Resenhas

Sepultura - 2017 - Machine Messiah

Por André BG | Em 23/04/2017 - 16:51
Fonte: Alquimia Rock Club

 

 

Com seus mais de 30 anos de atividades, a maior banda do Metal nacional, Sepultura, chega ao seu 14º álbum de estúdio com a missão de manter sua tradição de lançar trabalhos particularmente diferenciados a cada lançamento, o que acontece com a extrema competência de sempre em Machine Messiah, a começar pela arte da capa, extraída da arte “Deus Ex-Machina” da artista Camille Dela Rosa das Filipinas, tendo sido criada há seis anos, sendo uma arte recheada de cores e detalhes, bem diferente do antecessor “The Mediator Between the Head and Hands Must be the Heart” de 2013, que contou com uma arte mais bruta, feita apenas com carvão e papel.

 

O álbum tem como tema principal a robotização da sociedade nos dias de hoje e foi produzido pela banda hoje formada por Paulo Jr. (baixo), Andreas Kisser (guitarras), Derrick Green ( vocais) Eloy Casagrande (bateria) e pelo sueco Jens Bogren (Soilwork, Opeth, Katatonia, Kreator, Amon Amarth, Angra, Arch Enemy) no Fascination Street Studios, em Örebro, na Suécia, o que deu uma cara totalmente diferente para o som da banda, deixando bem  claro que a intenção é fazer sempre algo novo, mesmo que isso possa não agradar muito seus fãs mais antigos e radicais. 

 

O álbum começa com a cadenciada faixa titulo “Machine Messiah”, cheia de melodias e com Derrick Green usando muito bem seus vocais limpos, a faixa mostra logo de cara uma produção bem cristalina, que também é o oposto de seu antecessor, mas sem perder o peso e a intensidade. Após o inicio mais calmo para os padrões do Sepultura, a porrada “I Am The Enemy” logo chama a atenção pelo seu peso e velocidade, sendo a primeira música apresentada para o publico nos shows antes do lançamento, já vem agitando os fãs com sua intensidade desde o ano passado.

 

Com suas batidas a lá maracatu no início, “Phantom Self” é uma surpresa e tanto no álbum, com passagens muito bem trabalhadas e cheias de detalhes, com a adição de violinos de uma orquestra da Tunísia que dão todo um toque especial e na medida certa, mostrando uma banda tecnicamente em seu ápice, o que se comprova nas seguintes “Alethea” e na instrumental “Iceberg Dances”, essa outra grata surpresa do álbum, com seus solos de guitarra no começo que remetem aos anos 80, mas que logo dão espaço para uma sonoridade mais moderna e um tanto quanto progressiva contando com um arranjo muito  criativo de Órgão Hammond, além de partes com violão clássico que dão todo um charme pra composição, que tecnicamente é a mais bem trabalhada do álbum em termos instrumentais, embora “Sworn Oath” não fique devendo nada nesse quesito, sendo outra a contar com teclados e instrumentos de orquestra.

 

“Resistant Parasites” é cheia de groove e tem como destaque a cozinha já mais que entrosada formada por Paulo Jr. e o ainda garoto prodígio da bateria Eloy Casagrande, que fez mais um excelente trabalho na bateria, alias, o talento individual de cada um está bem notável no álbum como um todo, com Andreas Kisser tocando muito como sempre e Derrick Green simplesmente fazendo sua melhor performance desde que entrou na banda.

 

 A trinca “Silent Violence”, “Vandals Nest” e “Cyber God” são as pedradas finais de mais um grande álbum da maior banda de Metal do Brasil, figurando facilmente entre os melhores de sua extensa e respeitável discografia, mostrando o Sepultura um passo a frente enquanto outras bandas tentam apenas reviver o passado.

 

O álbum foi lançado em diferentes versões em diversos países com as faixas bônus “Chosen Skin” e “Ultraseven No Uta” (tema do super-herói Ultraseven), em alguns países como o Japão com a adição de um DVD com making of das gravações do álbum mais o show do Hellfest de 2014.

 

 

Faixas:

 

01- Machine Messiah

02- I Am The Enemy

03- Phantom Self

04- Alethea

05- Iceberg Dances 

06- Sworn Oath 

07- Resistant Parasites

08- Silent Violence

09- Vandals Nest

10- Cyber God

 

 

Sepultura - Phantom Self (Official Video):

 

 

 

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André BG



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