Resenhas

Solid Rock 2018: Judas Priest, Alice In Chains e Black Star Riders - 10.11.2018 - Allianz Parque, São Paulo, SP 

Por André BG | Em 15/11/2018 - 22:24
Fonte: Alquimia Rock Club

Fotos: Marta Ayora

 

A segunda edição do Solid Rock em São Paulo foi mais uma vez realizada no estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, tendo em seu line up a lendária banda de Heavy Metal Judas Priest acompanhados do Alice In Chains e Black Star Riders, uma trinca de respeito e de estilos um pouco distintos que reuniu um público de diferentes gerações em um evento mais uma vez muito bem organizado, que não lotou totalmente o estádio como em outros shows de bandas como Iron Maiden e Guns N' Roses por exemplo, tendo apenas o campo usado como pista e a arquibancada inferior abertas ao público que preencheu bem esses espaços.

 

A primeira banda a se apresentar foi o Black Star Riders, formada em 2012 basicamente por membros da última formação do Thin Lizzy, a banda atualmente composta por Ricky Warwick (vocal, guitarra e violão), Scott Gorham (guitarra e backing vocal), Damon Johnson (guitarra e backing vocal), Robbie Crane (baixo e backing vocal) e Chad Szeliga (bateria), subiu ao palco as 18h15min, ainda com o dia bem claro por conta do horário de verão e com um público ainda pequeno e tímido, mas que aos poucos foi se soltando e curtindo composições próprias da banda como “Before the War” e “When the Night Comes In”, bem recebidas pelo público que ainda foi presenteado com os clássicos eternos do Thin Lizzy “Jailbreak” e “The Boys Are Back in Town”, que marcaram o ponto alto da apresentação de 45 minutos, encerrada “Bound for Glory”. A banda deixou o palco aplaudida após uma boa apresentação, onde mostro um ótimo entrosamento no palco, com destaque para o carismático vocalista e guitarrista Ricky Warwick, que soube agitar e conduzir o público. 

 

 

Set list: 

 

1- Bloodshot 

2- All Hell Breaks Loose 

3- Jailbreak (Thin Lizzy cover) 

4- The Killer Instinct 

5- Heavy Fire 

6- Before the War 

7- When the Night Comes In 

8- The Boys Are Back in Town (Thin Lizzy cover) 

9- Kingdom of the Lost  

10- Bound for Glory 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já de noite e com o estádio bem mais cheio, era vez do Alice in Chains entrar em cena, divulgando seu mais recente álbum Rainier Fog lançado esse ano, os sobreviventes da cena Grunge dos anos 90 fizeram uma apresentação impecável, apesar de muitos clássicos terem ficado de fora do repertório, a banda mandou um set list muito bem equilibrado, mesclando músicas de todos os álbuns, começando com “Check My Brain” e “Again”, que abriram caminho para “Never Fade”, primeiro tema do novo álbum executado na noite, sendo muito bem recebida pelos fãs, mas foram os clássicos como “Them Bones”, “Dam That River” e “Down in a Hole” que definitivamente incendiaram o público, com o vocalista e guitarrista William DuVall dando seu show a parte, estando desde 2006 na banda e mostrando estar mais que adaptado ao posto antes ocupado pelo falecido Layne Staley. A performance do guitarrista Jerry Cantrell também merece ser destacada, com seu estilo único de tocar e cantar reforçou seu status de um dos músicos mais influentes de sua geração, enquanto Mike Inez (baixo) e Sean Kinney (bateria) formam uma cozinha bem coesa. A paulada “We Die Young” e “Angry Chair” foram mais alguns dos destaques do set list antes de “Man in the Box” ser executada de forma espetacular com os inconfundíveis efeitos nos vocais de Jerry Cantrell, o maior hit da banda marcou o ápice da apresentação, encerrada com trinca “The One You Know” do novo álbum, e as clássicas “Would?” e “Rooster”. Após 1 hora e 10 minutos de show, a banda deixou o palco merecidamente muito aplaudida, mas deixando aquele gostinho de quero mais, e de fato mereciam um tempo um pouco maior no palco.

 

 

Set list: 

 

1- Check My Brain 

2- Again 

3- Never Fade 

4- Them Bones 

5- Dam That River 

6- Hollow 

7- Down in a Hole  

8- No Excuses 

9- We Die Young 

10- Stone 

11- Angry Chair 

12- Man in the Box  

13- The One You Know 

14- Would? 

15- Rooster

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Após um intervalo de aproximadamente meia hora e com o público mais que ansioso, tudo estava pronto para a atração principal da noite e uma enorme bandeira com o símbolo do Judas Priest cobrindo a frente do palco servindo de cortina. Considerado por muitos a banda mais influente do Heavy Metal com seus mais de 40 anos de atividades, o Judas Priest vem divulgando seu mais recente álbum Firepower, lançado esse ano, e foi com a faixa titulo desse trabalho que Rod Halford no auge de seus 67 anos de idade e companhia deram inicio a um show arrasador, completando a formação o baixista Ian Hill (membro mais antigo da banda), Scott Travis (bateria), Richie Faulkner (guitarra) e Andy Sneap (guitarra), esse último tendo a dura tarefa de substituir Glenn Tipton, impossibilitado de sair em turnê devido a complicações de saúde em decorrência da doença de Parkinson. 

 

Como não poderia ser diferente, o show contou com uma enxurrada de clássicos do Heavy Metal que ajudaram a definir o estilo, como “Running Wild”, “Grinder”, “Sinner” e “The Ripper”, executadas com maestria, que como sempre levaram os fãs ao delírio, antes de “Lightning Strike”, mais uma do novo álbum para mostrar que a banda ainda tem muito a oferecer depois de tantos anos de atividades. Já a sequencia com “Desert Plains“, “No Surrender”, “Turbo Lover”, “The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)”, “Night Comes Down” e “Rising From Ruins” acompanhada de sua linda introdução “Guardians”, marcaram o momento mais cadenciado do show. Mas clima foi incendiado novamente com a rápida “Freewheel Burning”, tendo em sua temática a velocidade, a execução da música contou com diversas imagens de Ayrton Senna no telão, que obviamente levou os fãs ao delírio com a homenagem ao piloto brasileiro, fazendo desse um dos momentos mais emocionantes do show.

 

A performance da banda foi irretocável e a qualidade de som e produção de palco simplesmente beiravam a perfeição, mas foi impossível não sentir falta da dupla de guitarristas K.K. Downing e Glenn Tipton no palco, embora Richie Faulkner pareça estar há décadas na banda, tendo se adaptado de forma incrível desde que substituiu K.K. Downing em 2011 e Andy Sneap ser tecnicamente um ótimo guitarrista, ainda é estranho ver o Judas Priest sem nenhum de seus lendários guitarristas. 

 

A clássica “You've Got Another Thing Comin'” com muita interação de Rod Halford com o público antecedeu um dos momentos mais tradicionais e esperados em um show do Judas Priest, com Halford entrando no palco com sua moto Harley Davidson para mandarem “Hell Bent for Leather”. Na sequencia, o baterista Scott Travis agradeceu os fãs e anunciou a clássica “Painkiller” com seu famoso e furioso solo de bateria no inicio, certamente o momento mais insano e agitado o show, nesse momento inclusive, fizeram uma mais que justa homenagem a Glenn Tipton, com imagens do guitarrista no telão enquanto Richie Faulkner executava seus solos. A banda deixou o palco, mas voltou rapidamente para mandar a trinca final com a introdução “The Hellion” seguida das clássicas “Electric Eye”, “Breaking the Law” e “Living After Midnight”, encerrando o show em grande estilo com a frase “The Priest will be back” no telão.

 

O público deixou o Allianz Parque muito satisfeito com os shows, mostrando que vale muito a pena aproveitar as chances de assistir um show de uma banda lendária como o Judas Priest, que infelizmente por conta da idade avançada de seus músicos pode vir a encerrar as atividades a qualquer momento.

 

 

Set list: 

 

1- Firepower 

2- Running Wild 

3- Grinder 

4- Sinner 

5- The Ripper 

6- Lightning Strike 

7- Desert Plains 

8- No Surrender 

9- Turbo Lover 

10- The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown) 

11- Night Comes Down 

12- Guardians/Rising From Ruins 

13- Freewheel Burning  

14- You've Got Another Thing Comin' 

15- Hell Bent for Leather  

16- Painkiller  

Encore:

17- The Hellion/Electric Eye 

18- Breaking the Law 

19- Living After Midnight 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


André BG



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