O CCSP sempre abriu espaço para as bandas independentes mostrarem seu trabalho, não importando o estilo, e nesse último Sábado, dia 16 de Maio, as portas foram abertas novamente ao Rock ‘n ‘Roll, com as bandas Tomada e Pedra, duas das bandas que nos últimos anos juntam as forças e lutam independente pelo nosso Rock.

Com um palco bem legal, montado com um jogo de iluminação que chamou bastante a atenção e uma tela como painel que mostrava animações e fotos das bandas em suas respectivas apresentações, o Tomada começa sua apresentação com 99 Centavos, emendada com Tem Dias. Sem perder o pique, eles já mandam Só Era Pra Ter Você. O mais novo single, sendo tocado pela primeira vez ao vivo, Billy O Esquisito mostra toda a criatividade da banda num simples e puro Rock ‘n ‘Roll, que é seguido da energética Luzes. Um show com bastante músicas que sairão no novo trabalho que ainda sai nesse ano, a banda se mostra coesa e mais forte, principalmente com a entrada de Márcio Soul, o novo guitarrista da banda. Com ele, as músicas tiveram um pouco mais de balanço, mas sem perder o Rock característico deles. Também com a entrada de Márcio, tanto o Fernandes ficou mais livre nas músicas, alternando a guitarra e o teclado entre elas, como o Pepe nas linhas certeiras do baixo. Depois de Minha Diva, a banda manda uma trinca de baladas: Como 2 e 2, Triste e Distante e Amor de Verdade e, apesar de serem mais lendas, diminuindo um pouco o ritmo do show, nem um pouco a qualidade, pois as interpretações de Ricardo Alpendre na voz e o solos de guitarra de Márcio foram um show a parte nessas músicas. O Rock contagiante volta com o primeiro single mostrado do novo trabalho, Catarina e fecham com as já clássicas Meu Deus Que Mulher e Boogie do Café (essa última, diga-se de passagem, pra mim é uma das melhores composições do grupo, tanto no som como na letra).

Com um ambiente bem “família” e várias pessoas famosas do meio artístico vendo a apresentação das bandas (como o baixista Nelson Britto do Golpe de Estado – que apresentou o show antes do Tomada subir ao palco – e do crítico e editor musical Regis Tadeu), o Pedra começa sua apresentação com a instrumental Megalópole e com a Se Você For Afim. Falar do gabarito de músicos do Pedra é chover no molhado – pois todos são excelentes instrumentistas, mas as músicas ao vivo ficaram ainda mais poderosas, pois ao contrário da última apresentação que o Alquimia viu deles, dessa vez o Rodrigo Hid levou seus teclados. E que diferença faz os teclados nas músicas! A balada Projeções ficou ainda mais bonita sendo executada ao vivo com os teclados. Longe do Chão e a faixa de abertura do primeiro disco, Sou Mais Feliz, foram executadas logo após. A mais que contagiante Rock ‘n Não mostrou todo o cuidado da banda com os backing vocal, e uma das músicas que o baixo de Domigues e a bateria de Scartezini são bem marcantes pelas levadas. Apresentada pelo Zuppo como “mais uma das idéias malucas que sai da cabeça de Rodrigo Hid”, eles tocam a Queimada das Larvas nos Campos Sem Fim, uma música nova que mostra a inteligência da banda em misturar ritmo nordestino com o Rock. O fim da apresentação fica com a releitura de Filme de Terror, uma música de Sérgio Sampaio que ficou bem legal com o Pedra.

O único ponto negativo fica pelas apresentações que foram relativamente curtas, mas é até compreensível, pois o CCSP é um espaço que tem rígidas normas de tempo e perto da sala Adoniran Barbosa, uma outra sala começaria as 21:00 uma peça teatral, o que poderia atrapalhar um pouco, principalmente pelo fato que as bandas não economizaram nem um pouco no volume. O Alquimia Rock Club também agradece às bandas pelo convite feito para que fossemos prestigiar mais uma apresentação de duas das mais importantes bandas que temos em nosso cenário Rock atual.

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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.