O Almah em seu primeiro momento nasceu como um projeto de Edu Falaschi, mas se tornou aos poucos uma banda que chega ao seu terceiro registro. Tomando de uma forma mais conjunta, Motion é um belo registro de Falaschi e seus companheiros, em um trabalho que, mesmo não mostrando nada inovador, expande seu Power Metal a outros caminhos, como a música mais extrema e o lado mais progressivo, mostrando em composições muito bem compostas.


Acompanhado dos guitarristas Marcelo Barbosa e Paulo Schroeber, pelo baterista Marcelo Moreira e pelo companheiro de Angra Felipe Andreoli, esse trabalho mostra todos os músicos muito bem afinados, como na abertura Hypnotized, com o Almah já mostrando suas armas e os caminhos novos. Composições como a cadenciada Bullets On The Altar e a balada Late Night In '85 tem ótimas melodias que “grudam” de momento. Mesmo sendo o bem típico Power Metal e tendo dois dos integrantes do Angra, o trabalho passa bem longe do trabalho da banda principal dos dois: reparem os caminhos musicais que a banda adota em Days Of The New e percebam as diferenças.


Mesmo os músicos tendo espaços para mostrar suas técnicas e personalidades, Falaschi acaba se destacando mesmo. Em um timbre e tom em que ele se sente mais a vontade, Falaschi faz experimentos em sua própria voz, cantando em certos momentos de uma maneira que nunca vimos, como a agressividade em sua vocalização quase gutural de Zombies Dictator. Um bom trabalho dando continuidade ao Almah, onde o ponto negativo fica da pergunta “porquê não ousaram mais?”, sabendo que quando escutamos percebemos que podem inovar. (E outra pergunta fica... com Falaschi falando em público sua insatisfação no Angra, principalmente pela forma em que canta lá, e soltando um bom trabalho desse, será que ... ?)
 

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.