento desse trabalho); com isso, as músicas já tem uma personalidade e originalidade própria da banda, que percebemos logo na dupla de abertura Back to the Water e Merchant of Illusions, onde o Kappa Crucis saem um pouco do “feijão com arroz”, mas sem deixar suas raízes – percebam o final de Back to the Water! Tem momentos que é impossível não se contagiar com o som e ligar aquela “air guitar”: tente ficar parado no riff de Parallel Lines, impossível! A banda passeia, como já dito, em inúmeros caminhos, desde o riff quebrado quase progressivo de Faces, passando pela quase NWOBHM A New Seed à palhetadas monstruosas e poesadas de Judgement; mas tudo sempre ligados a influências claras de Uriah Heep e Deep Purple.


Os músicos são extremamentes competentes, mas a guitarra viajante de Fischer, daquelas que nos transportam a outros mundos, e a bateria em linhas e viradas muito inteligentes de Dória chamam a atenção à primeira escuta. O único ponto que talvez deixe a desejar são os agudos que permeiam o disco, que pode incomodar um pouco quem está acostumado com um som mais grave (principalmente nas produções de temos hoje em dia, normalmente em afinações baixas e/ou com os graves em detalhes), mas isso também não chega a ser algo que tire o brilho do trabalho.


Um maravilhoso trabalho de estréia, o que somente deu a vontade de esperar como vai ser o segundo disco do pessoal, que já está em fase de produção. Enquanto não sai, o jeito é ouvir e ouvir o Jewel Box no talo e curtir esse autêntico Hard Heavy!
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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