Resenhas

Cavalo a Vapor - Pedra - Carro Boma - Galeria Olido - 11/07/09

Por Fabiano Cruz | Em 17/07/2009 - 14:18
Fonte: Alquimia Rock Club

Frio e chuva. A combinação que sempre seguiu a capital São Paulo. Sábado estava desse jeito. Até um clima que, particularmente adoro (principalmente pelo frio), mas que faz muitas pessoas ficarem em casa... Fiquei pensando nisso indo para o show organizado na Galeria Olido, ao lado da famigerada Galeria do Rock, onde se juntariam as bandas Cavalo a Vapor, Pedra e Carro Bomba em comemoração ao Dia do Rock.

 

Tinha tudo para ser perfeito, afinal o ingresso era 1 kg de alimento, ao lado da Galeria do Rock e num Sábado a tarde. Quando eu entro na sala, faltando poucos minutos pra começar, vejo somente 1/3 do teatro... Realmente, o que era meu medo, parecia que iria se concretizar, pois pela qualidade das bandas, e se juntar os inúmeros downloads da página do Pedra de seu segundo trabalho e o esgotamento da primeira prensagem do CD Nervoso do Carro Bomba, achava que lotaria o local. Mas isso foi só o começo da noite...
 

Marcado pro Cavalo a Vapor subir as 18:00,, a banda começa a se atrasar. 20 minutos depois a banda sobe ao palco mandando Live to Win. Mas...... Cadê o baixista? O motivo do atraso era que Paulo Soza não tinha chegado ainda e a banda arrisca a começar o show sem o contra baixo.,. Com garra, Delfin Rolán segura a base do baixo nos teclados, mas mesmo assim fica aquele ar de que esta faltando algo... no fim de Conversa, chega Soza e a banda manda seu som meio Hard Rock/Rock’n’Roll bem legal, algumas passagens lembrando bastante Mr. Big. Após a meio tímida Sem Escalas, a banda se ajeita e com pique apresenta Entre o Sim e o Não e Fera Sem Faro. Todos na banda se mostraram excelentes músicos, principalmente pela garra do vocalista Fernando Nova e o atrasado baixista Paulo Soza, esse que eu, por ser baixista, já o conhecia de nome e queria a tempo ver uma apresentação dele, o que fiquei até impressionado pela técnica que mostrou na introdução de Não Tente Fazer Isso em Casa. Já a banda mais solta em palco, mandam Antes Só e Nômade. Apresentado como um dos melhores bateristas do rock underground paulista, Sandro Big Head não faz feito em sei pequeno solo antes de O Rato e o Elefante Branco, seguido de, depois de uma firula de Rolán nos teclados, Epicentro, marcando o fim da apresentação do Cavalo a Vapor.
 

Sem demora, o Pedra sobe ao palco para sua apresentação. Começando com Filme de Terror, a banda apresenta mais um show de divulgação do segundo trabalho, Pedra II. Bem, falar da qualidade dos músicos de gabarito do Rodrigo Hid, Xando Zupo, Luiz Domingues e Ivan Scartezini é chover no molhado (e olha que choveu pra cacete no Sábado...) Após Se Você For a Fim, a banda toca Queimada das Lavras nos Campos Sem Fim, música que estará no próximo trabalho em que já estão trabalhando. Como venho acompanhando a banda já a um certo tempo, vi desde a primeira vez executada, mas a cada show eles melhoram ela cada vez mais!! Um momento sossegado começa com Projeções, seguida de Longe do Chão, com um fenomenal solo do Hid nos teclados! O fim dela já é bem anos 70’s, mas nesse dia ele estava inspirado! Um solo que, sem exagero nenhum, me lembrou os tempos áureos de Rick Wright e de Wakeman, trazendo aquela aura progressiva setentista para quem estava lá. Mas voltando ao bom e velho Rock ‘n ‘Roll, eles mandam a contagiante Rock ‘n ‘Não e depois o clássico do primeiro trabalho, porém a primeira vez que eu os vejo tocar, O Dito Popular, fechando (ou aparentemente fechando – vocês vão ler o porque logo abaixo) de forma “arrasa-quarteirão” a sua apresentação.
 

Apesar do pouco público e do atraso do Cavalo a Vapor, parecia que os problemas do dia tinham ido embora, mas... Algum tumulto na porta do palco que leva aos camarins até que aparece o vocalista do Carro Bomba avisando que não teria a apresentação deles, pois teriam que entregar o teatro ás 20:15 e já eram quase 20:00, então por respeito aos fãs, a banda não subiria ao palco para apresentar somente 2 ou 3 músicas.
 

Bem, não sabemos o que aconteceu realmente. Se foi algum problema de organização, a Galeria Olido deveria rever e analisar numa próxima apresentação os horários (inclusive talvez até começando mais cedo), como também, se algum horário estipulado estiver em algum tipo de contrato, as bandas deveriam prestar mais atenção nas cláusulas e respeitar os horários. De qualquer forma, não da pra culpar um ou outro, pois realmente ficou meio mal entendido para quem estava lá prestigiando os shows. A direção da Galeria Olido na hora falou que marcará uma apresentação somente com o Carro Bomba mais pra frente para compensar o que aconteceu O Carro Bomba, por meio de seu site oficial, divulgou a seguinte nota:
 

"Olá Bombers!!!! No dia 11 de julho de 2009, nós do Carro Bomba tentamos tocar no evento da Galeria Olido em comemoração do dia Mundial do Rock. Devido à inoperância da produção e a falta de comprometimento com o espaço, tempo e paciência dos outros demonstrada pela banda Cavalo a Vapor, o Carro Bomba não tocou. Agradecemos aos fãs que saíram de casa num sábado chuvoso para nos ver tocar e virão que nada funciona. FUCK THEM ALL!!!! FELIZ DIA DO ROCK!!!!!!"

 

Faltando uns 8 minutos para o encerramento do evento, restou ao Pedra, que ainda não tinha desmontado seus equipamentos a tocar mais uma, o que aconteceu com a execução da bela Letras Miúdas.
 

Mesmo com todos os problemas, imprevistos e o cancelamento de um show na hora, as apresentações do Cavalo a Vapor e do Pedra foram dignos de bandas que tem o Rock ‘n ‘Rol no sangue! E esperamos que a Galeria Olido realmente marque uma apresentação com o Carro Bomba.


 

 

 

 

 

 

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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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