Resenhas

Sepultura e Angra juntos em SP

Por André BG | Em 01/07/2009 - 11:09
Fonte: Alquimia Rock Club

O dia 09 de maio de 2009 vai ficar para sempre na memória dos headbangers de São Paulo que compareceram em bom numero no Via Funchal para conferir o primeiro show da turnê que uniu Sepultura e Angra, as duas maiores bandas de Heavy Metal do Brasil em um encontro inédito e histórico e, apesar de fazerem um estilo de som distinto, sendo o Sepultura Thrash Metal e o Angra Metal Melódico, as duas bandas protagonizaram um verdadeiro espetáculo, quebrando um pouco a barreira e o preconceito entre os estilos, e de quebra essa turnê ainda marca a volta do Angra após uma pausa de 2 anos nas atividades em decorrência de problemas internos que até acarretaram na saída do baterista Aquiles Priester, mas que por outro lado marca a volta de Ricardo Confessori no comando das baquetas, explicando o numero um pouco maior de pessoas com camisas do Angra

 

Por volta das 21:50, com perdoáveis 20 minutos de atraso, o Angra inicia seu show com a clássica Carry On do álbum Angels Cry, seguida de Nova Era surpreendendo os fãs, já que as duas costumam figurar entre as ultimas nos shows da banda; e realmente seria melhor ter as tocado no final da apresentação, já que o som naquele momento não estava nada bom, mas isso não tirou o brilho do show que seguiu com Waiting Silence, Heroes of Sand, seguidas de Angels Cry - nessa o sempre carismático vocalista Edu Falaschi lembra e destaca a importância de todas as fases da banda.

 

A essa altura o som já havia melhorado muito, mas ainda estava longe do ideal, e foi assim mesmo que a apresentação seguiu, com o publico pouco se importando com qualidade do som cantando e agitando sem parar com o set list mesclado de musicas mais recentes com outras mais antigas, com Make Believe do álbum Holy Land, que apesar da bela interpretação de Edu Falaschi, foi inevitável e natural não sentir falta da voz do antigo vocalista André Matos.

 

E antes de deixar o palco para o tradicional bis, mandam a eletrizante Spread Your Fire e na volta tocam Rebirth, essa com ótima participação do publico e Nothing to Say, fechando uma apresentação que alem da qualidade do som estar abaixo do esperado, ainda contou com alguns inconvenientes que gritavam pelo Sepultura entre algumas musicas. Pura falta de respeito! Já que sabiam que o Angra iria tocar poderiam muito bem ter ficado no bar do Via Funchal que fica bem longe do palco e da pista, mas o saldo final foi muito positivo.

 

Após 30 minutos de intervalo, por volta das 23:50, o Sepultura entra em cena com um som perfeito para divulgar seu novo álbum de estúdio A-lex.O show começa com um trecho de A-lex IV como Intro vinda dos samplers, seguida de uma seqüência de musicas do novo CD, começando com A-lex I, Moloko Mesto, Filthy Rot - com o vocalista Derrick Green tocando percussão - e What I Do!, todas muito bem recebidas pela galera e, sem jogar conversa, fora mandam Refuse/Resist e Manifest (que não era tocada a muito tempo).

 

Em seguida tocam Convicted in Life e False do álbum Dante XXI e uma trinca de novas musicas: We'Ve Lost You!, A-lex II e The Treatment, a melhor faixa do novo CD na minha humilde opinião. Dead Embrionic Cells e Troops of Doom deram inicio a uma seqüência matadora de clássicos quando Derrick anuncia uma musica bem velha, aí mandam um trecho de Septic schizo emendada com Escape to the Void.

 

Mass Hypnosis, Meaningles Movements - do lado B do álbum Arise, que também não era tocada a muito tempo - e Inner Self fecham esta bela seqüência, e realmente não tem como negar que são esses clássicos que os fãs vão a loucura. E ainda teve Sepulnation, Territory, Arise, (puta covardia com nossos pescoços!) Conform - também do novo CD – e, pra finalizar essa apresentação matadora, Roots Bloody Roots, é claro!

 

A banda deixa o palco muito aplaudida, mas as luzes continuam apagadas dando a entender que alguma surpresa estaria por vir, e alguns minutos depois o guitarrista Andreas Kisser aparece avisando que teríamos uma jam. Após toda a aparelhagem estar montada (inclusive as duas baterias), todos os músicos voltam ao palco para mandar alguns clássicos, e o primeiro foi Immigrant Song do Led Zeppelin, com Andreas Kisser, Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro, exatamente nessa seqüência, improvisando seus solos de guitarra. E pra matar os headbangers velhos do coração, chamam ao palco Marcello Pompeu - vocalista do Korzus - para cantar Guerreiros do Metal, um verdadeiro hino dos anos 80 presente na lendária coletânea SP Metal, fazendo uma justa homenagem a esta outra grande banda do Metal tupiniquim chamada Korzus. E encerrando essa grande festa com chave de ouro, mandam Paranoid, do Black Sabbath, com Edu, Derrick e Pompeu nos vocais.

 

Tudo o que for dito vai ser pouco para descrever como foi legal esse momento histórico para o Metal nacional, apenas vamos torcer para que esse tipo de coisa aconteça com maior freqüência.



André BG



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