Resenhas

Terreno Baldio - 16.10.2011 - Centro Cultural São Paulo, SP

Por Fabiano Cruz | Em 31/10/2011 - 20:38
Fonte: Alquimia Rock Club

Terminado a serie Progressivos no CCSP, no primeiro domingo de Horário de Verão de 2011, o encerramento foi dado com a que talvez seja uma das bandas mais cultuadas do cenário progressivo do Brasil, o Terreno Baldio. Com os integrantes da formação original João Kurk nos vocais, Mozart Melo na guitarra e Lazzarini nos teclados, acompanhados de Edson Ghilardi na bateria, Geraldo Vieira no contrabaixo e Cássio Poleto no violino, já foram totalmente aplaudidos logo na estrada da banda no palco; com um público que misturou jovens e senhores, famílias e casais, grupos de amigos, foi a banda que mais levou pessoas para a sala Adonoran Barbosa.


E o que falar desses senhores em palco? Abrindo com Este é o lugar, Água que Corre e Quando as Coisas Ganham Vida os caras mostraram que ainda estão afinados. Como tocam! Mesmo a banda se apresentando raramente, so em eventos bem especiais, ao vivo soam muito fortes, cada um tendo seu espaço nas músicas e esbanjando técnicas e mais técnicas instrumentais, principalmente a dupla Mozart Mello e Lazzarini. Aliás, esse último, o porta voz da banda, é extremamente comunicativo e recebeu os parabéns do público e banda devido ao seu aniversário no dia. E Mello... bem, so posso afirmar que ele é um dos maiores – porém totalmente subestimado – guitarristas do Brasil. Técnica perfeita, sua guitarra quase “fala” nos solos...


Aqueloô e a instrumental O Vôo Sempre Continua, mesmo com tempos quebrados, teve o público cantando letra e melodias junto. Após Despertar a banda fez um dos momentos mais belos da apresentação. Em poucas palavras de Lazzarini sobre o que as bandas de Progressivo – e de Rock! – passam no Brasil, caindo no falecimento de Manito, emocionado chamou ao palco Pedro Baldanza, baixista do Som Nosso de Cada Dia e deixou o palco somente para ele, onde tocou uma peça de sua autoria no violão, emocionando muitas pessoas que aplaudiram bastante o Pedrão; uma aula de humildade e amizade que poucas bandas tem!


O Terreno Baldio volta ao palco com Relógio de Sol e uma das mais belas apresentações da magnífica Pássaro Azul, em um duelo entre Mello, Lazzarini e Poleto nos solos que deixou qualquer um de queixo caído... João Kurk, apesar de falar pouco com o público, sua voz é perfeita; poucos vocalistas com a idade que ele tem conseguem manter o ritmo, soltar agudos, cantar firmemente. Uma figura extremamente importante em palco, em poucos movimentos com mãos e braços tem o público ao seu comando; e em poucas palavras, falou que a apresentação em que fazem é voltada ao primeiro disco, conceitual, tocando todas as músicas, por isso não tocam muita coisa do segundo trabalho, Além das Lendas Brasileiras, mas colocaram no set a Saci Pererê, abrindo espaço para a épica Grite, onde o público literalmente levantou das cadeiras para cantar junto com a banda em um momento mágico.


Com o tempo se esgotando, a banda volta pro bis para tocar Velho Espelho, canção dos primórdios da banda que ainda não foi registrada e foi resgatada quando voltaram a tocar depois de um tempo parada. Não teria como terminar melhor! Espero ainda que a banda toque mais canções dês eu segundo trabalho ou até mesmo que ganhem motivações e gravem material novo; mas não tem nem como falar que são pontos negativos, pois a banda é perfeita em palco.



 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 





.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




blog comments powered by Disqus