Resenhas

Alice Cooper - 2011 - Welcome 2 My Nightmare

Por Fabiano Cruz | Em 22/09/2011 - 20:36
Fonte: Alquimia Rock Club

Complicado retomar uma história, um trabalho conceitual depois de mais de 30 anos. São gravações, pensamentos, conceitos diferentes que podem fazer uma diferença enorme, para pior ou melhor. Alice Cooper arriscou, retomando o trabalho de um de seus maiores clássicos nesse Welcome 2 My Nightmare;  Alice pode ser considerando um dos mais geniais compositores do Rock, sabe o que faz e tem pleno controle sobre tudo que remete aos seus trabalhos, e para “entrar no espírito” de Welcome to My Nightmare, chamou ex-integrantes da Alice Cooper Band e o produtor Bob Ezrin para soltar esse mais novo trabalho.


A continuação pode soar estranha a princípio, mas a sonoridade conseguida, um meio termo entre o irreverente e cinematográfico, apesar de algumas escorregadas, consegue prender o ouvinte. As melhores faixas claro que ficam por conta dos mais puros Rock’ n’ Roll que poderiam estar em qualquer disco da banda: A Hard Rock Caffeine com seu ritmo quebrado, a rápida e rústica Runaway Trian (que tem participação do músico country Vince Gill que faz um solo espetacular), a meio psicodélica The Gongregation e a quase “Stoniana” Bite Your Face Off (essas duas últimas talvez sejam as melhores faixas do trabalho).


Alice brinca com o tema e as composições. Last Man on Earth é um folk acústico dos princípios da música norte-americana, onde bandas de rua com tubas, trombones e banjos tocavam em cima de carroças; Disco Bloodbath Boogie Fever e What Baby Wants – que tem a tão temida participação da cantora pop Khe$a – são estranhamente... disco. Ghouls Gona Wild é engraçada, divertida, e só. The Underture termina o trabalho de uma forma orquestral de uma maneira interessante, onde todos os temas são repassados. Tirando Last Man on Earth, são músicas que não funcionaram muito bem no trabalho.


Apesar das “escorregadas”, o disco num todo é bom, porém abaixo dos últimos trabalhos e da “primeira parte” lançada nos anos 70, o que talvez possa agradar somente os fãs; mas, mesmo assim, algumas composições que são a cara de Alice Cooper ao vivo podem render bons momentos e não deixa de mostrar mais uma vez a ousadia e inteligência musical que Alice (e sua banda) tem.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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